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Margot

Acordei completamente desorientada pela manhã.

Primeiro, estranhei a cama em que estava deitada. Não era a minha, ou a de Ross, ou da casa dos meus pais. Aos poucos, as memórias foram voltando.

Era a cama de Luke. Dormi aqui depois de passar a noite toda com ele. Ainda com os olhos meio fechados pelo incômodo de ter acabado de acordar, eu olho ao meu redor. Luke não está comigo na cama, nem no quarto.

Antes de me levantar e esticar o corpo, eu reparo no que estou usando, uma camisa branca grande e larga. Isso reviva algumas lembranças.

Luke se levantou da cama e andou até a escrivaninha, pegando a garrafa de vinho e colocando um pouco em ambas as taça. Ele as pega e leva uma até mim.

- Estou bem. - recuso, mas ele insiste.

- Você está tensa, Margot. Toma um pouco e relaxa. - diz.

Luke estava certo, eu estava tensa. Eu não queria perder a consciência da noite de hoje, mas percebendo que estava longe disso, decidi aceitar. Luke também bebeu, para me acompanhar, suponho, já que ele mesmo apresentava uma postura muito mais tranquila e relaxada que a minha.

Vê-lo agir tão naturalmente, tão à vontade, me fez pensar que talvez eu estivesse sendo boba por estar tão nervosa assim.

Luke colocou as taças de volta na escrivaninha quando terminamos de beber. Tomei esse tempo para observá-lo com detalhes, a flexão dos seus músculos dos ombros ao se mover, o modo como seu calça pendia no quadril, o modo como seus cachos emolduram seu rosto perfeitamente.

Ainda com as memórias vindo à minha cabeça, decido ir ao banheiro para jogar uma água no rosto e despertar.

De frente para o espelho, eu suspiro ao ver a bagunça que está meu cabelo. Pega uma escova que está em cima da bancada e penteio, prendendo em um coque para ajeitar. Já que não tinha uma escova, coloco um pouco de enxaguante bocal e cuspo.

Depois de jogar uma água no rosto, observo melhor o meu reflexo e outra parte da noite me vem à tona.

Luke manteve seu corpo acima do meu, se apoiando nos cotovelos, enquanto beijava meu maxilar e logo depois, meu pescoço. Quando chegou perto do meu ouvido, sussurrou:

- Você é muito linda.

Senti seus lábios no meu pescoço e o momento em que sugou minha pele. Mordo meu lábio inferior na tentativa de conter os sons que queriam escapar.

Sentia suas mãos escorregarem pelo meu tronco até minha cintura, onde apertou. Continuou até chegar ao meu quadril e, por algum tempo, seu dedos ficaram ali.

Tomo consciência da marca ali, no meu pescoço. É um roxo claro, mas visível, e eu tinha quase certeza de que iria piorar com o passar do dia.

Eu teria que arranjar uma forma de esconder aquilo. Não podia aparecer na frente das pessoas com uma marca no meu pescoço.

Você não pode aparecer com uma marca na frente do Ross, eu me corrijo mentalmente.

Ninguém pensaria que foi outra pessoa que deixou aquilo em mim senão Ross. Seria o natural. O pensamento me deixou desconfortável, mas evitei pensar nisso agora.

Ao invés disso, outra imagem me veio à cabeça.

Ele se posicionou entre as minhas pernas, levemente flexionadas no joelho. A expectativa crescia dentro e mim e tive que me esforçar para me lembrar de não ficar nervosa. Luke não tirou os olhos dos meus quando começou a beijar a parte interna da minha coxa. Só aquilo era suficiente para me fazer sentir coisas que nunca havia sentido antes.

Maldives || l.h. (Completa) Onde histórias criam vida. Descubra agora