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pipoca e fingimento

Já faz uma semana desde que Trevor disse que iria me reconquistar na festa da fraternidade, o que era para ser a festa do ano virou o momento do ano para mim

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Já faz uma semana desde que Trevor disse que iria me reconquistar na festa da fraternidade, o que era para ser a festa do ano virou o momento do ano para mim. Um momento bem confuso — diga-se de passagem.

Desde aquele dia venho pensando sobre o que ele disse, não sei se estava bêbado para falar o que falou, ou se desistiu da ideia. Algo dentro de mim dói ao pensar que o que foi algo de momento, sem realmente ser sério. Mas meu outro lado, o racional, me diz que é melhor assim.

Já é sábado de novo e nem sequer o vi pela faculdade. Hoje Jack e eu decidimos ficar em casa, eu queria sair mas meu querido irmãozinho me impediu. Só porque estou com um resfriado idiota.

Quinta eu decidi ficar acordada durante a madrugada, meu horário preferido para pintar, já que tenho paz e silêncio, nesse dia decidi virar a noite para ver o nascer do sol e tentar pintá-lo. A pintura saiu diferente do que eu esperava mas confesso que amei o resultado, já o resultado de ficar na sacada da meia-noite até as sete da manhã só com um pijama de tecido leve, não foi dos melhores.

— Vou fazer pipoca, você fica sentada aí para não piorar. — Jack disse antes de sair em disparada a cozinha. Depois de alguns minutos mexendo no meu celular fiquei entediada e decidi ir atrás do meu irmão.

— Não, hoje não vai dar. — Ele falava ao telefone, nem havia botado a pipoca na panela ainda. Céus, Jack era muito demorado para fazer qualquer coisa. Comecei a fazer a pipoca enquanto o moreno continuava no celular.

— Já disse que hoje não dá.... Vou ficar com a Harley. — Revirou os olhos. — Harley é a Olivia, sim. — Tirei o celular com cuidado do ouvido dele e falei:

— Pode sair com seus amigos se quiser Jack. Eu fico sozinha sem problemas.

— Não, você tá doente. Sem chance de eu deixar você sozinha em casa. — Revirei os olhos com a superproteção e voltei para o fogão.

— Alô? Trevor? — Ouvi meu irmão falar ao telefone antes de se pôr a minha frente. — Estranho, ele desligou. — Dei de ombros e emendamos em um assunto sobre quando visitaríamos nossos pais e irmã novamente, se demorássemos muito eles sem dúvida alguma viriam nos visitar.

— — —

— Não vou assistir um filme de terror Jack! — Afirmei pelo que parecia ser a milésima vez, em cinco minutos.

— Mas Olivia... — Foi interrompido pela campainha. Nos entreolhamos confusos, nenhum de nós parecia saber quem era. Jack levantou do pequeno sofá de dois lugares e andou até a porta, virei-me para a televisão procurando algum filme interessante enquanto botava um punhado de pipoca na boca.

— Trevor? O que você tá fazendo aqui? — Ouço meu irmão perguntar e como se fosse um comando, me viro.

Meus olhos encontram cabelos negros e ombros largos envoltos por uma jaqueta jeans, não consigo ver seu rosto já que Jack está na minha frente. Uma sensação de pânico me toma, não sei como reagir com ele por perto, nem quero descobrir. Consigo ouvir meu coração batendo nas minhas orelhas, que latejam, é nesse momento que também ouço sua resposta.

— Você disse que não podia sair então eu vim.

— Mas eu e a Olivia só vamos assistir um filme cara, nada empolgante. — Jack retruca.

— Ah, a Olivia tá aí? Não sabia, mas já que estou aqui, vamos assistir filme todos juntos então. — Sinto uma falsa inocência na sua voz. Vejo meu irmão  abrir passagem para o intruso, antes de meus olhos encontrarem os seus eu desvio o olhar.

