Cinderela, eu? ✓

~26~

Lizzie

A duração do reality foi prolongada por causa de todo aquele incidente na floresta. Já que as eliminatórias que iriam acontecer depois da prova do mapa foram canceladas, o Garota Encantada vai durar mais que um mês e Rosie achou melhor não dar uma data definida, pois disse que mais atrasos poderiam acontecer.

Nós já voltamos para a casa em Cancún, mas o assunto sobre eu ter passado a noite com Nick ainda circula em todo lugar, o que me deixa muito incomodada. As meninas ficam sempre cochichando pelas minhas costas e nem ao menos sabem disfarçar quando me aproximo. Devem estar testando meus limites, pois estão fazendo isso agora mesmo.

- Vocês deviam ficar quietas! - Jane joga uma almofada em Sam e Lola que conversam com minhas irmãs do outro lado da sala.

 - Qual o seu problema, garota? - Sam nos encara. 

- Sabemos que estão falando sobre a Liza! - Dayane levanta do sofá. - Por que não cuidam da vida de vocês?

- Parem! - sussurro para as duas. 

- Não! - Dayane ergue a mão para mim. - Esse assunto tem que parar!

- Ela tem razão. - é a vez de Beca falar e ficar de pé.

Nesse momento Sam se aproxima, mas ela é tão alta que faz com que Rebeca pareça uma criança na sua frente.

- Chega! - fico entre as duas.

- Não estávamos falando de você.

- Não mesmo. - Arlete caminha até nós. - Acha mesmo que é tão interessante assim para ficarmos falando de você o tempo todo? - ela me olha fixamente. 

- Vai com calma aí, meu amor! - Dayane ergue o indicador. - Ela é sim muito interessante, muito mais interessante que você inclusive. Na verdade, qualquer um é mais interessante que você...

- Como é que é?!

- Mandou bem! - Jane bate palmas enquanto Beca explica para Kitty o que está acontecendo.

- Não precisamos começar uma briga, Arlete... - Frederica tenta acalmar a irmã, mas é tarde demais.

Arlete está vermelha como um pimentão, nos encarando como se pudesse nos derreter com a visão de calor do Ciclope ao mesmo tempo em que suas narinas crescem e soltam a respiração com força. Ela cerra os punhos tão forte que os nós de seus dedos ficam brancos e isso é um sinal que conheço há anos; ela vai explodir.

- Arlete - começo. - meninas, não precisamos fazer isso. Eu acredito que não estavam falando de mim... 

- Cala a boca! - minha irmã grita e franzo as sobrancelhas para seu tom. Aturei minhas irmãs e Ivone me dando ordens durante minha vida inteira, mas agora não dá mais.

- Não me manda calar a boca! - a empurro.

- Mando sim! - ela revida e logo estamos nos empurrando sem parar. - Você é insuportável, garota! Seu lugar não é aqui!

- Você tem voz de taquara rachada, Arlete! - a empurro com mais força e ela cai no chão. - Se enxerga!

- Ah, você não deveria ter feito isso! - ela se levanta na mesma hora e vem para cima de mim. Caio de costas no sofá e minha irmã tenta puxar meus cabelos, porém agarro seus pulsos e não a deixo encostar em minha peruca. - Me solta!

- Sai de cima de mim! - grito.

- Solta minha amiga, sua piranha! - Dayane a segura pelos cabelos e ela começa a gritar de dor.