darth vader [orochinho]

90.

— Eu tava querendo muito te conhecer! — um grupo de meninas que a Bella me apresentou chega e me abraça sem prévio aviso *foi estranho. — Você e a Bellinha são amigas de novo, então?

— Sim... — alongo a palavra. — E vocês fazem parte de algum grupo de espionagem, por acaso? Sabem da minha vida mais que eu. — brinco e elas riem *muito, por sinal.

— A gente ama vocês, é por isso. São muito icônicas! — uma menina dá de ombros e dá um enorme sorriso.

Sorrio também, inconscientemente. Isso fez sentido?

— Tá vendo, Lulú? — Bella Barbie me abraça de lado. — Você também tem privilégios.

— Me poupe, Barbie. — reviro os olhos. — Elas só mencionaram nós duas porque não querem levar um porrete meu agora. — sorrio, convencida.

— Isso não é verdade.

— Meninas! — chamo a atenção do grupo. — Quem venceria numa briga entre: Darth Vader e Barbie? Honestidade. — viro minha lata de água tônica, entediada.

— A gente não sabe quem é Darth Vader, então...ficamos com a Barbie. — uma menina diz, e as outras concordam.

— Viu? — olho pra Bella, vitoriosa *ou talvez nem tanto.

— Tá, mas-

— Silêncio! — levanto minhas mãos, surpreendida pela presença desgraçada e bonita do Pedro na festa.

Ele entra com um cara e eles se separam pouco tempo depois. O bonitinho fica desnorteado e bebe alguma coisa, encostado numa parede próxima à entrada. Todas as meninas olham ele junto comigo, mas acho que só eu que não sei se to feliz ou com raiva dele ter vindo na festa.

— Chegou o vagabo. — resmungo baixo, ficando felizinha ao me lembrar do plano que fiz na minha cabeça pra deixar ele mal nessa festa.

— Nossa... — uma menina respira fundo, praticamente tendo um orgasmo na base de visão.

— Ele até que é bem gostosinho. — outra comenta e elas riem.

— Não, não diz isso! — me irrito automaticamente *tu só faz merda, Lúcia. — Ele tem sarna. — minto, disfarçando *porém colocando meu plano em prática.

— Sarna?!

— É verdade, a Lúcia me falou. — Bella se intromete e eu reviro os olhos, indignada com a inocência dela.

Como que uma desgraçada pode ser inocente nesse nível? Perguntas que ecoam na minha cabeça de madrugada, quando não consigo dormir.

— É melhor alguém manter ele longe de qualquer contato humano. — interpreto A PREOCUPADA. — Eu vou lá, mas só pelo bem de vocês, amigas. Amo vocês! — faço uma voz sofrida, colocando a mão no peito e indo em direção ao arrombado.

— Olha quem chegou: um erro da natureza! — abro os braços, gritando.

— Oi, sarnenta! — ele força uma voz empolgada, porém logo fica sério. — O que você quer? Já não basta ter pedido pra Bella me convidar pra essa festa ridícula?

— E quem te forçou a vir?

— Só queria saber se era verdade. Porque depois do que aconteceu na última, não imaginei que ela faria algo assim de novo e pior: que você viria.

— Pois é, né? Acontece que eu to tentando limpar minha alma, sabe? Perdoando quem me fez mal, sendo uma pessoa melhor...

— E você veio aqui abrir as pernas, como forma de perdão? — ele faz piadoca.

— Nem se eu quisesse. — gargalho. — Eu já esmaguei seu pacotinho com um chute bem dado.

— Fala logo o que você quer, Lúcia. — ele vira o rosto.

— Quero que a gente pare de enrolação. Isso aqui é uma festa e eu to disposta a te perdoar. — minto. — Caso o bom moço ainda não tenha entendido, me espere no banheiro que daqui há...três minutos, eu apareço lá e a gente repete o que fizemos na balada.

Pisco pra ele *uma palavra que envelheceu bem.

— Eu não acredito. — ele balança a cabeça, convencido.

— Por que não arrisca? É só esperar. O que custa? E logo hoje que eu não vim de calcinha.

— Quê?! — ele praticamente berra.

— Tchau, Pedrinho. — me afasto, rebolando ridiculamente *vocês ririam da minha cara de estivessem aqui. Ou talvez nem seja necessário...