Foco na tela a minha frente, Jack comenta algo sobre fazer mais pipoca e dentro de segundos sinto o sofá afundar ao meu lado, Trevor está perto, perto demais. Não o olho.

— Não vai me cumprimentar? — Sua voz rouca soa divertida, me viro encontrando olhos castanhos me encarando, quando vê minha expressão, Trevor franze o rosto.

— O que você está fazendo aqui Trevor? — Ele engole em seco.

— Eu já disse, vim encontrar o Jack e...

— Não, me fala a verdade. — O corto, e ele suspira.

— O que você acha? Eu vim te ver Olivia, eu estava falando sério aquele dia sobre... — Somos interrompidos por Jack, meu irmão sai da cozinha falando sobre como o sal da pipoca de microondas é diferente do sal que botamos na pipoca de panela. Nós ignoramos o seu falatório.

Ele chega ao sofá, e quando o vê tomado por dois corpos encara seu amigo com uma sobrancelha erguida, como se o pedisse para sair. Trevor não se mexe, olha de Jack para a televisão, estica a mão para pegar o controle remoto que está entre nós, seus dedos roçam a parte desnuda da minha coxa pelo short de pijama, sinto-me estremecer de leve mas finjo que nada aconteceu.

Me afasto um pouco de Trevor, indo em direção a ponta do sofá, ponho uma almofada atrás de mim, nos separando e deito de lado. O moreno ao meu lado se mexe desconfortável.

— Jack, eu tô com sede.

— Vai pegar água então. — Meu irmão responde impaciente. — E da play no filme logo.

— Eu sou visita cara.

— Pede para a Olivia buscar então.

— Eu tô doente, você mesmo disse. — Rebato e ouço apenas um bufar e depois os passos de Jack em direção a cozinha. De repente minhas pernas são puxadas, me viro da minha posição de lado no sofá e encaro Trevor. Ele botou meu pés no seu colo! Os puxo de volta, dobrando as pernas no pequeno espaço que sobrou.

Ele me puxa de novo.

— Trevor! — Exclamo com o cenho franzido.

— Põe a droga das pernas aqui, Oliva. — É tudo que ele diz, segurando-me pelos tornozelos, arfo indignada.

— Você não manda em mim. — Tento puxar as pernas de volta, e falho.

— Você tá toda encolhida aí Olivia. — Isso é verdade, mas ele não precisa se importar.

— Me deixa. — Puxo as pernas de volta e me viro com um biquinho nos lábios, como uma criança birrenta.

Jack chega e põe um copo ao lado de Trevor no braço do sofá. Ainda mais emburrado, ele diz:

— Mais alguma coisa senhor? — Faz uma pequena reverência. Eu rio e ele me olha enfezado.

— Na verdade sim, me traz um cobertor. — Jack o olha sem acreditar, com uma cara de indignado pela audácia vai para o corredor reclamando consigo mesmo.

Quando ele volta, simplesmente joga o cobertor azul na cabeça de Trevor, ele cobre suas pernas e meu corpo até cintura, como se soubesse que eu estava com frio. Ainda resmungando Jack pega o controle e da começo ao filme que nem sei qual é, no mesmo momento minhas pernas são puxadas novamente e desisto de tentar puxar de volta. De qualquer jeito, está muito mais confortável assim.

Sinto Trevor fazer um carinho de leve nelas e minhas pálpebras começam a pesar. Acabo dormindo no meio do filme, em algum momento sinto alguém me carregar para meu quarto, quando sou colocada delicadamente em minha cama, sei que não é Jack, o cheiro de menta e algo mais que nunca identifiquei preenchem minhas narinas e confirmo minha teoria, tento abrir os olhos ou falar algo mais o sono é muito pesado e me puxa de volta. A única coisa que sinto depois, é um beijo na testa.

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VOLTEEEI, desculpa pela demora mas tava viajando e não deu pra postar.

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