Capítulo 33

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O chão tremia demais, estava a custar nos manter em pé.

-Temos de partir para Este, lá encontramos o mais difícil destes quatro selos, o do ar. Não faço ideia do que vamos encontrar lá.

-Vamos encontrar uma solução.

-Será que encontramos enraivecidos que morreram no ar, queda de avião e afins.

-É uma possibilidade.

Vamos partir para Este então. Tentamos andar, mas o chão tremia demais, mal nos conseguíamos manter em pé, cada vez estava pior, entre fogos, terramotos e dilúvios.

Sinceramente isto virou uma cena de algum filme de terror.

Eu não quero morrer assim, quero conseguir salvar todos. Mas esta cidade já esta condenada há destruição.

Mas não irei parar, irei salvar o nosso mundo, salvar tudo o que amo. Incluindo Rachel e Ruby.

Parei por uma estante e comecei a pensar. Mas o que será de Rachel quando o último selo ser quebrado? Nunca mais a vou poder ver? Nunca mais vou poder sentir a mulher que eu amo?

-Anda embora Ashley não temos tempo para ficar aqui especados.

-Sim... desculpa.

-Afinal o que estas aí a pensar?

-Nada... agora não temos tempo para isto.

-Concordo, então anda, temos de chegar la o mais rápido possível.

As ruas começavam a se distorcer outra vez, mas desta vez parecendo ondas, parecia mais uma viagem através de LSD, estávamos a ficar alucinadas por toda esta carga emocional, todo esse percurso.

-Vamos, não se percam.

Perseguíamos a Ruby, a nossa vida dependia disso. Ela parecia conhecer bem o caminho entre a chuva, o fogo e os terramotos que se sentia.

Olhava a minha volta e via tudo sendo destruído. Casas completamente destruídas. Toneis criados por baixo das ruas. Causadas pelos terramotos. Mas a Ruby parecia saber exatamente que toneis usar, que rua se meter para sairmos as três ilesas.

Tinha pena de todos aqueles fantasmas que tinham construído uma vida nova naquela cidade e de um momento para o outro toda a sua vida foi por água abaixo, só por causa de um capricho de salvar uma humanidade inteira de ser destruída.

Eu queria poder salvar todos, mas é impossível somos só três e temos de escolher quem salvar, não podemos salvar toda a gente é humanamente impossível, mesmo eu sendo um Diaura, a Ruby uma Manktra e a Rachel um Fantasma. Mesmo para nós as três juntas é uma missão impossível.

Salvamos quem podemos, temos de salvar os humanos que ainda não tiveram o poder de desbravar a maior parte das suas vidas. Desculpem meus queridos fantasmas, mas temos de dar oportunidade a quem ainda não a viveu.

--Estamos quase a chegar.

-Cuidado.

Ela olhou para cima e viu um monte de destroços a cair em cima de nó.

-Agarrem-se.

Conseguimos desviar dos destroços, eles fizeram um favor de criar uma rampa direitinha a capela.

Chegamos finalmente até lá, manter-mo-nos escondidas para analisar melhor o perímetro.

Por estranho que pareça, estava calmo até calmo de mais, não se via nenhum enraivecido ali por perto.

-Estão-nos a dar este selo de mão beijada?

-Não creio nisso, ele gosta de jogos, portanto algo deve de estar por acontecer.

-Seja como for vou tentar entrar antes que algo aconteça.

Desatei a correr, mas mal cheguei ao perímetro da capela. Ouvi um barulho ensurdecedor.

-Oh não, não pode ser.

-Ashley recua, estas são as trompetes do Apocalipse.

Nisso uma luz intensa aparece no céu e dela saem uma espécie de anjos.

-Bem estamos salvos.

-Não é bem assim olha com mais atenção.

Não eram anjos normais, eram anjos mortos, fantasmas anjos? Enraivecidos anjos?

-Cuidado Ashley, contam as histórias antigas que quando um anjo tenta proteger a humanidade dos deuses, esses deuses matam-nos e eles ficam com raiva da humanidade por terem sido mortos por causa deles.

-Então como os vencemos?

-Não faço ideia nenhuma, pensei que seria só uma lenda.

Tentei derrota-los das maneiras mais óbvias, tentei queima-lhes as asas, mas as asas são imunes a todo o meu fogo, tempestades de fogo e nada resultou.

Água molhar as asas, nada. Nada resultava. Parecia que eram impermeáveis, nem mesmo um diluvio vez diferença para eles.

A regeneração também não funcionava, não conseguia chegar nem perto deles, eram velozes, ultrassónicos então não conseguia me aproximar deles.

Criar paredes de terra e ataques de ervas, mas parecíamos mais estar a brincar ao gato e ao rato do que a batalhar.

Relâmpagos, tentei atirar relâmpagos contra eles e também não funcionou, acertava, mas simplesmente não acontecia mais nada.

Concentrei-me em todo o meu poder pensei na força de todos os elementos que conhecia, queria criar uma explosão capaz de derrotar todos eles.

Pensei em todo e o meu corpo começou a mudar, comecei a sentir uma força cósmica. Nisso lembrei-me da lenda de Ícaro, a lenda conta como ele construiu asas, e por voar demasiado perto do sol, o sol derreteu as asas dele e ele caiu e morreu.

Então já com o meu corpo parecendo uma galáxia. Emanei todo o poder concentrado para o céu. E por entre as nuvens uma gigantesca estrela apareceu, uma estrela grande demais para que ninguém conseguisse fugir dela. A medida que foi caindo. Foi derretendo todos os Enraivecidos anjos não sobrando mais ninguém senão nós as três.

Corremos para a porta e fazemos o mesmo ritual de sempre.

Entramos e com mais um bocado de poder quebramos o quarto selo, criando uma agitação no vento. Ventanias super-fortes formavam furacões que se juntavam aos terramotos dilúvios e fogos.

Menos um, só nos resta mais um e finalmente salvamos o mundo.

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