Capítulo 15

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Só havia mais uma coisa para ser feito, antes de eu deixar completamente de acreditar que algo ali não bateria certo.

Tinha de contactar o pessoal, eles são a minha última esperança para mostrar que a Rachel é real. Se pelo menos algum deles admitir que a vê eu já ficarei feliz, apesar de não entender o porque de todos fingirem que ela não existe.

O pior foi aquela Stephanie voltar a gozar comigo a frente da Faculdade toda, fingindo que a Rachel não estava ali comigo e todos aplaudindo, estava tudo cego só podia.

Ou eu é que ando cega?

A minha cabeça anda as voltas, não consigo distinguir mais nada, eu não sei de nada. Isto esta uma confusão tão grande que já não sei o que fazer mais. Sinto-me frustrada, agonizada, humilhada, sinto tudo e mais alguma coisa. Eu quero ser feliz porra, é só isso que eu peço não peço mais nada. E agora que finalmente sou feliz com alguém, é como se essa pessoa nem existisse.

Isto está-me a dar cabo da cabeça. E não ajuda nada a minha depressão.

Começo-me sentindo em baixo, triste, como se o mundo fosse desabar a qualquer momento.

Não sei o que fazer se ficar provado que a Rachel não for real. Mas porque? Porque que tem de ser sempre a mim? Foda-se.

Eu só quero ter uma vida normal, uma coisa que parece estar completamente fora do meu alcance ainda por cima agora com isto da Rachel de eu não saber nada do que ela é, tudo indica que um ser humano não é, pelo menos agora não é. Mas um dia deveria ter sido pelo menos. Ainda não desisti da ideia de ela ser real e ate esgotar todas as possibilidades eu não vou desisti.

Decidi mandar então uma mensagem para o grupo, eu precisava de estar com eles agora. Precisava de queimar os últimos cartuchos antes de cair por terra toda a esperança que ela seja real. Porque se eles me dizerem que não a vêm também não vou saber reagir.

Não a abandonarei independente do que ela seja, mas é estranho. Eu só queria uma vida normal e agora sou gozada pelo meu estilo metaleiro, sou lésbica e namorando com uma miúda sobrenatural.

Se me tivessem dito isso a uns valentes anos atrás teria internado a pessoa, como seria possível? A droga deveria ser demasiado pesada. Mas agora vendo isto tudo acontecer, me deixa completamente paranóica.

Mas la ganhei coragem e mandei a mensagem

"pessoal preciso de estar com vocês agora é urgente encontrem-me no parque eu vou para la agora a vossa espera."

Rapidamente todos viram a mensagem e todos concordaram em la aparecer. Então voltei a pegar no braço da Rachel e puxei furiosa por porta fora.

Fechei a porta com tanta força que parecia que tinha se partido, olhei para trás e não, foi só barulho e nada mais. Se calhar danifiquei um bocadinho a fechadura, mas não haverá nada de mais.

No caminho senti a Rachel puxando o braço com força fazendo-me parar e a largar.

-Tens mesmo a certeza disto? Não te chega magoares-te cada vez mais?

-Rachel...

-Rachel nada, tu já tens provas mais que o suficiente que eu não existo, não como um ser humano. Toda a tua faculdade provou isso, os teus pais provaram isso, o que que um grupo de pessoas vai fazer de diferente? Vai continuar a dizer que não me vêm e tu vais ficar outra vez mal e ainda pior. É mesmo isso que tu queres?

-Mas Rachel se pelo menos uma pessoa te conseguir ver essa pessoa pode-me ajudar a entender o que tu és e te libertar dessa maldição que guardas dentro de ti.

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