O pôr do Sol, ao longe, cobria o lindo céu azul turquesa com pinceladas de raios alaranjados que aqueciam minha pele prazerosamente. Uma brisa suave e acolhedora rodeava o meu corpo, enquanto pássaros cantarolavam a medida em que voavam ritmicamente pelo ar libério.
Meus olhos percorreram pelo local e fiquei extremamente extasiada pela vista que tomava conta da minha visão.
Eu estava no topo de uma espécie de montanha. Um pouco mais a minha frente não havia mais nada. Encontrava-me logo no seu limite e, se eu desse mais alguns passos, poderia despencar brutalmente. Mas não estava preocupada, visto que o amplo céu e a enorme esfera amarelada que emitia flashes de luzes resplandescentes, preenchiam todo o espaço celeste, fazendo com que eu sentisse sensações profundamente agradáveis.
Traguei o ar lentamente, sentindo a textura da grama verde e todo o aroma que a natureza exalava naquele momento. O Sol estava quase se pondo e, almejando observar a arrebatadora paisagem mais de perto, aproximei-me vagarosamente de modo que eu pudesse me envolver intensamente nas emoções aprazíveis que me circundavam.
Quando eu estava prestes a alcançar a beira do rochedo, meu coração parou de pulsar e meu corpo gelou com a imagem assustadora que surgira em minha frente.
O que significa isso?!
William, Mellanie e Nathan, estavam de frente para mim, posicionadas na beirada da montanha e de costas para o Sol. Suas faces continham diversas feridas abertas, onde sangue escorria sob as mesmas. Seus corpos possuíam diversas lesões, e alguns de seus membros pareciam quebrados.
Seus olhares estavam direcionados para mim, porém, eram olhares metálicos e frios, sem vida.
Eram olhares de sofrimento.
Não sei o que pensar, não sei o que fazer. Só permaneço estática, os observando tentando compreender o que está ocorrendo, quando, de súbito, o belo Sol finalmente se põe, inserindo rapidamente em seu lugar, uma noite gélida e traiçoeira. A grama que era esverdeada, se torna morta e com aspecto de palha. Uma forte ventania chega, trazendo consigo trovoadas ensurdecedoras que fazem meus ouvidos doerem. O céu, que antes era um azul vívido, se torna tão negrume que faz com que o ambiente se transforme em um local medonho.
Observo mais uma vez os três que estão logo a minha frente, e tenho a estranha sensação de que os mesmos tentam movimentar seus lábios para me dizer algo, entretanto, simplesmente não conseguem, como se alguém estivesse os impossibilitando.
Em uma tentativa fracassada, me mexo para, assim, poder alcançá-los, todavia, não sou capaz de realizar a mobilidade do meu corpo. Meus pés parecem estar grudados no solo, impedindo que eu possa andar. Os fito e noto que os três olhavam para cima aparentando-se estarem com demasiado medo e, sem compreender o que está ocorrendo, sigo seus olhares.
Meu corpo enrijece e meu coração trava. Gotículas de suor surgem pela minha pele ao constatar o que os meus olhos visualizavam:
Sombras negras.
Sombras rodopiavam freneticamente ao som dos trovejos estrondosos pelo caliginoso céu. Até que, repentinamente, as mesmas se direcionaram celeramente até os três, envolvendo-os e bailando ao redor de seus corpos inertes. Tento me mexer de todas as formas, mas, mais uma vez, é inútil.
Observo os três com o desespero se apossando em cada poro do meu corpo, a medida em que as auras soturnas os empurram vagarosamente até a beira da montanha. Olho para os meus pés tentando os movimentar, porém, nada adianta.
MERDA!
Fecho meus olhos e me concentro quando, finalmente, consigo me movimentar. Completamente aflita, dou um passo rapidamente para frente para impedir que os enpurrem, entretanto, uma sombra, muito maior e muito mais horripilante que as demais, se põe em minha frente e, em um rompante, a mesma me arremessa para longe, arrancando todo o ar dos meus pulmões.
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Impasse - A Filha do Mal
Ficção AdolescenteSkyler se vê aturdida em meio a tantos acontecimentos medonhos que passaram a ocorrer, subitamente, em sua vida. Tendo pesadelos inexplicáveis e sendo perseguida, aparentemente, por um homem encapuzado, ela passa a duvidar de sua própria sanidade me...