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Nightwolf ficou calado e olhava para mim ao invés de responder minha pergunta. Aquilo me deixava mais angustiada do que eu já estava, era uma tortura toda aquela situação. Eu não queria morrer. Até que Coiote colocou a mão no ombro de Nightwolf e disse:
- Acho que deveria reconsiderar sua decisão quanto ao que fazermos com ela. Vimos bem o que o primo dela é capaz de fazer.
Eu percebi logo de cara que Coiote não gostava de mim e pelo olhar dele eu poderia deduzir o que ele realmente queria fazer comigo. Eu tinha certeza que ele queria cravar um punhal em mim, em seguida tirar meu escalpo e pendurá-lo na sua tenda como fazia os comanches no século XIX. Estava com raiva dele sim, não possos negar e com toda minha revolta cravei meus olhos nele e falei:
- Eu não sou o Kabal!
- Coiote – chamou Raposa se levantando e colocando as mãos na cintura – acho melhor você se retirar se for para agir dessa maneira.
- Me desculpe – ele cruzou os braços - vou procurar ficar quieto.
Quase agradeci Raposa em voz alta por isso. A verdade é que a minha vontade era dar um belo tapa na cara desse índio atrevido. Ele ficou me encarando por alguns instantes e virei o rosto para o lado onde Raposa estava. Acabei pegando raiva dele. Eu mal o conhecia, mas para mim já era insuportável.
- Bem, vou falar o que decidimos – disse Nightwolf dando um leve tapa em seus joelhos e deixando os músculos de seu braço bem contraídos.
Eu instantaneamente me virei para ele e esperei a resposta.
- Você trabalhará para nós.
Achei interessante aquela proposta, pelo menos eu não ficaria no prejuízo como pensei que ficaria. Respirei aliviada e perguntei colocando minha franja atrás da orelha:
- Quanto irei ganhar?
Coiote deu uma risada e se virou para o lado sem querer olhar para mim. Nightwolf respirou fundo e respondeu:
- Você será minha escrava.
- Como é que é? Escrava? – indaguei me levantando já revoltada – quem vocês pensam que são?
De ímpeto Coiote se aproximou e ficou atrás de mim colocou um punhal na minha garganta. Eu senti aquele punhal afiado e parecia que a qualquer momento as veias que estavam ali se romperiam. A angustia tomou conta novamente do meu coração. Eu sabia que ele queria me meter medo e infelizmente ele estava conseguindo.
- Se quiser morrer faço questão de fazer o serviço – a voz dele em meu ouvido me dava nojo.
Eu não queria morrer. Uma lágrima começou a correr pelo meu rosto e o meu olhar cruzou com o de Nightwolf. Eu podia ver algo diferente em seus olhos que não sabia explicar o que era, mas era como uma luz, uma esperança e aquilo era bom, me dava alívio. Parece que Nightwolf conseguiu decifrar meu pedido de misericórdia. Ele se levantou e tocou no braço de Coiote e falou com sua voz mansa:
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Estranhos Pássaros
FanfictionDepois de anos morando com a tia, Stella passa a morar com seu primo, manifestando assim seu desejo de entrar num a espécie de facção criminosa. Ela é então desafiada a roubar alguma relíquia da tribo nativa dos Matoka. Mesmo com seus dotes de lad...