Cap 18

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Sejamos como a primavera que renasce cada dia mais bela... Exatamente porque nunca são as mesmas flores.

Clarice Lispector

As flores da cidade de New York desabrochavam como todos os anos durante a primavera, cada uma com sua beleza única e especial, renascendo e trazendo esperança para aqueles que acreditam. Mas uma flor em meio a tantas se destacava aos olhos do pintor, sentado sob uma cerejeira com seu caderno repleto de páginas brancas, e o âmago repleto de sentimentos, Robin admirava a forma como Regina tocava as pétalas das pequenas flores rosadas, o vestido longo e florido planava com a brisa fresca, assim como os cabelos escuros. O sorriso do qual o loiro tornou-se amante estampava o rosto angelical, Robin amava a primavera, mas olhar a morena radiante entre as flores tornou a estação ainda mais significativa.
Robin costumava dizer que cada artista encontrava sua inspiração, algo que o fizesse suspirar e então a obra de arte era feita sem muito pensar. Ele estava certo, observar Regina fez suas mãos trabalharem por si sós, abriu o estojo que trazia e começou a desenhar o momento. A morena estava completamente relaxada, algo que era difícil nos últimos tempos, mas o pequeno ser que carregava dentro de si fazia a Mills transpirar amor. Regina levou as mãos até seu ventre marcando brevemente no vestido e acariciou voltando o olhar para o céu, sentindo a brisa frígida tocar seu rosto. Logo voltou-se para o loiro que parecia concentrado em seu caderno, era hábito de Robin, ele jamais saíra de casa sem o caderno e o estojo com lápis de todas as cores, o pintor dizia que a inspiração poderia vir a qualquer hora do dia, e com Regina o artista sentia a inspiração transbordar.

--O que está desenhando? Posso ver? --Regina perguntou sentando ao lado do pintor. Uma das coisas que o loiro havia aprendido era que a morena poderia ser muito curiosa as vezes. Robin riu brevemente quando um bico formou-se nos lábios carnudos.

--Claro que pode. --O loiro mostrou seu esboço e a morena sorriu. Robin havia desenhado o momento exato em que Regina tocava as flores e seu ventre, mesmo sendo apenas um esboço, a mulher era capaz de ver o movimento do desenho, a vestido ao ar e seus cabelos em meio a brisa.

--Você é incrível, está lindo. --Robin voltou a desenhar com um sorriso ainda maior no rosto. Regina deitou-se sobre a grama verde do Central Park e sorriu ao observar as árvores repletas de flores coloridas.

--Nervosa com o almoço? --O loiro perguntou ao ouvir o suspiro de Regina.

--Bom, não é todo dia que conheço os pais do meu namorado, ainda mais estando grávida. --A morena riu nervosa.

--Meus pais vão amar você. E sempre quiseram outro neto. --O pintor falava sem desviar os olhos do desenho.

--Eles gostavam da Meg? --Regina perguntou mordendo o lábio inferior.

--Tudo bem. --Robin deixou o caderno de lado e dirigiu o olhar para a namorada. --O que realmente está passando aqui dentro? --O loiro levou o dedo indicador até a testa da morena que fez uma careta em resposta.

--E se eles acharem que eu não sou tão boa para você? Você disse que Meg era incrível. --Regina voltou a olhar para o céu. --Quero que os seus pais gostem de mim. --Ela não se importava com a opinião de outros, mas eram os pais do Robin, o loiro dela, o pai do filho que estava carregando.

--Regina. --O loiro chamou a atenção da mais nova. --Meus pais querem que eu seja feliz. Gostavam da Meg porque ela me fazia feliz, agora vão gostar ainda mais de você. Não se compare a minha falecida esposa, Meg se foi, eu amo você, não comecei a namorar você porque é igual a ela. Regina Anne Mills, você é a mulher mais incrível que eu já conheci, por isso estou com você e por isso meus pais vão te amar. --Robin tocou a ponta do nariz de sua amada.

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