Capítulo 11

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No dia seguinte acordei ainda pensando no que acontecera no dia anterior. Continuava pensando em como era possível ninguém reparar no amor da minha vida, sentia-me mal, isso doía-me.

Queria que todos vissem o quanto sou feliz ao lado dela, mas parece que ninguém a consegue ver, é muito estranho.

Nesse dia decidimos ir passear pelo parte, estariam por la o pessoal que eu salvara esta semana e se calhar eles pudessem-na notar e não simplesmente ignorar a sua presença, como toda a gente estava a fazer. Era tão injusto ignorarem uma pessoa tão maravilhosa como ela.

Como sempre fiquei um bom tempo ali a pensar naquele assunto, sinceramente nem me apetecia sair da cama, só me apetecia ficar ali e chorar. Chorar por aquilo que acontecera no dia anterior, por tudo o que me aconteceu desde que a Stephanie decidiu fazer aquilo, do que acabava fazendo quando decidi ajudar aquelas pessoas. Me sentia muito confusa, sentia um misto de emoções. Sentia tristeza extrema e alegria extrema ao mesmo tempo.

Sentia-me dentro de uma das melhores e mais perigosas montanhas russas e que a sua vida era cada um dos loopings da montanha.

Sentia-me perdida, com medo e coragem.

Com ansiedade e tranquilidade.

sentia-me completamente bipolarizada. Só queria ser eu própria, queria só viver a minha vida, queria apenas viver sossegada e feliz. Será que isso é pedir muito?

Mas la me levantei para ir, tinha que ir. Não podia ficar ali para sempre, pelo menos quando estava com a Rachel, tudo parece magnifico, tirando a parte que ninguém a nota.

Como sempre dia de estar com Rachel, dia obrigatório de banho. Isso nunca poderia faltar nesses dias tão marcantes. Um banho refrescante, bem que precisava ficar ali uns largos minutos para ganhar novamente forças para voltar a suportar o dia.

Tinha a sensação que ainda iria ser um longo dia, mas mesmo assim iria sem medo, doe o que doer.

Eu quero ser feliz com a Rachel e estou me cagando para o que as pessoas irão dizer, este sentimento é mais forte do que eu alguma vez senti. apesar de isto ser muito estranho.

As horas normalmente demoravam a passar até a hora de voltar a estar com ela. Foram passando lentamente, o relógio parecia parado, sempre parado. Parecida que estava a horas no mesmo horário. A ansiedade voltava, iria começar a apresentar a Rachel ao pessoal. Como será que eles iriam reagir?

Nada disso importa iria apresentar e acabou-se, acabou-se o medo de eu ser o que sou, de eu ser como sou. Eu sou assim e quem me aceitar aceita, quem não aceitar que se vá embora. não vou esconder nem mudar por ninguém.

As horas passava e finalmente chegava a hora mais esperada.

Fui correndo para a porta, abri-a e aí veio um clarão de luz, deixando-me momentaneamente cega. Quando a luz se acalmou e consegui ver de novo reparei que estava ali Rachel me esperando outra vez.

Linda como sempre, sempre com roupas com tons de rosa e eu sempre com roupa com tons pretos. Um belo contraste diga-se de passagem. Mas isso eram pormenores que nós amávamos, nós amávamos uma a outra em cem por centro, não mudávamos nada uma na outra.

E desta vez, diferente das outras vezes, eu sai fechei aquele portar de outra dimensão atrás de mim. E comecei a correr. Tudo parecia em Câmera lenta. Sentia-me dentro de um filme romântico. Na minha imaginação sentia pétalas de rosa caindo sabe-se lá de onde. Eu sentia os meus cabelos ao vento como um anúncio de shampoo, apesar de não ter vendo nenhum.

Chegando perto dela a abracei e a beijei logo ali. não queria saber se alguém via. Só queria satisfazer o meu árduo desejo de a beijar mesmo ali, não aguentava nem mais um minuto.

Ela me beijou de volta me abraçando de seguida ficamos ali os dois abraçados por um belo período. Não queria que aquele momento acabasse, estava sabendo melhor imaginava. Ela era real, eu conseguia-a sentir com todo o meu corpo, portanto não entendia como é que eles não a notavam, e preferiam simplesmente ignorar que ela existia.

Fomos indo para o parque, como esperado estava lá o pessoal, nos chegamos de mãos dadas a beira do pessoal.

- Ola, queria-vos apresentar a Rachel a minha namorada. – disse isso enquanto apontava para ela.

-Pois, Ashley, namorada, esta bem esta.

-O que foi? – disse eu com um ar de raiva e pronta para matar alguém.

- Nada, nada. Ola Rachel. – Curiosamente eles diziam isso olhando cada um para um lado diferente e nenhum realmente olhou para a Rachel.

- Ola a todos – disse ela com um sorriso, mas continuavam como se nem tivessem ouvido e como se simplesmente ela não tivesse ali.

-Ei pessoal ela esta aqui – e apontei na direção dela.

Mas eles rapidamente ignoraram e voltaram a fazer o que estavam fazendo como se nada tivesse acontecido. Então eu e a Rachel decidimos ir dar uma voltar sozinhas.

O parque era grande então tinha muito para explorar. Eu gostava de estar ali em contacto com a natureza, fora de responsabilidades, fora dos problemas que a Faculdade me estavam a trazer. Apenas eu a natureza e principalmente a Rachel ao meu lado.

Decidimo-nos deitar um pouco na relva, aquela sensação era boa, ficar ali sobre as folhas das arvores por cima de nós, vinha pequenas brisas sobrevoando sobre as folhas fazendo-as balançar ao seu ritmo, um ritmo bem delicado que só aquela brisa era capaz de ensinar as folhas.

-Olha Rachel o que que tu achas que acontece para que ninguém repare em ti?

-Não faço ideia, isso me deixa bastante triste.

-Isto me deixa furiosa, eu quero que todos vêm como tu és magnifica, um momento eles vão ter de reparar em ti.

-Não creio que isso seja possível.

-Mas passa-se alguma coisa?

-Não nada, só que já estou habituada a que ninguém repare em mim, tu foste a única pessoa até hoje que reparou em mim.

-Como assim, em toda a tua vida eu fui a única?

-Isso mesmo, portanto não te preocupes tanto isso já é normal.

Fiquei ali olhando para ela, de boca aberta, não sabia o que responder. Ela parecia saber mais do que contava, ela parecia saber o real motivo para que ninguém repare nela. Mas porque que ela não me conta? Eu sou a sua namorada, deveria de saber tudo sobre a vida dela. Mas não ela me esta a excluir deste assunto tão delicado que me fode a cabeça e o sono constantemente. Até que ela diz:

-Não te preocupes tanto, tudo a seu tempo. Um dia saberás mais de mim do que eu própria. Portanto não penses nisso e aproveita este tempo que temos para ficar juntas.

Eu fiquei perplexa, como era sabia exatamente o que eu estava a pensar?

-Mas como sabias exatamente o que eu estava a pensar?

-Já te começo a conhecer para começar a imaginar o que vai na tua cabeça.

- A sério?

-Sim, e um bocado de sorte, um bocado de intuição feminina, e pontaria certeira.

Ambos rirmos da resposta, mas mesmo assim não me convenceu, foi como se ela tivesse acabado de ler a minha mente, mas como seria isso possível? Esse tipo de coisas não existe, deixava-me cada vez mais confusa com isto tudo.

Mas deixei esse medo delado e voltei a aproveitar o dia como sempre aproveitava quando tava com ela,para a beijar demais e acabar abraçado a ela contemplando as folhas quesobrevoavam as nossas cabeças.

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