Vida de Shinobi

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— Neko, a senbon agora. — Ibiki ordena sério e a menina prontamente atende.

Ela pega duas agulhas e se dirige ao prisioneiro, introduz as duas abaixo da unha do indicador dele, ignorando totalmente os gritos de agonia do homem. Estavam naquele interrogatório a horas, e Naruto já havia lhe quebrado um braço e o nariz, além de usar um Genjutsu que o forçava a passar pela mesma tortura repetidas vezes. Segundo o que Ibiki-sensei lhes dissera, o homem era um assassino muito procurado e listado como um dos mais perigosos do livro Bingo, fora pego naquela manhã por Itachi, em seu turno de vigia como ANBU, quando tentava se esgueirar pela vila para assassinar o Hokage; e como Ibiki pediu, o jovem Uchiha o levara até ele, para que pudesse continuar o treinamento dos interrogatórios com os pupilos. Os dois já estavam bem afiados nisso, claro que das primeiras vezes que interrogaram algum prisioneiro, passaram mal e quase não conseguiram concluir as ordens do sensei, mas com tempo, entenderam que isso era mais uma das muitas coisas desagradáveis que fariam pela vila, os dois já estavam habituados àquela realidade cruel e desumana que os ninjas tinham que conviver.

— Agora me diga, quem te contratou para assassinar o Hokage? — Ibiki pergunta, mas o homem cerra os lábios para não falar — Ainda não? Kitsune, faça as honras.

O menino então pega um alicate entre os materiais dispostos na mesa, se dirige ao homem de forma lenta e premeditada, aprendera que deixar os interrogados ver o objeto e imaginar o que seria feito com eles, os deixava com mais medo e mais propensos a abrir a boca; e isso se agravava, devido ao fato de não poderem ver o rosto dos interrogadores. No caso de Naruto e Hinata, eles não estavam somente com os rostos cobertos, mas também usavam um capuz para cobrir os cabelos, Naruto pelo fato que seria facilmente reconhecido por seu cabelo loiro, e Hinata também, visto que nenhuma menina da sua idade mantinha os cabelos curtos; aprenderam rápido que sempre deveriam proteger suas identidades, tanto nos interrogatórios, quanto em missões, as quais eles já estavam quase prontos para começar.

— Não, por favor. — o homem suplica, mas Naruto não se compadeci, havia lido a lista de assassinatos que ele cometera.

Matara uma família inteira carbonizada a mando de um gangster poderoso, apenas por que esses resistiram em lhe entregar suas terras; as fotos dos três filhos do casal, incluindo um bebê de três anos, ainda estavam bem nítidas na mente do pequeno Uzumaki, como sentir pena de uma pessoa assim? Ele não sentia, e pela primeira vez, se sentiu satisfeito por desempenhar esse papel pela vila; com o passar dos meses de treinamento, Naruto se descobriu extremamente motivado a trazer justiça a todos àqueles que cometeram algum crime; e passou a não se importar com o que teria que fazer para concluir esse objetivo. Hinata não ficava atrás, quando começaram os interrogatórios e Ibiki os fazia ler as fichas de registros dos crimes dos prisioneiros, a pequena menina deixava de lado sua passividade e gentileza naturais, e exibia um lado sombrio e determinado. Kurenai se assustara quando assistiu um dos interrogatórios, acompanhada de Kakashi e Hiruzen; eles nem de longe pareciam as crianças amáveis e gentis que eram com todos, e pela primeira vez ela se preocupou que os dois tivessem sido corrompidos, mas essa preocupação logo passou, quando depois de tudo, eles voltaram ao 'normal', mostrando a tutora que sabiam separar muito bem o que faziam.

Naruto aproveita o momento e faz um pedido mudo a Hinata, para que mantivesse a boca do homem aberta, e assim que ela o faz, ele prende um molar no alicate, e num puxão forte e preciso, arranca o dente da gengiva; o prisioneiro grita e chora, enquanto sangue jorra em sua boca, e escorre junto com a saliva. Eles notam um barulho de água pingando e percebem que ele se urinou; isso faz o menino sentir mais asco do homem, agora estava ali assustado e chorando, mas não deve ter se importado com o choro e os pedidos de piedade daquela mãe e daquele pai quando viram seus filhos morrendo. Isso enfurecia o menino, enfurecia por que ele sabia como as pessoas eram cruéis, como não se importavam de fazer mal aos outros; sentiu a Kyuubi se agitando dentro dele, agora que tinha conhecimento de sua existência, sua presença era mais nítida para ele, e como a própria raposa lhe explicara, devia controlar suas emoções negativas, ou ele se descontrolaria e Naruto poderia acabar ferindo os outros, principalmente Hinata, a quem ele nunca queria ver ferida por sua culpa. Respirou fundo e voltou sua atenção ao que fazia, não se permitindo sentir nada, nem raiva; precisava concluir isso logo, ainda teriam Itachi naquele dia.

O Sol e A LuaOnde histórias criam vida. Descubra agora