74.

961 70 49
                                    

— Vinho? — o garçom pergunta, aparecendo na mesa com uma garrafa gigante e bonita nas mãos.

— Não, eu não-

— Claro! Pode colocar pra todo mundo. Eu pago. — sorrio, fingindo empolgação *e interrompendo a Polly Pocket.

Rafael levanta uma sobrancelha e eu bato minha taça *chique na dele, brindando. Pedro segura a risada e Bella me esfaqueia com o olhar.

— Eu não queria vinho. — ela se manifesta.

— Ah, jura? Agora é tarde demais. — bebo.

— To fazendo uma dieta que exige muita res-

— Perguntaram alguma coisa? Eu não ouvi nada. — sorrio de novo, colocando minha taça de volta na mesa. — Pedro? — olho pro bonitinho, Rafael me encara desconfiado.

— Se for pra ficar nessa palhaçada, eu vou embora. — Rafael revira os olhos, impaciente.

— Nossa, que facada no peito! — Pedro dramatiza. — O gringo vai embora, e agora? Chamem a polícia, os bombeiros, qualquer pessoa! — ele faz uma voz ridícula, eu gargalho.

— Vocês são patéticos. — Bella respira fundo.

— Falando em gente patética... — quase interrompo a Barbie. — Por que vocês chamaram a gente pra cá, hoje? — chego no assunto que me interessa.

— O Pedrinho disse que seria legal, mas eu devia ter imaginado que não seria. — Bella limpa a garganta.

— É, então... — Pedro gagueja, enrolando.

Não acredito que ele vai amarelar bem agora.

— Rafael, precisamos conversar. — chamo Rafael, no impulso. — É sobre o nosso relacionamento. — olho vagamente pra Pedro, ele dá um sorriso de canto antes de chamar a atenção de Bella.

— Eu também acho. — ele responde e eu arregalo os olhos, surpresa.

— Sério? — isso vai ser mais fácil do que pensei. — Então pode começar.

— Eu... — ele lubrifica os lábios *rosadinhos de saúde sedentária, por sinal. — Nós...Você...

— Quero terminar com você. — ouço Pedro dizer essas palavras tão rapidamente, que fiquei com inveja.

— Quê? — o queixo da menina cai, de tão surpresa que ela ficou.

Enquanto isso, no lado ansioso da mesa...

ALGUÉM ME MATA. Brigada.

— Lúcia, pensa bem.... — Rafael consegue de volta minha atenção. — A gente não tem praticamente nada em comum. Eu não sou paciente e não acompanho essa sua energia esquizofrênica. — ele ri com vontade até demais. — Sem ofensas.

— E sem ofensas, quero dizer que você é inexplicavelmente entediante. — alongo a última palavra, rindo também. — Pra mim, no caso. Mas deve ter alguém que-

— Quê?! — ouço de novo a voz surpresa da Bella Barbie, do outro lado da mesa.

Pedro também observava o meu término bem específico, enquanto o dele foi mais rápido que o coração acelerado da tia Martinha quando a Damares aparece na televisão.

— Vai fazer mais um showzinho agora, é? Pode vir, que eu tô preparada! — entro em posição de lutadora *????, debochando da bonequinha.

— Bella, vamo ser honesto nessa porra... — Pedro bate uma mão na mesa, tipo juiz em tribunal *não sei porquê pensei nisso. — Você realmente gosta de mim?

— ...Claro. — ela sorri.

— Não gosta. — Pedro olha pra mim, convencido. — E eu não gosto de você, pronto! É só cada um ir pro seu caminho e se deixar em paz. Que merda! — ele grita.

— ...Que merda. — Rafael resmunga, não muito alto.

— Que merda! — eu grito, acompanhando.

— Que merda! — Pedro repete.

— Parem com isso! — Bella exclama.

— É melhor gritar numa festa, com um monte de gente dançando perto da gente. — levanto minha taça, tomando um gole demorado.

— Finalmente uma ideia boa. — Pedro também levanta sua taça.

— Não. — Rafael discorda.

— Sim! — Pedro e eu gritamos.

— Não! — Rafael responde.

— Sim. — Barbie se anima *falou festa, ela já balança o rabo na cadeira.

darth vader [orochinho]Onde histórias criam vida. Descubra agora