Prólogo

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Quando eu tinha 18 anos, a minha vida mudou para sempre

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Quando eu tinha 18 anos, a minha vida mudou para sempre. Parece meio clichê essa frase que acabo de dizer, mas é verdade. As pessoas que me conhecem me olham estranho quando digo isso, pois eu não era uma pessoa boa, não mesmo. Meu passado não pode ser resumido em uma frase, em apenas uma folha de papel sulfite, pois nunca seria compreendida. Embora tenha passado 25 anos, os que me conheciam antes falam que eu tenho o mesmo olhar de menina matreira.

Estou com 43 anos, mas ainda me lembro daquele ano como se fosse ontem. Nunca pensei que encontraria alguém que me compreendesse de verdade, que estaria disposto a lutar por mim e me ajudar nas minhas lutas internas, contra os gigantes da solidão, da desilusão, da tristeza, da falta de amor próprio... Para a sociedade éramos como pássaros estranhos, seres que nunca se encaixariam em nenhum padrão. Mas nos aceitamos, um ao outro, era isso que importava.

Revivo aqueles dias em minha mente e sempre vem uma mistura de alegria e tristeza quando o faço. As vezes sinto vontade de voltar no tempo e apagar aquele momento que... bem aquele que me deixa bem triste, mas nisso apagaria também os bons momentos.

Parece algo até supersticioso para alguns, mas todo ano vou para alguma tribo indígena em missão e sinto como se minhas energias fossem renovadas e as lembranças boas cada vez mais avivadas em meu coração.

É 5 de maio, a primavera está bem viva próximo da tribo dos Matoka. Ando por esses campos e com um suspiro consigo sentir as mesmas sensações que há anos atrás eu sentia, uma nostalgia me invade e é como se alguns dos meus fios brancos desaparecessem, minha pele ficasse um pouco mais morena e os vestidos floridos voltassem a me vestir.

Eu abro os olhos e paro. Estou em frente a entrada da tribo matokana e posso dizer quem sou eu.

Sou Stella Perez, tenho 18 anos.

Esta é minha história e vou contar tudo, pelo menos vou tentar. 


Estranhos PássarosOnde histórias criam vida. Descubra agora