Eu Também Posso Ser...

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A floresta era tão tenebrosa quanto seu nome anunciara, tudo parecia ser tão medonho e pavoroso, que o menor sinal de movimento, causava angustia e medo; tudo podia ataca-los ali, tudo poderia mata-los e sabe-se lá quando alguém os encontraria? Talvez quando as provas terminassem, ou talvez muito depois disso, não havia como saber ao certo, nem mesmo poderia dizer que alguém realmente sentiria falta deles, ou apenas seguiriam suas vidas; quem em sã consciência se preocuparia com as três pessoas que mais causavam incômodos e problemas?

Suspirando alto, a garota recorda a promessa que fizera um dia antes, para ela mesma, e para aquela pessoa tão especial que já era completamente necessária em sua vida, não podia fraquejar agora e correr para a segurança como uma covarde; apesar de sentir suas pernas trêmulas, e a ansiedade fazendo a bile parar em sua garganta, Sakura se obrigou a dar um passo após o outro, repetindo para si mesmo que conseguiria. Talvez pressentindo que não podiam tratar aquela prova levianamente, seus dois companheiros estavam atentos também, imersos na missão de se proteger e prevenir de possíveis ataques; até mesmo os dois rapazes tão incorrigíveis em seu mau temperamento, obtiveram uma boa mudança durante os dias de treinamento na clareira, e apesar de que nunca admitiriam em voz alta, ambos aprenderam muitas coisas importantes. A caminhada que faziam em completo silêncio, tinha cada passo envolvido por uma tenção sufocante, e mesmo não requerendo muito esforço físico, todos os três suavam absurdamente e suas respirações eram rápidas e ofegantes, como se houvessem corrido uma maratona; seus olhos assustados giravam em todas as direções, e suas mãos armadas com Kunais, seguiam qualquer barulho vindo das sombras, tentando por alguma barreira entre eles, e o que quer que saltasse da escuridão. Mas foi quando ouviram os primeiros gritos de desespero, que eles se afligiram verdadeiramente, e buscando se afastar o máximo possível daquele som horroroso e o que o tinha causado, o time sete corre em direção oposta à que seguiam antes; sem perceber por conta do desespero, se afastaram consideravelmente da rota do portão dez, e também da Torre que queriam se aproximar.

Sabiam desde o começo que não poderiam lutar contra equipes mais velhas e experientes, não conheciam aqueles terrenos e não estavam habituados a lutar em lugares estreitos e de pouca visibilidade; por isso encontraram o plano de Sakura interessante e vantajoso, e decidiram por segui-lo sem contestar ou reclamar, como costumeiramente fariam. A Haruno estava contente e aliviada por ter conseguido elaborar uma estratégia que, ao mesmo tempo que seria boa para sua equipe, também a ajudaria a concluir a pequena missão que recebera antes do exame iniciar; seu plano consistia em que deveriam tentar chegar ilesos e com seu pergaminho seguro, o mais perto possível da Torre, e ali emboscariam as equipes que se aproximassem da reta final, esses estariam esgotados pelo percurso e constantes confrontos, então roubariam o pergaminho que precisavam. Era um plano de oportunistas, e ela tinha plena consciência, mas ser ninja também consistia em saber aproveitar oportunidades e ocasiões, então seu método não seria de todo mal; o segundo motivo para que a garota quisesse estar próxima da Torre, era o recado que recebera de Naruto através de seu irmão, que dizia simplesmente que deviam ficar perto da ajuda e que ela devia impedir seus companheiros de fazer besteira. Quem o lesse, pensaria que era apenas um bilhete infantil, sem nada demais, mas sabendo as coisas que sabia e vendo a seriedade com o irmão lhe entregara o bilhete, Sakura intuíra instintivamente que algo sério ocorria na Vila, também era inteligente o bastante para deduzir que o problema envolvia Sasuke e o cheio de segredos Clã Uchiha, como vinha acontecendo repetidamente nos últimos tempos; ela não seria tola de ignorar aquele aviso, e sabendo como os dois reagiriam se soubessem o que acontecia, planejara tudo sozinha e conduzia os companheiros para o lugar que julgava ser mais fácil obter ajuda, também existia algo a motivando, e era a grande vontade que sentia de se mostrar merecedora da pequena confiança que recebera.

— O que demônios era aquilo?! — Kiba pede exasperado, caído no chão enquanto tenta acalmar Akamaru — Isso era pra ser um exame, não uma história de horrores.

O Sol e A LuaOnde histórias criam vida. Descubra agora