Margot
Eu deveria ter ficado com Clair e Mad. Deveria ter ido ao almoço. Certamente, estaria mais segura do que estou agora.
- Para onde estamos indo, então? - eu pergunto, tentando não demonstrar todo o meu desespero. Não que eu estivesse com medo de Luke ou qualquer coisa do tipo, mas tinha medo do que nós nos tornávamos quando estávamos sozinhos; do que eu me tornava, em particular.
- Vamos passar no meu escritório antes de eu te levar pra casa. - ele responde, tirando o óculos do rosto e colocando no porta-chaves do carro.
- O que tem para fazer é tão urgente que não pode me deixar em casa antes? - questiono.
Ele dá uma risada curta.
- Na verdade, não. Mas achei que seria uma oportunidade para cumprir o meu convite. - Luke me olha. - De conhecer o meu trabalho. Além disso, sei que você não tinha nada pra fazer de verdade, só queria escapar do almoço.
Embora eu devesse dizer que não queria, exigir que ele me levasse de volta para casa com o combinado, eu não consegui dizer nada, porque, no fundo, a ideia de passar mais algum tempo com Luke me animou.
O caminho não foi tão longo como eu esperava, logo estávamos mais ao centro da cidade. Luke passou a maior parte do tempo em silêncio, assim como eu, e de vez em quando batucava o dedão no volante enquanto cantarolava baixinho uma música que tocava no rádio.
Ele reduziu a velocidade quando chegamos perto de um prédio não muito alto, em comparação à arquitetura local - talvez quatro andares. Não dava para saber ao certo, já que era todo recoberto com uma superfície refletora. Luke dirigiu em direção ao estacionamento no subsolo, passando pelos guardas da portaria, que permitiram sua passagem rapidamente. Não demoramos muito tempo para estacionar, já que seu lugar já era reservado ali. De qualquer forma, havia mais motos e bicicletas no estacionamento inteiro do que carros, o que eu achei curioso.
Pegamos o elevador até o quinto andar, o qual supus ser o último, e assim que chegamos no piso, não pude esconder a surpresa. O lugar era mais amplo que o externo deixava transparecer, e também muito claro. À minha frente, uma parede de vidro recobria toda a extensão do escritório, de uma ponta a outra. Para ser sincera, não acho que chamaria esse lugar de escritório. Era muito diferente do escritório de Ross ou do meu pai.
E o que mais me chamou a atenção foi o fato de não encontrar ternos, paletós, blusas de seda ou saia lápis. Todos os funcionários vestiam roupas despadronizadas, ao estilo próprio. Tinham mesas brancas num padrão bem organizado, porém, e pareciam decorar à sua maneira.
- Margot? - Luke me chama de repente e percebo que ele caminhou um pouco à frente, enquanto eu continuei estatalada em frente ao elevador. Com um sorriso pequeno no rosto, ele tem sua mão estendida para mim, e eu a pego, voltando a andar de novo. - O que foi?
- Nada. Só é... diferente do que eu esperava. - digo com sinceridade. Quando percebo que ainda seguro sua mão enquanto caminhamos, eu a solto, e passo pelo meu cabelo para disfarçar. - Em comparação ao escritório do Ross e do meu pai, eu quero dizer.
- Imagino. - ele sorri. - Bom, nós vamos dar um pulo na minha sala, tenho que resolver uma coisa e então podemos conhecer mais do prédio, tudo bem? Só vai levar um minuto.
- Mhm. - eu murmuro concordando. À esquerda da sala ampla, tinha outra construção, separada por outra parede de vidro, com uma mesa isolada. Luke segue em direção a ela, passando por uma mesa em frente à porta, onde uma mulher de cabelo loiro com mechas azuis sentava, e sorriu ao vê-lo.
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Maldives || l.h. (Completa)
FanfictionMargot está prestes a realizar o grande sonho da sua vida: se casar. Durante uma viagem às Maldivas da sua (quase) despedida de solteira, ela conhece Luke, que desafia todas as verdades que tinha para si. Entre a paixão, desejo, dúvidas e dor pelas...