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Lizzie

Encontro com Dayane na rodoviária. Na hora em que a vejo vindo em direção a calçada, corro até ela e abraço.

- O que está acontecendo? - ela me encara. - Você sumiu e de repente liga dizendo que vai encontrar o Nick? Com que dinheiro você vai até Cancú?

- Com o meu dinheiro. - ergo o queixo. - Peguei minha parte da herança do meu pai que a Ivone escondia em um cofre no quarto dela.

- Você é demais! - ela sorri. - Então, qual o seu plano de verdade? Não pode ir pra Cancú de ônibus.

- Eu sei. - seguro em sua mão e a puxo para dentro da rodoviária. - Vou pra outra cidade, ligo para o Nick e conto tudo. Se ele ainda me quiser, vou pedir pra ele ir me buscar, sei lá... só quero ficar o mais longe possível da Ivone.

- Tá legal, é um ótimo plano. Vamos comprar as passagens!

- Você vai comigo?

- Estava mesmo achando que eu ia deixar você ir sozinha? - franze as sobrancelhas. - Eu vim preparada. - vira de costas para me mostrar sua mochila sobre os ombros.

- Mas e o seu emprego na Casa do Taco? E seus pais? - pergunto confusa. - Na verdade, você nunca me falou deles...

- Não temos tempo pra isso. - me empurra pela rodoviária. - Vamos!

Dayane e eu chegamos até o balcão onde vamos comprar as passagens pra outra cidade. Pelo menos lá vou poder me estabilizar por um tempo e conseguir entrar em contato com Nick em segurança.

Quando a moça no balcão está prestes a nos entregar nossas passagens, escuto alguém chamar por mim:

- Elizabeth Grace?

- Sim? - me viro e dou de cara com três policiais. Junto deles estão Ivone, Arlete e Frederica.

Ah, não. Essa não!

- Você foi acusada de roubo de joias. - um dos oficiais acusa. - Queremos verificar sua mochila.

- Eu não roubei joia nenhuma! - me defendo. - A única coisa que eu tirei daquela casa antes de sair de lá foi o meu dinheiro que ela vem roubando de mim há anos! - aponto para Ivone.

- Você é muito insolente, garota! - a bruxa se aproxima. - Você poderia ir embora pra qualquer lugar, não ligo para o que você faz! Mas não vou deixar que leve minhas joias!

- Eu não peguei nenhuma joia!

- Podemos olhar sua mochila? - diz o outro policial, ele tenta ser educado e tiro as alças das costas para lhe entregar minha bolsa.

- Podem, é claro.

- Com certeza não vão achar nada aí - Dayane diz despreocupada. - E então, sua velha coroca - olha para Ivone. - , nós vamos embora!

- Vamos ver se vão mesmo. - Arlete cruza os braços e me fita com um olhar confiante.

Espero muito que ela não tenha feito o que estou pensando.

- Essas são as joias que procura, senhorita? - o policial tira de um dos bolsos da mochila um colar de brilhantes e algumas pulseiras que eu nunca vi em toda minha vida.

- São essas! - Ivone sorri e pega as joias. - Essa ladra ia sair da cidade com isso e sabe-se lá Deus o quê mais ela andou me roubando durante todo esse tempo que cuidei dela.

- Cuidou de mim?! - avanço sobre ela, mas um dos policiais me segura pela cintura me impedindo de atacá-la. - Você é um monstro! - esperneio e logo já estou chamando a atenção de todos na rodoviária. - Você me humilhou desde que meu pai morreu, sua vaca! Me fez de escrava, me humilhou!

Cinderela, eu? ✓Onde histórias criam vida. Descubra agora