Proposta de Amor

Capítulo 5

"Tá fazendo o quê?"

Enrugo a testa. Quem pode ser?

"Quem é você e como conseguiu meu número? - Pergunto.

"O amor da sua vida.
Tenho meus contatos."

"Então o seu nome é Shawn Mendes, batata frita, ou nutella?" - Envio.

"Não. Algo melhor ;)"

"Então não é o amor da minha vida.  Adeus, estranho." - Respondo.

Guardo o celular, pois já havíamos chegado. Pietro nos trouxe em um bar da cidade. Nos sentamos à mesa e eu recebi outra mensagem. Revirei os olhos e peguei o celular novamente.

"Você ainda não me disse onde está."

"E por que eu diria?" - Pergunto.

"Porque eu quero saber e você vai me dizer"

"E quem é você para me obrigar?" - Envio.

"Nicholas Carter Martinez."

"Obrigada por me avisar, seu número será bloqueado com sucesso ;)"

"Aliás, você gostou do que eu fiz com seu carro?" - Envio em seguida.

"Foi você?! Não deveria ter feito isso, agora vai se arrepender."

"É o que vamos ver. Bye-bye Nicolau!"

Desligo o celular e fico ouvindo entediada toda a conversa chata dos pombinhos. Hashtag tédio total. Me levanto da mesa e vou me sentar em uma das banquetas altas e de madeira próximas ao balcão.

— Deseja alguma coisa? - Pergunta o garçom. Ele até que é bonitinho.

— Depende, se for por conta da casa eu aceito. - Sorrio divertida, o que o faz rir.

— O que vai querer? - Pergunta ainda rindo.

— Um X-Tudo, duas porções de batata frita, uma latinha de Coca e um pastel de frango. - Respondo na maior normalidade do mundo.

O garçom me olha com os olhos arregalados, provavelmente pensando que como muito para o meu tamanho.

— Relaxa, estou brincando. Só uma água mesmo. - O tranquilizo com um sorriso. Ele ri de nervoso e vai buscar a água. Tomo alguns goles enquanto observo algumas pessoas que estão no estabelecimento, apenas para me distrair.

Alguns minutos depois, um homem que aparentava ser uns sete anos mais velho que eu, sentou-se ao meu lado.

— Posso te pagar uma bebida? - Pergunta de forma galanteadora.

— Não, mas pode me pagar uma batata-frita. - Ergo às sobrancelhas para ele. O homem dá uma risadinha.

— Direta, gostei.

Ele começa a puxar assunto, mas parei de prestar atenção quando ele começou a se gabar de suas conquistas, então apenas assentia de vez em quando enquanto comia minha batatinha. Quando ela batatinha acabou, fiquei triste, mas tive que superar. Ok, talvez eu seja um pouco dramática.

— Me passa seu número? - O homem,  que eu nem ao menos sei o nome, me pergunta.

— Desculpa, mas meu único interesse era na batata-frita. E agora que ela acabou, eu vou indo. Boa noite. - Pulo da banqueta e saio de perto dele e do balcão.

Procuro uma ruiva alta por todo o lugar, mas não encontro. Será que ela já foi embora? Não, ela não faria isso comigo. Ou será que faria? Olho às horas no meu relógio de pulso e quase dou um pulo. Faltavam apenas dez minutos para a meia-noite. Ligo meu celular e me deparo com uma mensagem de Caitlin.