CAPÍTULO 4 - NOVA ASSISTENTE

142 14 4
                                    

ACABO de chegar à empresa. Os funcionários já trabalham a todo vapor, aqui o dia começa cedo. Glória chega um pouco mais tarde, já que ela tem um filho a quem levar para o colégio, e como sou compreensiva com ela exclusivamente, por fazer bem seu trabalho não vejo problema algum. Comigo é assim: Faz bem seu trabalho, ótimo, serei compreensiva, caso contrario: rua.

Flaca foi uma exceção até porque ela fora indicada por um sócio meu, pegaria mal se eu a demitisse.

Começo a analisar documentos que Glória certamente deixou ontem sobre minha mesa, ela não perde tempo. Analiso tudo, folha por folha antes de assinar e carimbar.

- Sra. Vause? – Glória surge em minha sala, cautelosa como todos os dias. – Bom dia. – Sorri e vem até a mim com seu salto fazendo barulho no chão. – Seu cappuccino de todas as manhãs. – Ergue a mim.

Suspiro aliviada por começar assim. Com uma boa cafeína no sangue. – Obrigada, Glória. Rezo para que sua assistente seja como você. – Falo gentil.

- Cuidarei para que assim, seja senhora. – Dá um breve sorriso.

- Ela chegou? – Bebo meu cappuccino em seguida.

- Não, senhora. Estipulei o horário para ela, para depois que eu chegasse e ele ainda não se cumpriu.

Assinto. – Está bem, então.

۩

O telefone toca e logo atendo.

- Vause.

- Senhora, a assistente acaba de chegar. – Anuncia Glória.

- Venham até a minha sala. Quero conversar com ela, deixar algumas coisas claras. – Digo ajeitando meus óculos de grau.

- Sim, senhora. – E assim ela desliga telefone.

A porta se abre em questão de minutos, e então vem primeiro Glória sendo seguida pela garota. Me surpreendo, ao notar que já vi aqueles olhos azuis antes e aquela boca também. Céus, é aquela garota do elevador?

Volto a respirar, nem ao menos tinha me dado conta que estava prendendo a respiração. Ela fita-me, lembrou-se de mim também, sei disso, porque seu rosto está vermelho, corado e acho isso lindo.

- Sra. Vause, está é a nova assistente, Piper Chapman. – Glória diz formalmente.

Coloco-me de pé. – Seja bem vinda, Piper. – Pauso. Ela não para de fitar-me, parece estar em choque, não sei. – Sente-se, por favor. – Indico a cadeira.

- Ah... Claro. – Diz com a voz entrecortada fazendo o que peço.

Não me lembro de que roupa ela estava usando naquele dia, só lembro que não era muito elegante, porém agora ela veste uma saia lápis preta e blusa cor vinho. Bastante elegante, assim como meus funcionários. Cabelos soltos, chamativos.

- Sra. Vause, se não é mais preciso minha presença aqui, irei me retirar.

Fito Glória brevemente. – Claro, tudo bem. Pode se retirar. – Volto a fitar Piper que está diante de mim, fitando suas mãos agora.

Glória se vai, deixando-nos a sós.

- Então Srta. Chapman, você estava aqui naquele dia para a entrevista? – Pergunto enquanto sento-me em minha mesa.

- Isso... – Seus olhos queimam os meus olhos brevemente, mas ela logo desvia.

Como ela é tímida...

- Você não sabia que eu era Alex Vause? – Pergunto com humor na voz.

- Não, senhora. – Admite sem graça, agora mira-me em meus olhos.

- Agradeço por ser você a minha assistente, na verdade da Glória. Porque a outra era péssima, não prestava atenção no que eu dizia, no trabalho ao redor dela. – Bufo. – Mas acho que você será uma boa profissional, uma boa assistente.

- Não sou muito experiente, mas gosto de fazer tudo muito bem, Sra. Vause. – Diz, está em uma pilha de nervos.

- Olhe para mim, Srta. Chapman. É horrível conversar com alguém sem que me olhe nos olhos. – Falo de maneira gentil, não quero assustá-la, até porque essa não é minha intenção. Quero-a aqui, nessa empresa.

Ela fica assustada. Boquiaberta e os olhos levemente arregalados. – Me desculpe.

- Tudo bem. Sem lamentações. – Lhe dou um breve sorriso. – Aceita água? Parece nervosa. – Ofereço gentilmente.

- Sim, por favor. – Parece aliviada.

Rio. – Escute, eu não mordo, ok? – Levanto-me para pegar sua água. – Com gelo?

- Um só. – Responde em um fio de voz.

Ela parece ser bem submissa... Ou tímida, não sei.

- Aqui. – Entrego-lhe o copo e nossas mãos se encostam brevemente.

Gosto do contato de sua pele com a minha. Isso faz querer mais que isso. Por que estou sentindo essas coisas estranhas?

- Obrigada.

Volto a me sentar, Piper bebe sua água. Percebo então que estou como uma tola olhando ela sem piscar, sem parar.

Pare com isso Vause!

- Sou uma chefe rígida, autoritária e seca às vezes. Depende do meu humor e da eficiência da pessoa. – Começo a dizer. – Flaca, esse era o nome da assistente que estava aqui até esses dias. Ela era lenta e lerda. Tirava-me de todo o sério. – Fico de mau humor ao me lembrar dela. – Então pedi para que comprasse meu almoço. Pedi um tipo de sanduíche e ela me veio com outro, um suco de uma fruta e ela me veio com outro, tudo isso me consultar, ou consultar Glória. E o fim da picada é que ela me veio com ervilhas, sou alérgica a ervilhas e ela nem sabia disso. Por quê? Porque era lerda demais. Srta. Chapman, não seja lerda, isso me irrita. – Deixo bem claro. – Glória vai te explicar tudo. E aí vai ver que não sou o monstro que dizem de mim. – Sorrio de canto.

- Sim, senhora.

- Está liberada.

- Com licença. – E assim ela se retira.

Será o destino? Essa moça aqui, trabalhando para mim agora?

Você está ficando louca, Vause! Tire isso de sua cabeça.

Unexpected PassionWhere stories live. Discover now