Ao se sentarem na mesa, o garçom serviu um taça de vinho para Devon, enquanto Louise recusara. Ele apreciou a taça enquanto o chefe de cozinha lhe apresentava o cardápio dando um olhar feio para ela, como se não fosse digna de comer de sua comida. Louise decidiu ignorar aquele olhar, ficando calada e muito bem comportada. Apesar de tentar se passar por uma criada, anos de aprendizado não deixaram de transparecer conforme se sentava de forma ereta e sabia muito bem quais talheres usar em cada refeição.
Mesmo sabendo que Devon observava cada movimento, ela tentou manter uma conversa tranquila durante a refeição. Sorrindo para as frases muito bem elaboradas e a conversa tranquilo ao qual ele estava levando com ela. Quando retiraram os pratos para a chegada da sobremesa, Devon começou com as perguntas ao qual ela tentava fugir e torcia para que ele não fizesse.— Então seu pais irão desembarcar daqui há três dias? Para onde vão?
— Sim, eles irão morar com a filha, digo, com minha irmã mais velha. — Ela não olhou diretamente para ele.
— E você seguirá viagem sozinha? Para um outro país? Como permitiram isso?
— É um recomeço para todos nós.
— Imagino que já tenha alguma proposta nos Estados Unidos, já que está partindo de vez, não é?
— Não exatamente. — Acanhada Louise olhou rapidamente para ele e de volta para as mãos. — Mas eu conseguirei algo rápido quando chegar lá, tenho certeza.
— Claro. E durante o tempo que estiver aqui? Sozinha.
— O que tem? — Ela perguntou confusa encarando sem querer a cicatriz que ele carregava na têmpora.
— Há muitos homens que podem querer se aproveitar se estiver sozinha. Posso garantir uma segurança a mais.
— Estou na ala feminina, e você permite homens assim em sua tripulação?
— Não. — Ele respondeu no mesmo tom de indignação que ela.
Pararam de falar quando a sobremesa foi posta na mesa, então, após cutucar sua bela torta, ele inclinou a cabeça e lhe falou o que se passava por sua cabeça desde que a viu.
— Se trata de marinheiros, srta. Baldwin. No entanto, se estiver em minha companhia, não ficarão em cima de você, lhe garanto.
— O senhor tem um navio para comandar, como posso esperar sua companhia o tempo todo? — Disse com um sorriso inocente encarando os olhos azuis.
Devon pegou em sua mão e acariciou a palma com o polegar, a olhando com intensidade um pequeno sorriso se formou em seus lábios de forma maliciosa, causando arrepios em Louise.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Em um Naufrágio com o Marquês [LIVRO 1]
RomanceCONCLUÍDO Pode o amor surgir do resultado de uma grande tragédia? Cinco dias após o naufrágio, Simon e Louise sabiam que pertenciam um ao outro. Infelizmente precisavam serem vítimas de uma naufrágio para reconhecerem a outra metade de seus corações...