✩ 𝕖𝕦 𝕤𝕠𝕦 𝕞𝕦𝕚𝕥𝕠 𝕔𝕠𝕧𝕒𝕣𝕕𝕖 𝕞𝕖𝕤𝕞𝕠... ✩

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scene eight

lembrança

Amber não conseguia tirar da cabeça a voz da garota que ficava quieta no parque. E o que ajudava naquela constante memória era aquele desenho de flor que vendeu para a garota. Havia percebido que as pessoas escolhem se irão perceber a presença alheia ou não, pois sempre via a tal garota, porém só aquele dia havia sido vista por ela. Sendo que ela sempre esteve ali.

Se antes Amber já se via interessada na desconhecida do parque, agora ela estava ainda mais interessada não só nela, como também em querer saber o que se passava na cabecawda garota ao comprar aquele desenho.

Nunca mais trocou uma palavra ou olhar sequer com ela até então, pois tinha medo de ser levada a mal. E se a mulher achasse que Amber fosse querer forçar uma amizade? Isso era tudo o que ela menos queria, pois agora Amber não queria que ela simplesmente sumisse e levasse a sua bela voz consigo.

A única coisa que Amber estava curiosa para saber — bem, pelo menos, no momento — era o nome que a garota atendia por. Naquela tarde, semanas atrás do dia em questão, Amber queria saber tudo, incluindo isso, porém ela é uma covarde e nunca teria coragem de perguntar.

A garota acaba de perceber que, mesmo sendo extrovertida, não conseguia de jeito nenhum falar com a desconhecida das palavras cruzadas. Já tentava tomar coragem para fazer uma perguntinha besta para ela. Apenas conseguia olhar, e vez ou outra, fingia alguma tosse para que a outra ao menos a notasse.

Porque era tão difícil se levantar e apenas perguntar para uma garota o seu nome? Isso era um questionamento que martelava na cabeça da garota de cabelos mais curtos já faziam horas.

Então, antes que tomasse coragem, viu a garota se levantar do banco e arrancar dez mil wons do bolso. Ela viria comprar outro desenho? Amber apenas tornou a olhar para o papel e fingir que nada acontecia.

— Oi. — a garota falou com um ar confiante e sério.

A garota tirou um dos fones e olhou para a outra. Amber sentiu-se estranha por ter quase certeza de que a garota não se lembrava dela. Se achava completamente esquecível, já que em sua visão não era nem feia nem bonita, e pelo visto a mesma não tinha visto nenhum aspecto de sua personalidade para se lembrar tão bem de sua existência. Apenas sabia que ela vendia desenhos.

— Eu me lembro... D-de você... — falou com a voz trêmula e logo se xingou mentalmente pelo nervosismo que transparecia muito bem em si.

A estranha sorriu de volta, o que fez Amber sentir alvo estranho no peito.

— Quer um desenho? — perguntou, dessa vez conseguindo controlar a fala, porém suas mãos ainda tremiam.

A estranha respondeu que queria. Então Amber assentiu, voltando a olhar para o caderno, e ao invés de começar a desenhar, folheou-o rapidamente, e decidiu lhe entregar um desenho que havia feito dela, porém com aspectos que lembravam ela mesma. O nome do bar onde Amber tocava guitarra estava estampado ali, pois ela já tinha a esperança de um dia esntregar esse desenho para a mesma e esperar que ela a procure.

A desconhecida levou a mistura de notas e moedas até Amber, que num impulso segurou seu pulso com uma mão e as pontas dos dedos com outra. Fechou a mão da garota e a levou até o corpo da mesma.

— Não quero pagamento. — falou num tom forte que jamais imaginaria que falaria com a garota.

— Por que? Você se lembra de mim e ainda não quer que eu te pague? Não tem como, sou muito esquecível. Você sequer sabe o meu nome.

Ela é esquecível? Amber não imaginava que ela se sentisse assim, já que não é verdade. Ela é linda e deve ser muito inteligente.

— Te achei bonita. — respondeu, ainda sem acreditar que conversava com a garota que já era apaixonada faziam meses.

— Eu? Bonita?

— Eu achei. — tirou um maço de cigarro do bolso, juntamente com um isqueiro. — Qual o seu nome? — perguntou enquanto acendia outro cigarro.

— Victoria.

Colocou o cigarro na boca e então falou:

— Meu nome também é ocidental.

— Como é seu nome?

Sua mente foi consumida pelo desespero e logo, num impulso, fez com ela a brincadeira que costuma fazer para ver se os outrs achavam se ela parecia um homem, o que era importante, já que como era lésbica e fumava, não poderia ser uma mulher.

— Descubra.

Amber fechou o caderno e começou a catar suas coisas, afinal já era hira de ir ao bar.

— Você vai embora assim? Sem nem me dizer seu nome?

— Dê um palpite.

Victoria coçou a mão, então antes que a fumante fosse embora, deu seu primeiro palpite.

— Bella?

Bella? Ela acertou seu sexo? Como isso era possível, será que ela deveria falar logo que se chamava Amber ou continuar a brincadeira?

Decidiu continuar. Estalou os dedos, dando a entender que Victoria havia acertado.

— Eu acertei?

— Não. Passou longe. Mas tirando o L, tem essas mesmas letras.

— Tem B, A e E?.

A fumante apenas sorriu e se virou, dando passos lentos e saindo do parque aos poucos.

E só quando chegou ao bar percebeu que a covaedia a impediu de explicar que trabalha num bar como guitarrista. É claro, era de se esperar. Amber era mesmo uma burra apaixonada. Talvez nunca mais encontraria a garota e se encontrasse ela teria que arrumar uma boa desculpa para ter escrito "Even So" no desenho.

— Eu sou muito covarde mesmo.... — se xingou antes de tirar o cigarro da boca e adentrar o bar.

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nota: att no dia errado dnv ✌✌ e provavelmente eu va postar outra mais tarde ou amanha, sla.

love, drawings & cigarettes | amtoriaOnde histórias criam vida. Descubra agora