Maldives || l.h. (Completa)

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Nota.: escrevi esse capítulo em terceira pessoa, porque achei que seria uma visão boa agora da história. Espero que vocês gostem ♡ boa leitura!
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Margot Clifford sempre foi uma boa garota.

Desde que consegue se lembrar, ela buscou ter as atitudes corretas, que levariam as pessoas ao seu redor a fazer essa mesma avaliação. Suas vontades sempre ficaram em segundo plano, a não ser, claro, quando eram coincidentes com as vontades dos outros - seus amigos, pais, e até mesmo do seu namorado.

Nunca, nunca, pensou em ser nada além disso. Uma boa garota.

No entanto, ela não fazia ideia de quando isso mudou. Foi como uma chave - em um momento, de repente, ela passou a fazer coisas que não lhe cabiam. Margot mentiu para suas duas melhores amigas, mentiu para seus pais e usou o irmão para compactuar com tudo isso. Margot traiu o namorado, a quem jurou amar.

E isso também incluía o que estava fazendo naquele exato momento. Ao tirar seus saltos e carregá-los nas mãos, para que pudesse ganhar velocidade ao correr, Margot percebeu que ela não podia ser uma boa garota. Não mais.

Não com Luke ao seu lado, estendendo a mão para que ela pudesse pegar, enquanto os dois corriam pelo gramado que cobria todo o quintal da frente, da casa de Jack. Ninguém sequer havia reparado que os dois tinham deixado a festa, não havia uma só pessoa atrás deles, mas a adrenalina corria em ambas as veias com o pensamento de serem descobertos.

Quando chegaram na entrada da casa, no meio da rua, com uma fileira de carros estacionados, Luke puxou a mão de Margot para o seu. Com a respiração pesada, ela se sentou no banco do carona e esperou Luke, que atravessava o carro depois de fechar a porta da garota.

- Para onde estamos indo? - Margot perguntou, a voz trêmula pela garganta seca.

Luke se sentou, colocando a garrafa de champanhe - que havia pegado na cozinha da casa antes de deixá-la - cuidadosamente no banco de trás. Um sorriso eufórico tomou conta de seu rosto ao olhar Margot, seu cabelo se desmanchando, os fios se soltando, seu rosto rosado pela corrida esbaforida e, por último, um sorriso hesitante brincando nos seus lábios vermelhos de batom.

- Você vai ver. - ele se conteve em dizer, colocando o cinto e gesticulando para que Margot fizesse o mesmo. Ela, por sua vez, mesmo curiosa, se manteve calada, já que sabia que Luke poderia ser quase tão teimoso quanto ela quando queria.

Luke deu a partida no carro, saindo da vaga onde estava e da rua cumprida. Depois de dois quarteirões, pegou a estada principal, um caminho que tanto conhecia. Havia o feito diversas vezes quando ainda morava em Sydney, com Ashton e Calum... e até mesmo com Amy, mas aquelas já eram lembranças que o garoto loiro tentava não associar ao lugar.

Margot, por sua vez, tentou apaziguar sua curiosidade o máximo possível, abrindo a janela ao seu lado e apoiando o queixo nos braços cruzados sobre ela. O vento batia no seu rosto com a brisa fresca que vinha do litoral e ela fechou os olhos por uns instantes.

Embora tudo aquilo fosse verdade, embora já não se sentisse mais como uma boa garota, Margot pôde se sentir uma garota pela primeira vez em tempos. Se sentiu uma garota com seu namorado, sem a correria do dia-a-dia, sem as pressões do planejamento do próprio casamento e sem a necessidade de ser alguém quem conseguia agradar a todo mundo. Era apenas uma garota no carro com o garoto que gostava.

E era exatamente esse imagem que Luke podia ter dela agora. Seus olhos furtivamente percorriam a imagem de Margot por alguns meros segundos, desviando da estrada à sua frente, apenas para contemplar a beleza da garota ao seu lado. Era muito diferente da Margot que conheceu no seu primeiro dia na ilha, mas de uma forma boa. Juvenil, radiante, como se fosse o Sol particular de Luke. Ele conseguia enxergar a garota que queria ter conhecido antes de Amy e antes de qualquer outra mulher que tocou nesse meio tempo. Luke via a menina que levaria ao baile de formatura, aquela que sua mãe conheceria e desejaria ter sido sua filha mulher, e que seria o centro do universo dele, assim como ela era agora. Ele a amava. E, além de tudo, estava apaixonado.