Capítulo 1

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Só mais um dia normal na minha vida, tenho de voltar a acordar cedo, seis da manha já tenho de estar acordada. Deveria ser proibido ter de acordar tão cedo seja para fazer o que for.

Quando acordei, fiquei a imaginar tudo o que teria por acontecer naquele dia, olhando para o teto, azul cor do céu com umas manchas brancas a fingirem que são nuvens, sinto me como se dormisse todos os dias sobre a praia esperando o nascer de outro dia.

Olho a volta do quarto, vejo as paredes bege com um pequeno tom de rosa que o meu pai decidiu colocar, apesar de eu dizer que não queria.

Já não era mais uma menina dos papás, tinha já os meus vinte anos e procurava a minha independência a todos os níveis, eu não gostava daquele tom de rosa, não combinava nada com a minha personalidade mais durona e achava meio afeminado demais para o meu gosto.

Eu adorava a natureza, mas aquelas paredes metiam-me fastio desde o dia em que cheguei a casa e as vi daquela cor.

Eu queria uma cor mais neutra, mais escura. Um preto se pudesse ser, pois, eu adorava o preto e combinava mais com as minhas roupas e com o meu estilo mais Rockeira.

Pelo menos, consegui colocar os meus posters a tapar parte das paredes, assim não se notava tanto a desgraça daquela cor. A maioria deles de bandas de rock e metal principalmente lideradas por mulheres, mulheres empoderadas, com voz de fazer inveja a qualquer uma, um dia gostaria de poder ser como uma delas, a frente da minha própria banda de metal, a tocar para milhares de pessoas sem nunca me cansar.

Continuando a olhar, via a minha coleção de cds do mais pesado que imaginava, uma coletânea de fazer inveja a muitos entusiastas de música.

Uma coleção de livros em base de terror e fantasia, com as histórias mais macabras já inventadas. Como eu gostava daquilo, como eu adorava aquelas histórias sanguinárias que só em livros se podem desenvolver ao seu maior ápice.

E não podia falta a minha estante de videojogos, com os mais variados jogos possíveis, mas claro os mais sanguinários estariam com menos pó e com uma aparência muito mais gasta. Eram os que mais eram jogados, gostava de ver as pessoas sofrendo nos videojogos, era uma maneira que tinha para continuar com a sanidade em perfeita condição.

Olhei para o relógio e vi que já eram horas para me levantar, teria de ir tomar um banho apesar de o apetite ser nulo, mas não podia ir para a faculdade com aquele aspeto, parecia que tinha sido enterrada e desenterrada.

As noites eram longas, pouco conseguia dormir, passava a maior parte da noite acordada simplesmente tentando dormir, mas sem hipótese, dificilmente pegava no sono e dormia o mínimo.

Mas la tive eu de me levantar a rastejar direita para o chão, mais parecia uma cobra, o que a meu ver, seria interessante ser uma por um dia, uma daquelas bem venenosas, talvez uma cascavel solta no meio da cidade podendo morder em todas as pessoas que lhe apetecesse, o que não seria difícil visto que ela gostaria de morder quase a cidade inteira. Nisso me solta uma mini gargalhada, só momentos destes faziam-me rir.

La me levantei do chão e fui para a casa de banho. Já tinha deixado aqui a roupa pronta no dia anterior, umas calças pretas rasgadas, uma camisola dos Jinjer preta com uma enorme estampa da vocalista em grande plano a cantar para o seu amado publico.

Não podiam faltar os acessórios, uma coleira com espinhos, a condizer com duas pulseiras de espinhos que também levaria uma em cada braço. E para não falar das botas pretas que sempre usei desde que comprei.

Liguei a água e enquanto ela ia aquecendo, comecei despindo a camisa de dormir e comecei a apreciar a minha barriga, tinha um pouco de gordura, mas nada demais, apesar de as vezes querer arrancar essa gordura toda com uma faca de cozinha.

Retiro depois, as cuecas e o sutiã, que me deu preguiça de tirar na noite passada e decidi dormir com elas.

