Unexpected Passion

CAPÍTULO 22 - ÚLTIMO DIA EM PARIS

O frio em paris é constante, pior do que em Nova York. Estamos agora na torre Eiffel, linda e iluminada. Nossa, como aqui é romântico. Há diversos casais no mesmo local em que eu e Alex estamos. É um lugar lindo, grama fresca e dá para ver a cidade, as luzes começando a acender. Passamos a tarde toda aqui jogando papo fora, conversando coisas banais.

Estamos largadas na grama bebendo refrigerante, conversando e rindo. Raramente vejo Alex assim, relaxada. É muito bom vê-la assim. Sem preocupações.

- Liria deve estar morrendo de saudades suas, né? – Comento.

- Certamente, assim como eu estou dela. – Ela ri.

- Você é uma mãe muito amorosa – Bebo meu refrigerante.

- Ela é minha filha e só tem a mim. Tenho que me doar muito, mas não é um sacrifício, é um prazer. Eu a amo muito.

Sorrio emocionada com suas palavras. Alex é uma mulher muito especial, sem duvidas. Sei que não irei errar em começar um relacionamento com ela.

- Você quase não fala da sua esposa. – Comento cautelosa.

- O que eu posso dizer? – Pergunta ela, parece estar longe e mantêm o olhar no horizonte da cidade a nosso frente. – Ela era perfeita. Doce, engraçada. – Sorri e fita-me. – Você me lembra ela.

- Eu? – Indago confusa.

- Sim, o seu jeito e a maneira de ser.

۩

Chegamos ao Hotel 18h30min, pois tínhamos que nos arrumar ainda para a festa de hoje à noite. Alex e estávamos indo com calma, e eu estava gostando da maneira como estamos levando as coisas. Com calma. E ela é muito compreensiva com a situação, não força a barra.

- Hoje foi bem legal. – Comenta ela a procura de alguma roupa para a festa de hoje nas suas coisas.

- Foi sim. Finalmente fechamos esse contrato. – Suspiro aliviada.

A escuto rir. – Não estou falando disso, boba. – Quando me dou conta o sinto atrás de mim abraçando-me e seus lábios na curvatura de meu pescoço. – Estou falando do nosso passeio depois da reunião.

Fico nervosa. Ela nunca fez isso, não vou mentir. A sensação é boa, o gesto é carinhoso.

Sorrio em resposta. – Sim, foi muito bom mesmo. – Também estou em busca de algo. Fico de frente para ela. Alex tem o sorriso mais lindo que já vi em toda a minha vida.

Do nada sou tomada por uma vontade de dizer: "Alex, te amo." E de fato quase faço isso. Quase mesmo. Me seguro.

Não é a hora, cedo demais, cedo demais. Repito mentalmente sem parar.

- Foi o melhor dia da minha vida. – Declaro cheia de sentimentos.

Alex se aproxima mais de mim, traz meu corpo mais para junto o seu. Ela vai me beijar, não é cedo para isso. Nem um pouco. Enlaço seu pescoço com meus braços, pronta para seu toque.

Infelizmente meu celular vibra, fazendo com que acordássemos do nosso transe.

Putz!

Alex faz uma careta quando me separo dela para ir em busca do meu celular. É um numero desconhecido.

- Alô? – Atendo.

- Piper, sou eu Jack.

Ai não... Como ele conseguiu meu numero?

- Ah... Oi. – Evito falar seu nome, Alex fita-me atenta e desconfiada.

- Liguei para dizer o local da festa. – Fala animado.

- Sei e onde vai ser? – Estou muito nervosa, Alex não desgruda os olhos de mim.

Ela é esperta, sabe que algo está acontecendo. Ela me conhece.

- Na verdade irei passar as coordenadas pelo watsapp. – Diz ele e não entendo o porquê de sua ligação então. – Liguei para dizer que estou ansioso para te ver novamente e para escutar sua voz.

Congelo.

Engulo em seco. – Ah, sei. - Rio nervosa. – Nos vemos então.

- Você está bem? – Indaga ele, parece curioso.

- Sim, estou ótima. – Tento soar convincente. – Tenho que desligar agora. - Não espero sua resposta, apenas desligo.

- Algum problema? – Alex questiona-me desconfiada.

- Não. Tudo ótimo. – Sorrio e volto a vasculhar minha mala em busca de algo.

- Não parece. – Ela separa um vestido e coloca sobre a cama. – Era ele, não era?

- Ele? – Faço-me de desentendida.

- Sim, o Jack. – Ela começa a ficar sem paciência.

Suspiro. – Sim, era ele sim. – Admito.

- O que ele queria? – Fecha a cara.

- Passar o endereço.

- E onde é a festa?

Trago a saliva. – Ele não passou.

- Me explica isso. – Pausa seca e tira os óculos jogando-o na mala aberta de qualquer jeito.

- Era um pretexto. – Murmuro.

- Ah, claro. Isso é a cara dele. – Alex anda de um lado para o outro. – Nem me interessa saber o que ele disse. Se não for ficar ainda mais estressada.

- Você é muito ciumenta. – Comento achando fofo.

- Sou mesmo! – Responde elevando um pouco sua voz.

- Alex, - Começo a me dar conta de que o assunto é mais sério do que eu imaginava ser. – Não fique assim. Lembra do que eu disse mais cedo?

- Eu lembro, mas meu sangue é quente, Piper. Não tem como controlar.

- É, eu sei. Você é sempre alterada no serviço, principalmente quando alguma coisa sai do controle.

- Pois é, exatamente. – Dá de ombros. – Vai tomar banho? – Ela muda de assunto de repente.

Rio achando graça. – Não, pode ir. Ainda não achei o que eu quero.

Ela finalmente deixa um sorriso aparecer no canto da boca e adentra o banheiro.