Depois de muito tempo

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Mesmo com a dor latente em meu peito, levantei-me da cama e fui ao meu guarda-roupa para pegar a única mala de mão que eu tinha, com alguns rasgos e o zíper de um dos bolsos quebrado. Abri a outra porta do guarda-roupa e comecei a colocar para fora as poucas roupas que eu tinha. Dobrei-as uma por uma da melhor forma para que todas coubesse na mala, então me deparei com uma camiseta dos Rolling Stones, que Philip me deu. Fiquei olhando-a por alguns instantes e não consegui decidir se levaria ela comigo. Resolvi deixá-la no meu ombro enquanto eu guardava outras peças, felizmente coube sem nenhum problema. Peguei alguns produtos de higiene, meu chinelo e dois pares de meia e coloquei lá dentro.

De repente, minha tia abriu a porta do meu quarto de ímpeto. Nem virei para ela, pois eu já estava acostumada com o seu jeito.

— Agora deu uma animada? – ela perguntou se recostando na parede.

— Não tenho mais nada o que fazer aqui, não é mesmo? –respondi sem olhar.

— É até bom você ir embora. Para evitar represália.

— Represália? – me ergui atônita - De que?

— Pensa que eu não sei – respondeu Leda pondo a mão na cintura – sobre os furtos que você praticou com seus amigos aqui perto?

Arregalei os olhos quase amassando uma camiseta dos Rolling Stones que agora estava em minhas mãos. Como ela sabia de tudo aquilo? Preferia não saber, já estava farta daqueles vizinhos fofoqueiros. Fui pegar minha mochila menor para guardar as coisas menores e resmunguei:

— Ainda bem que eu vou embora.

— Ainda bem mesmo, pois você pode correr riscos continuando aqui.

— Mas o que fariam comigo? – agora eu que estava com a mão na cintura.

— Algum tipo de represália. Mas o bom é que você está empolgada para ir.

Aquele assunto de represália era apenas uma desculpa para encobrir o que ela mesma havia falado a tarde. Mas para mim isso não importava, eu queria ir embora daquele lugar o mais rápido possível. Depois da traição de Philip, nada mais me prendia ali. Por mais que meu coração estivesse doendo, vi que estava fazendo certo: procurar novos ares.

Norte do Texas, 17h

Eu podia sentir um ar diferente entrando em meus pulmões. Enquanto o ônibus estacionava, eu procurava o meu primo entre as pessoas que estavam na rodoviária. Ao encontrá-lo me senti aliviada e surpreendida ao mesmo tempo. Alívio por saber que tinha alguém da família naquele lugar desconhecido e surpreendida, pois a última vez que eu tinha visto Kabal ele era magricela, daqueles que ninguém dava nada por ele. Agora ele estava mais encorpado, o rosto mais viril, um corpo atlético... Não queria, mas veio em minha mente pensamentos não muito puros. Kabal era meu primo não podia pensar essas coisas dele.

Estranhos PássarosOnde histórias criam vida. Descubra agora