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Margot

- Michael, o que aconteceu? - eu pergunto, com certo desespero.

- É o pai, ele... - Mike se interrompe e parece reconsiderar o que ia dizer. - Só, por favor, vem logo.

Meu coração parece que vai explodir pela velocidade com que bate no momento. Michael desliga a chamada e eu olho para Luke, que me olha confuso e com expectativa.

- O que foi? - ele pergunta.

- Pode me levar pra um lugar? - peço.

- Claro, vem. - Luke coloca a mão na base das minhas costas e voltamos para o carro, estacionado na calçada da rua onde estávamos. - O que aconteceu, Margot?

- Meu pai... eu não sei, Michael não quis me dizer muita coisa. Ele me pediu pra ir para um hospital... - com as mãos trêmulas, digito o endereço do hospital no celular enquanto me sento no banco do carona. Era o mesmo para o qual eu e minha família íamos em alguma emergência. Luke entra em seguida e eu mostro o mapa para ele.

- Aconteceu alguma coisa com seu pai? - ele pergunta, assim que rapidamente dá a partida e desce a calçada, fazendo o contorno assim que pôde e voltando para o centro da cidade.

- Sim, eu acho que sim. - a essa altura, minha voz está embargada, trêmula, pensando nos piores cenários possíveis. O que seria tão ruim que Michael não poderia ter me contado pelo telefone? Meu pai estava bem? Estava internado ou sofreu alguma lesão? Todas as perguntas rodeavam minha cabeça e o ar parecia rarefeito demais para mim.

-Margot. - só percebo que estou hiperventilando quando Luke põe uma mão no meu ombro e afaga. - Se acalma, por favor. Está tudo bem, nós já vamos chegar lá.

Eu faço de sim com a cabeça, embora não conseguisse ouvir o que ele diz. Simplesmente não conseguia controlar minha ansiedade, mas procurei controlar a respiração.

Mal percebo quando chegamos na porta de um prédio de fachada bege e com muita janelas, onde Luke para. Ele se vira para mim e, com os olhos preocupados, pergunta:

- Quer que eu vá com você?

Eu queria muito poder dizer que sim, pedir para que ele me acompanhasse, como se ele pudesse me ajudar caso tivesse uma notícia pior do que a que eu esperava. Mas não podia, eu não poderia explicar a presença de Luke comigo naquele momento a ninguém, então fiz que não.

- Estou bem. - minto. - Eu vou agora...

- Vou esperar uma resposta sua. Se precisar de alguma coisa, por favor, me liga. Entendeu?

Eu faço que sim com a cabeça e ele me dá um beijo na testa, se despedindo. Mal consigo pronunciar um tchau, e pelo o que consigo ouvir da minha própria voz, acho que não emiti som algum.

Saio do carro e corro para dentro do prédio, olhando em volta e buscando uma recepção. Uma enfermeira me olha e parece preocupada. Estou prestes a apelar para ela e perguntar onde está meu pai, quando Michael aparece no corredor, vindo até mim quando me vê.

- Margot! - ele sinaliza e eu suspiro de alívio. - Vem comigo.

Michael pega minha mão e me leva até o elevador, onde aperta um dos botões. Não consigo nem perceber para qual andar estávamos indo, eu não via quase nada além da figura de Michael, enquanto esperava com expectativa a sua resposta.

- O que aconteceu, Michael?!

Ele suspirou fortemente e parecia debater internamente. Meus olhos ansiosos buscam alguma pista nele, que diga o que está acontecendo e qual a gravidade da situação, até que ele se pronuncia.

Maldives || l.h. (Completa) Onde histórias criam vida. Descubra agora