Fico no espelho a apreciar o meu corpo, os seios estavam bem posicionados, pareciam maiores do que me lembrava, ainda conseguia abana-los de um lado para o outro só com o movimento da minha anca, me divertia vê-los deliciosamente abanando de um lado para o outro como duas bailarinas no lago do cisnes que nunca param quietas de um lado para o outro.

Reparo também que já será uma boa altura para pensar em fazer uma depilação numa determinada parte do corpo, não esta ainda muito grande, mas é melhor não deixar crescer muito senão vou precisar do cortador de relva para conseguir cortar esta floresta que se começa a criar. Mas também não tenho nenhum encontro sexual marcado para tão cedo então tem tempo e não me vou preocupar com isso agora.

Entretanto a água começa a ficar confortável para começar a entrar, uma água bem quente, como eu tanto gosto. Era capaz de ficar ali o dia todo, sem querer saber do mundo, só eu, a água e os meus pensamentos unidos num só ser transcendente a tudo o resto.

No final do banho, pego na toalha para me enxaguar, ao passar a toalha pelo meu corpo, começo a reparar como tenho umas belas curvas, qualquer pessoa ficaria deliciada com um corpo como este.

Começo a olhar para as curva das ancas, para as nádegas bem formadas, rijas, que ate me da vontade as apalpar e chegando aos seios, realmente estavam bem mais firmes do que me lembrava, ao aperta-los consegui ter uma ponta de prazer despertado daquele ato normalíssimo, mas que me excita como nada mais, mas mexendo um pouco mais, dou conta que realmente aumentaram um bocadinho e não era só a minha impressão.

Então depois de bem enxaguada me comecei a vestir, primeiro antes de tudo as cuecas pretas para condizer com o resto da roupa, depois um sutiã também bem normal preto, umas meias obviamente pretas vieram a seguir, vesti a camisola com aquela cantora sexy estampada nela.

As calças sempre a parte mais difícil, apesar de me ficarem bem. Sempre foi preciso paciência para as vestir, elas são daqueles modelos bem apertados então custa a passar pelas minhas nádegas. Mas la no final, depois de muito sacrifício as consegui acabar de vestir.

As botas vêm depois, calço-as e aperto os cordoes como manda a lei.

E os acessórios sem muito segredo, pois, apesar do aspeto eram bem fáceis de colocar e tirar.

Agora quase pronta, o cabelo quase seco ao natural, pois, não gostava de usar secador e preferia ir secando naturalmente, só dando uma pequena penteada.

A parte mais importante a maquilhagem, olhou primeiro para as unhas, elas ainda continuavam bem pintadas do dia anterior e de que cor devem de estar pintadas pensam vocês queridos leitores, de preto como é óbvio também que mais cor seria? Só tenho verniz preto, preto, preto e preto, há e ainda tenho mais um preto.

Mas, a maquilhagem já não era completamente preta, eu usava uma base mais branca, pintava os lábios de preto, sombra preta. E estava pronta para mais um dia de faculdade ao sair da casa de banho ouço a minha mãe me chamando que nem uma louca:

-despacha-te Ashley vais chegar atrasada e ainda tens de tomar o pequeno almoço.

-Já estou descendo mãe.

Quando fui responder já estava a bem dizer no final das escadas a dirigir-me para a cozinha.

O meu pequeno almoço era sempre o mesmo, uma taça enorme de cereais de contivessem chocolate e muito leite.

Eu tomei os cereais com calma enquanto via se havia algo de interessante nas minhas redes sociais, o que normalmente de interessante só costumava ter o anúncio de mais um concerto ou de mais um cd de alguma das bandas que sigo, sem ser isso normalmente não tinha nada mais que me interessasse.

Peguei na minha mala dos HIM, e segui em direção a porta para onde haveria um portal para uma dimensão paralela em que eu, já não seria mais eu, mas sim mais uma no meio de uma multidão de pessoas completamente diferentes de mim. E que até certa parte elas sentiam alguma espécie de ódio por mim.

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