Capítulo 3: O Perigo está Próximo

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Estava sentada em um dos bancos do pátio da escola junto de Melly, aguardando o sinal zunir. Confesso que eu estava um pouco inquieta, pois Nathan não havia chegado ainda e ele não possuía o costume de se atrasar. 

Estou começando a achar que aconteceu algo.

— Olhe aquele garoto ali! — disse Melly, enquanto tocava em meu braço freneticamente com o intuito de chamar minha atenção.

— Não quero saber de garotos. — suspirei.

— Claro, você só tem olhos para o loirinho.

— Ah, cale a boca, Melly. Por que não vai encher sua boca de comida? — zombei, achando graça da situação.

— Olhe... — ela repousou o polegar em seu queixo, parecendo pensativa. — Sabe que você me deu uma ótima ideia? Vou na cantina comprar um sanduíche, quer ir comigo?

— Aí, não... — murmurei meio sonolenta. — Vou ficar esperando por você aqui, bem sentadinha. — dei um leve tapinha no banco.

— Você é mesmo uma preguiçosa, viu? — resmungou. — Eu já volto. Vê se não saia daqui!

— Sim, capitã! — fiz um sinal de continência com uma das mãos, fazendo a cacheada soltar uma risada.

Fiquei sentada observando a movimentação do pátio enquanto aguardava por minha amiga, até que notei que um garoto, ao longe, me observava atentamente. Engoli em seco já entrando em um estado de nervosismo.

Simplesmente não suporto quando pessoas ficam me fitando diretamente, acontece que eu acabo me transfigurando em um verdadeiro poço de desastre ambulante quando isso ocorre. 

O rapaz de cabelos castanhos começou a caminhar até a minha direção com um grande sorriso estampado em seu rosto, só que, subitamente, ele estagnou no lugar e seu sorriso se desmanchou rapidamente. Ele observou um ponto acima da minha cabeça, até que ele girou seu corpo e direcionou-se para o lado oposto aparentando-se estar decepcionado.

Franzi o cenho tentando compreender o que havia acontecido, até que senti alguém próximo a minha orelha:

— Senti sua falta ontem. — sussurrou Nath em meu ouvido, fazendo com que arrepios prazerosos transitassem pela minha nuca.

Ergui meu corpo em um pulo involuntariamente, avistando Nathan ao lado do banco em que estava sentada.

— Te assustei? Me perdoe, não foi minha intenção. — sua voz saiu em um tom doce.

— Nathan! — o abracei, sentindo seu cheiro almiscarado invadindo minhas narinas. Ele enlaçou seus fortes braços em volta do meu corpo, depositando um beijo em minha cabeça como ele costumava fazer em todas as manhãs. — Você demorou. Confesso que fiquei preocupada.

— É que eu... Eu tive que resolver alguns problemas antes, mas já está tudo bem. — ele sorriu, exibindo seus dentes completamente brancos e alinhados. — Você está bem?

— Estou sim. — assenti. — Melly foi na cantina comprar comida.

— Essa garota vai acabar comendo os próprios dedos. — brincou divertido.

— Ela vai acabar me comendo, isso sim! — cocei minha cabeça. — Mas... Espere... Isso soou um pouco estranho.

Nath soltou uma pequena gargalhada, que fez com que chamasse a atenção de Samantha que, assim que o viu, começou a caminhar feito um pavão com suas nádegas empinadas, junto de suas amiguinhas superficiais. Como se não bastasse quase quebrar sua coluna ao andar de um jeito tão tosco, ela lançou um olhar para o garoto ao meu lado em uma tentativa fracassada de seduzi-lô. Contraí minhas sobrancelhas quase pondo meu café para fora ao me deparar com aquela cena ridícula.

Impasse - A Filha do Mal Onde histórias criam vida. Descubra agora