Capítulo 32

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Senti alguém mexendo no meu corpo, não me conseguia mexer, não conseguia abrir os olhos, simplesmente só ouvi e sentia nada mais.

-Rachel chega aqui rápido.

Senti alguém se aproximar.

-Coloca as tuas mãos assim de palmas para baixo sobre o peito da Ashley, eu vou colocar as minhas por cima e vamos ter de ser fortes, vou transferir boa parte da nossa força vital para o corpo da Ashley para que ela recupere, é um encantamento muito difícil de realizar, mas estás preparada?

-Pela Ashley faço tudo.

-Então aos três. Um. Dois. Três.

Senti as mãos delas a penetrarem no meu peito, senti uma energia ser libertada diretamente nas minhas veias e aos poucos os meus olhos começam a abrir e sinto me ofegante como se tivesse acabado se ser salva de um afogamento.

O meu corpo estava quase como novo, olho para elas, e elas estavam exaustas. Gastaram demasiada energia vital para me recuperar. Pois eu sou a peça mais importante deste puzzle. Não posso perder tempo a desempenhar a minha função.

Comigo já recuperada, me aproximo delas e como no dia que descobri os meus poderes, regenerei a energia vital delas. Pois, as Manktras só conseguem partilhar a energia vital, mas nos Diaura conseguimos restaurar o de outro ser sem gastarmos a nossa.

-Obrigado Ashley, sem querer partilhei demasiada energia vital contigo.

-Eu é que tenho de agradecer se não fossem vocês, não sei quando voltaria a acordar.

-Bem agora temos de continuar para a parte oeste da cidade, lá encontramos o selo da terra, não sei que tipo de fantasmas encontraremos lá, mas se a minha intuição não falhar serão enraivecidos que morreram envenenados de alguma forma, ou seja, eles também possuem o elemento Terra/planta visto que a maioria dos venenos são feitos através de plantas venenosas. Se tudo correr bem este com algum poder de fogo acabara rápido.

Começamos a ir, mas reparamos que algo não estava bem a cidade parecia começar a libertar chamas, parecendo queimar edifícios inteiros.

-O que nós andamos a fazer?

-A acabar com o mal pela raiz.

-Destruindo a cidade?

-É preferível destruir esta cidade do que destruírem todo o mundo.

Não perguntei mais nada, vi no olhar de Ruby que ela estava determinada a salvar o mundo nem que isso lhe custasse a vida.

Começou sendo difícil caminhar, o fumo nos impedia de ver com clareza, começamos a tossir com aquele fumo, ele estava a começar a cobrir toda a cidade.

-Temos de continuar, não podemos parar agora.

Continuamos contra todas as nossas forças, os labirintos estavam cada vez mais instáveis. O tempo e mantinha instável entre fogo e chuvas, algumas cheias e ruas ardendo por completo.

Aquilo parecia uma visão do fim do mundo. Uma visão que só seria possível em um filme bem marado sobre o fim do mundo.

Mas com tanto esforço la chegamos. Parecia que a Ruby tinha razão, só se via fantasmas roxos, com auras verdes os que significava que eram fantasmas mortos por veneno, mas a maioria por venenos criados através de plantas.

Me concentrei em poderes de fogo, comecei criando bolas de fogo, mas a chuva constante as apagava, não consegui manter fogo por tempo suficiente sem que as águas provenientes das chuvas catastróficas o apagassem.

Tinha de pensar em outra maneira de vencer estes envenenados.

Neste momento eles nos perceberam e saltaram na nossa direção, continuava imóvel pensando, e assustada porque nada me surgia.

Rachel e Ruby saltaram outra vez para me proteger, elas tentaram manter todos ocupados, mas estes estavam mais fortes do que os outros enraivecidos que defrontamos ate agora, elas não aguentavam.

Nisso eles conseguiram passar por elas e arrancaram em minha direção como lobos enraivecidos, só tentando espetar os dentes na carne mais saborosa que alguma vez apareceu na frente deles.

Eu tentei fugir, mas eles eram rápidos demais, estava com medo muito medo, não conseguia pensar direito nisso tudo. Não queria ter medo, queria saber como os enfrentava, como os derrotar de uma vez por todas.

Eu me encolhi num canto quando pensei que estaria tudo acabado.

Eles saltaram para cima de mim, mas eu só me lembro de gritar

-Vão Embora.

E nessa cena inconscientemente lancei um poder de regeneração, esse poder que os fez desaparecer.

Claro como pude ser tão burra, se eles são enraivecidos por estarem infetados, quando lhes tira o veneno graças a regeneração eles desaparecem porque não são mais envenenados.

Então parti para cima um de cada vez, tocando-lhes com a palma da mão no peito, eles desapareciam de vez, e aos poucos comecei abrindo caminho, alguns fugiram, mas a maioria acabou desaparecendo graças ao poder de regeneração.

-Vocês estão bem?

-Sim estamos, só um bocado sujas, eles não estavam focados em nós então não nos fizeram nada. O que eles queriam era ir atrás de ti e acabarem contigo.

-Mas aparentemente eu consegui descobrir a tempo a maneira de os parar.

-Sim verdade, nunca pensei que regeneração pudesse ser útil para derrotar qualquer que fosse o inimigo.

-Agora temos de seguir em frente.

Me aproximei da terceira capela, voltei a colocar a mão na porta e ela voltou a desfazer-se a minha frente.

Apesar de toda a preocupação, não me sentia nem um pouco cansada e atrevo-me a dizer que ate foi um dos mais fáceis de derrotar.

Entrei dentro da capela e como já das outras vezes quebrei o terceiro selo.

Voltei a sentir a terra tremer como das outras vezes, mas desta vez mais forte e prolongado. A terra não parava de tremer.

-O que é isto?

-Acabaste de quebrar o selo da terra, ela agora não vai parar de tremer ate se libertar da GhosTown.

Sendo assim, menos um, resta dois.

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