darth vader [orochinho]

54.

— Nossa bebê, você dança pior que eu. — tento imitar a voz da Bella e falho miseravelmente.

— Cala a boca, você parece uma galinha cega. — Pedro rebate, segurando a risada e levantando seu braço pra me girar *do nada.

Estamos dançando uma coreografia improvisada, como se estivéssemos no filme da Cinderela que a Selena Gomez fez lá no tempo do ronca.

Tá ridículo, mas tá legal.

Rafael nunca aceitaria dançar assim comigo.

— Me respeita, que eu sou pata-choca. — corrijo, girando três vezes e ficando tonta.

— E ainda concorda. — ele ri, me segurando e impedindo que a tia Lucinha caia no chão e pague um mico maior que esse.

— Lógico meu filho, eu sou chata mas não sou mentirosa. — inclino minha cabeça pra trás *na tentativa de fazer aquele passo clássico e teoricamente romântico.

— Verdade, cê é chata pra caralho. — ele faz uma careta e eu piso em seu pé. — Ai!

— Desculpa, bebê! — gargalho, imitando a voz da Barbie de novo.

— Tô brincando, idiota. Você é a pessoa mais legal que eu já conheci. — ele diz naturalmente, mas eu ainda sim penso que é uma brincadeira.

— Aham.

— É sério, porra! Ninguém me leva a sério? — ele reclama, pisando NO MEU PÉ DE NOVO.

— Para de falar! Tô tentando me concentrar.

— Em dançar horrivelmente? Tá bom. — ele debocha e dessa vez, EU PISO NO PÉ DELE.

Toma, caralho.

— Me deixa em paz! — finjo ofensa *bem dramática a tia Lú, né? Me batam.

— Claro. — ele se afasta, e eu faço uma cara de "espera aí!". — Que não. — Pedro me puxa pela cintura contra seu corpo, e eu engulo seco *até engasguei aqui, galera. Brincadeirinha!

— Você podia ser um chato às vezes, sabe? Isso ia contribuir pra que eu não me jogue na sua boca branquela. — digo bem naturalmente *morrendo por dentro, isso vai dar uma merda tão grande.

— Eu digo o mesmo. — ele me encara, meio sem saber o que dizer ou fazer.

Eu tenho uma ideia. Que tal todo mundo jogar uma melancia na minha cabeça? Isso ia destruir a minha memória de algumas horas atrás até agora.

— Mas antes eu pr-

— Desculpa por isso. — ele me interrompe, e eu arregalo os olhos, prevendo uma explosão nuclear que destrua a humanidade e não me permita terminar de contar essa história.

Exagerei.

— Isso o que? — levanto as sobrancelhas, perdida pra cacetinho.

Pedro se aproxima de mim lentamente, até que ME TASCA UM BEIJO LOUCO DE PEDRA, mentira. Quer dizer, meio verdade. Ele me beijou, mas não foi um beijo louco. Foi devagar e gostosinho, bem do jeito que eu imaginava que seria. Nossa, detalhes demais.

Quase passamos dez segundos nessa troca de salivas recíproca *detalhes demais SUA PUTA, até que minha consciência atrapalha o momento com uma voz irritante gritando "Rafael!" inúmeras vezes, isso até eu separar meu rosto de Pedro e respirar fundo, pensando na merda que acabei de fazer.

— Eu tenho que procurar o Rafael. — digo sem olhar nos olhos dele, posteriormente me afastando e voltando à olhar por cima da casa de Bella Polly Pocket.