Em um Naufrágio com o Marquês [LIVRO 1]

Capítulo XIV

Boa Leitura ♥️📚

A Sra. Dahoe havia sido perfeita. Arrumou todos os pertences de Louise e preparou tudo para que ela ficasse confortável. O guarda roupa estava com seus vestidos, tantos os velhos quanto os que comprara junto de Naomi. Ela vestia um de seda azul, com rendas e uma fita prendendo o cabelo que combinava. Havia muito tempo que não se sentia tão bem assim.

Simon pediu para avisá-la que estaria esperando no salão rosa para que pudessem conversar, o que a deixara tensa e ansiosa. Ele com certeza iria querer falar sobre o pai e não havia nada que ela quisesse mais além de tirar sua preocupação. Odiava vê-lo atordoado.

Quando chegou na sala ele levantou-se olhando para ela encantado. Ela entendia sua reação, nunca havia usado aquele vestido antes e Dahoe a arrumou perfeitamente. Louise queria estar mais que bem para conhecer o marquês e queria usar o melhor.

Assim que Simon se estabeleceu com a visão dela, ele sorriu e ela retribuiu aproximando-se e sentando onde ele indicara, de frente para ele.

— Você está linda, meu amor.

— Obrigada, Simon.

Neste momento uma das criadas bateu na porta e entrou carregando uma bandeja com o chá e biscoitos. O casal esperou que ela saísse antes de voltar a dizer algo. Com graciosidade adquirida Louise serviu chá para os dois, seus olhos brilhavam quando encarou Simon novamente e seu sorriso se desfez quando percebeu seu olhar deprimido.

— Como está seu pai?

Ele deu um gole no chá antes de balançar a cabeça e dar de ombros.

— Bem, na medida do possível. Preciso falar com o médico, tenho minhas suspeitas do que pode estar acontecendo.

— Mesmo? O que é?

Ele somente fechou os olhos balançando a cabeça a deixando confusa.

— Preciso falar algo. É importante, mas nada agradável.

— Isto está estampado em seu olhar. É tão preocupante assim?

Ele descansou a xícara na mesinha e ela fez o mesmo se preparando para ouvir.

— Apenas saiba que nada mudará o que sentimos um pelo outro. Nosso destino foi escrito e ninguém é capaz de ficar entre nós. Jamais permitirei isso novamente.

— O que é, Simon?

Aquela conversava estava a deixando assustada. Com um suspiro profundo ele começou a detalhar a conversa que teve com o pai. No meio do relato ela não aguentou ficar sentada e levantou-se caminhando pelo cômodo com uma mão no peito e outra na cintura. Várias vezes Simon interrompeu o relato para saber como ela estava, mas ela não via a hora dele terminar. Era muita informação e coisas inimagináveis que aconteceram. Havia um aperto em seu peito e um nó em sua garganta, a cabeça começou a latejar então ela sentou-se novamente.

— Não aguentei ficar mais tempo com ele, mas pretendo conversar novamente e entender melhor... Se eu soubesse, Lou, eu nunca teria...

— Nunca teria o quê? — Ela perguntou receosa.

— Te trazido aqui, teria ido direto para Londres com você e viveríamos nossas vidas. Estou enojado.

— Ele ainda é seu pai, e está doente.

— Mas tirou você de mim! — Ele levantou ao elevar o tom. — Continuaria mentindo para mim sobre tudo. Então morreria e eu iria descobrir tudo da pior forma, não concorda?

— Não grite comigo, sei que está magoado e com raiva, mas não fale assim comigo.

Ele fechou os olhos e baixou o queixo, pegou as mãos dela ao aproximar-se.