Capítulo XXV

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Louise desceu da carruagem com a ajuda de Simon, mas seus olhos permaneciam na casa a sua frente. Majestosa, com belas janelas e um jardim incrível, nada tão esbravajante, mas perfeito para ser seu próprio lar, afinal todos os novos móveis e cores das paredes internas e cortinas foram escolhas deles. Pensando bem, teriam que mudar algumas coisas.

— Vamos ter que mudar as cortinas. — Foi a primeira coisa que disse.

— Porque? — Simon perguntou parado ao seu lado olhando para a casa.

— Pelo luto, é a tradição colocar cortinas escuras.

Ela observou Simon dar um suspiro e franzir a testa enquanto apertava os lábios.

— Não se preocupe com isso, o luto não vai nos seguir aqui.

— Simon...

— Aqui não Lou, esse é o nosso lar. Eu nem sei se estou triste no momento.

— Está com raiva, também faz parte do luto.

Ele a olhou e estendeu o braço para ela sem querer mais conversas. Louise ficaria calada, seria o apoio que ele precisasse e o avisaria quando estrapolasse, até então estava tudo bem, ela poderia lidar com o mal humor e raiva que o marido estava sentindo, ela já havia passado por aquilo, estaria ao lado dele.

Quando estavam no meio da escada duas outras carruagens chegaram, Naomi foi a primeira a descer com William e o bebê nos braços. Louise sorriu com os elogios das amiga pela casa. Olhando por cima do ombro, ela avistou o Sr. Thomas e Marrie, junto de Cameron e Archie, também com olhos impressionados. Não percebeu as ações de Simon até ser tarde demais e ele a ter nos braços a tirando do chão aos risos. Foi assim que entraram em seu novo lar, como se nada de terrível estivesse acontecendo em suas vidas.

Eles tiveram o jantar formal, mas Louise resolveu ir cedo para a cama enquanto Simon juntou-se com os homens em seu escritório, ela sabia que ele lhe contaria o que estava acontecendo e o que estava planejando quando estivesse pronto. Agora só pensava em quanto estava cansada e com dores nos seios, sabia que sua regra viria nos próximos dias. Enquanto se despia, Mary separou suas roupas de dormir, mas Louise reparou nos olhos e nariz vermelhos da criado e quando esta penteou seus cabelos, resolveu tirar suas dúvidas.

— Quer falar sobre isso?

Louise encontrou os olhos de Mary no espelho, ela sentiu a muralha se formando em torno da criada, mas se desfazendo aos poucos, as escovadas ficaram mas lentas enquanto a criada relaxava e deixava seus olhos acumularem lágrimas.

— Não tenho notícias de Fincher desde a noite que lhe contei sobre a gravidez, tentei encontrá-lo quando estávamos em Londres, mas ninguém soube me dizer onde encontra-lo. Como ninguém conhece um comerciante como ele? — Mary suspirou. — Tive que recorrer a meu primo, já que Fincher queria resolver as questões do casamento com ele, mas foi outro que não tinha notícias. Nós conversamos bastante até. Então ele se ofereceu para cuidar do meu filho.

— O quê? — Mary assentiu sem olhar para Louise e fungando mais uma vez enquanto fazia uma trança.

— Ele disse que se Fincher desapareceu assim, não pretende assumir o filho, mas está disposto a não deixar eu me tornar um escândalo na vila. Disse até que se casaria comigo para que meu bebê não fosse um bastardo.

Em um Naufrágio com o Marquês [LIVRO 1]Onde histórias criam vida. Descubra agora