Maldives || l.h. (Completa)

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Obs: sugestão - leiam o capítulo ouvindo 'Monster In Me' da Little Mix. Boa leitura ♡
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Margot

Eu gostaria de dizer que tudo na minha vida era certo, que todas as minhas escolhas foram justas e que nunca fui capaz de magoar uma só alma.

Mas eu não podia.

Não podia porque eu me sentia diferente. Não podia porque assim que Luke encostou os lábios nos meus, eu retribuí imediatamente. Não podia porque eu gostava da sensação da minha pele queimando sob seu toque.

Suas mãos ainda estão no meu rosto quando sua língua pede passagem para a minha boca. Seu gosto é doce, o mais gostoso que já tive o prazer de provar. Era como se ele soubesse exatamente o que fazer comigo quando me tocava. Era como se ele fosse feito perfeitamente para mim.

Meu coração já bombeia o sangue tão rápido que posso senti-lo correr nas minhas veias. Minhas mãos vão para sua nuca e eu o puxo mais para mim. Deus, como eu o quero. Era como se seu corpo irradiasse exatamente o que o meu precisava.

Suas mãos vão para minhas costas, descem e chegam à minha cintura e ele me empurra mais contra a porta. Um gemido baixo escapa dos meus lábios e reverbera nos seus, mas sua boca não deixa a minha.

Luke reage a isso imediatamente e posso sentir a pressão que sua cintura faz contra mim. Levo minha mão ao seu cabelo e o puxo levemente. Ele desce seu rosto para minha mandíbula, traçando beijos que chegam ao meu pescoço. Sinto seus lábios trabalharem intensamente e mordo meu lábio para poder conter os sons. Mas assim que ele suga a pele sensível, é inevitável.

Infelizmente, não é toda minha racionalidade que vai pelos ares e assim que eu me recobro sobre o beijo no pescoço, lembro que isso pode deixar uma marca. Muito a contragosto, afasto Luke levemente, com as duas mãos no seu peito.

Estamos ambos sem fôlego quando ele sobe o rosto de novo para me olhar. Seu peito sobe e desce num ritmo tão acelerado quanto o meu. Seus olhos brilham, o azul mais intenso que já vi.

- Por favor, não foge de mim hoje. - ele sussurra. Eu balanço a cabeça suavemente.

- Não vou.

Luke e eu ainda precisávamos discutir tantas coisas. Mas nada mais deveria ser dito naquele momento, nada. O beijo e as palavras dele, dessa vez, era tudo no que eu queria pensar.

Depois de algum tempo, decidimos que seria melhor que ele me levasse para casa, a tarde já havia chegado e daqui a pouco ou Michael ou Clair estariam me ligando para saber do meu paradeiro.

Ao contrário do que pensei, o clima no carro não foi de constrangimento. Pelo contrário - Luke e eu conversamos sobre coisas divertidas, histórias aleatórias, e tudo estava divertido demais até eu cair na besteira de incitar algo que ainda não estava bem.

Ele contava uma história sobre sua adolescência, quando convidou uma menina para ir ao casamento de sua tia. Contou por semanas para todo mundo da sua família que estaria acompanhado, até que no dia, a menina desapareceu.

- Como assim? - pergunto.

- Mais tarde descobri que ela tinha se mudado, mas não falou nada para mim. - ele sorri com a memória. - A garota estava há quilômetros de Sidney e eu ainda esperava ela no casamento da minha tia.

- Eu não acredito! - eu rio. - E sua família, o que disse?

- Os mais novos, meus primos, me perturbaram, claro. - deu de ombros. - Mas com razão. Eu fiquei especialmente egocêntrico por ser o único da minha idade que iria acompanhado. Os mais velhos sentiram pena.