Capítulo 30

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Quando o táxi para em frente ao prédio, estou dez minutos atrasada. Tiro uma nota de vinte do bolso e dou ao motorista sem esperar pelo troco. Saio do carro correndo e nem me dou o trabalho de fechar a porta. Enquanto passo pelo hall do Resort, corro os olhos por todo local, à procura de Nicholas. Entro no elevador e aperto no botão do andar que fica meu quarto. Nunca fui de prestar atenção em quanto tempo o elevador demora para chegar, mas agora me parece uma eternidade. Fecho as mãos em punhos e tento controlar minha respiração. Quando as portas finalmente se abrem, corro pelo corredor até entrar no quarto que estamos hospedados e grito:

— Nicholas!

Olho ao redor, mas não há nenhum sinal dele. Tudo parece silencioso demais.

— Nicholas! - Grito mais uma vez e o procuro no banheiro e sacada.

Meu estômago embrulha. Ele não está em lugar nenhum. Nicholas foi embora e a culpa é toda minha. Pego meu celular e digito algumas mensagens para ele, mas elas nem ao menos são recebidas. Sinto meus olhos encherem de lágrimas. Se eu não tivesse sido tão idiota ao ponto de tentar enganar a mim mesma, talvez... talvez...

Ouço o ranger da porta e meu coração acelera, de imediato. Giro nos calcanhares com lentidão, e então, o vejo. Milhões de borboletas invandem meu estômago, e prendo a respiração. Nicholas abre levemente a boca, parecendo surpreso.

— Você veio. - Ele diz, em um sussurro.

— É claro que eu vim. - Tomo coragem para falar. Caminho vacilante em sua direção e paro a poucos centímetros de distância. — Você me enlouquece, é verdade. Mas não consigo mais imaginar minha vida sem você. E essa é a coisa mais estranha, maluca e verdadeira que vou dizer em toda minha vida: estou inexplicavelmente e completamente apaixonada por você, Nicholas Carter.

Nicholas abre um sorriso de orelha a orelha e me puxa para si, acabando com toda a distância que existia entre nossos corpos. Seus lábios pressionam os meus com paixão e urgência, e quando nossas línguas se tocam, elas parecem dançar em seu próprio ritmo. Ofegantes, separamos nossos lábios e ele encosta sua testa na minha, ainda com um sorriso bobo no rosto.

— Se eu soubesse que para você se declarar era só ter ameaçado ir embora, eu já teria feito isso há muito tempo.

— Idiota. - Respondo, mas com um sorriso se formando em meu rosto.

Puxo-o pelo colarinho e selo nossos lábios novamente. Não me importo de passar a vida toda assim, apenas me deleitando com seus lábios e língua. Acho que seria uma ótima vida. Não consigo evitar, rio de meu próprio pensamento e Nicholas se afasta para me olhar, curioso.

— O quê?

— Nada. - Aperto os lábios um no outro, em uma tentativa para não rir.

— Então por que está rindo? - Ele cutuca minhas costelas, fazendo cócegas. Sem conseguir evitar, gargalho.

— Não vou dizer. É vergonhoso. - Deito a cabeça em seu peito, escondendo meu rosto dele.

— Agora só quero saber mais ainda. - Nicholas me tira do chão, e eu solto um gritinho de surpresa. Em seguida, me joga na cama e faz cócegas em mim, até eu não aguentar mais.

— Tá...bom! - Digo entre risadas, e ele para. Fixo o olhar em seu pescoço, porque não tenho coragem de revelar isso olhando em seus olhos. — Eu só estava pensando que... bom... não me importaria de passar o resto da vida beijando você.

Nicholas sorri largamente e me dá um selinho. Depois, deita ao meu lado, virado para mim, com o cotovelo apoiado na cama e o rosto na mão.

— Também não me importaria nem um pouco. Agora, já que compartilhou algo vergonhoso comigo, também irei compartilhar com você.

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