Cap 08

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"Arriscar" expor a riscos, sujeitar-se, aventurar-se, uma palavra com muitos significados, uma palavra que nunca se fez presente na vida de Regina Mills, ou pelo menos na vida pessoal. Quanto ao trabalho investimentos exuberantes e corajosos eram feitos pela morena, mas e sua vida pessoal? Quantas vezes a responsável Regina se arriscou? Quantas vezes perdeu a razão? Quantas vezes amou sem freios ou medo?
Nunca, Regina Mills jamais entregaria seu "coração" para alguém apenas romper, mas como poderia saber se nunca tentou? A vida é feita de riscos, Entrar na água sem saber nadar direito, pular de paraquedas, amar sem limites, fechar os olhos e apenas sentir. Alguns riscos maiores que outros, mas todos com seus significados, talvez sair de casa em meio a chuva pareça algo simples para alguns, mas para outros talvez seja o maior dos desafios.
Para Regina o maior desafio seria fechar os olhos e confiar em alguém, confiar de corpo e alma. Os olhos castanhos agora vidrados no oceano profundo das íris a sua frente mostravam o medo, mostravam o receio, mas ainda assim mostrava vontade. Mills queria se arriscar, o loiro havia retornado com sensações que a muito foram esquecidas.
As pupilas dilatadas faziam o azul quase desaparecer mostrando o quão fixo era seu olhar nas orbes castanhas. Robin jamais havia avistado um olhar tão profundo, intenso e misterioso, o loiro queria plasmar os olhos dela em uma grande tela, apenas para olhar as orbes cada dia da sua vida.

--Então… --Regina estava começando a se incomodar pelo olhar fixo do loiro. --Eu preciso voltar para o hotel…

--Claro, mas eu pen… pensei que talvez queira ir para o meu hotel, Não que eu queira insinuar algo! Talvez apenas quisesse conversar ou beber, eu não sei, o que gosta de fazer?
--Robin falou um pouco embolado e a morena riu deixando o homem envergonhado. --Eu sou um desastre, é que faz tempo que eu não... --Ela sorriu e tomou a mão do pintor deixando uma curta carícia.

--Eu adoraria, beber está bom. --Robin sorriu abertamente e sentiu o frio de seu corpo esvair-se dando lugar ao calor reconfortante que a tempos não sentia.

--Então vamos Milady. --O casal saiu do local fechando as portas e Robin parou um momento olhando para o prédio a sua frente. Felicidade definia os sentimentos do loiro, ele não sabia explicar porquê, então apenas abraçou o que estava sentindo, deixou-se aceitar que sua vida estava caminhando a tempos e que deveria segui-lá.

--Locksley? --Regina estranhou o modo como o loiro observava perplexo o cartaz da exposição.

--Desculpe, podemos ir. --Mills dirigiu o carro com o auxílio do loiro, poucas vezes havia estado em Madrid sem a companhia de seus pais. Entretanto, Robin conhecia a cidade como a palma de sua mão, durante o caminho o pintor contava histórias sobre algumas casas antigas que haviam no caminho, algumas vezes Regina ria sabendo que eram apenas contos, outras podia sentir a verdade e a emoção com a qual o loiro contava. A morena estava encantada, Robin era uma pessoa interressante de conversar, qualquer assunto que ela começava o loiro continuava com facilidade.
Assim que chegaram Regina ficou surpresa com o hotel no qual o loiro estava hospedado, era um prédio antigo, mas parecia bem cuidado, tinha apenas três andares, localizado em uma rua pequena, um tanto longe do centro.

--Bonito não é? --O loiro perguntou ao ver a empresária perplexa parada na entrada. Regina apenas concordou, estava maravilhada com o lugar, por dentro era aconchegante, as paredes continham um papel de parede vermelho com flores douradas que parecia um pouco desgastado, do lado direito havia uma escada grande, já ao lado esquerdo havia um balcão onde um senhor de idade estava sentado atrás completamente adormecido, as chaves dos quartos estavam na parede atrás do homem protegidas apenas por um vidro que se encontrava entreaberto. Robin levou o dedo indicador até os lábios e fez sinal de silêncio, depois sorriu e começou a subir as escadas seguido pela morena. Chegaram ao terceiro andar e Mills entendeu que precisava voltar a fazer exercícios com mais frequência. O loiro abriu a porta do quarto e permitiu a entrada da morena primeiro, Regina analisou cada canto do pequeno quarto, não era como os lugares onde ela costumava ficar, era pequeno, havia uma cama de casal coberta por mantas brancas com estampas azuis, um abajur de cada lado da cama, havia uma sapateira que parecia caber no máximo três pares de sapato assim como a pequena cômoda que ficava do lado oposto a cama parecia suportar uma quantidade pequena de vestimentas.

ENCONTRO ARRANJADOOnde histórias criam vida. Descubra agora