CAPÍTULO 7 - FAVOR

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Telefone toca, atendo no segundo toque.

- Vause.

- Senhora, sua filha está na linha. – É Piper. – Devo passar?

- Sim, passe, por favor. – Respondo estranhando que Liria esteja ligando para cá.

Um "BIP" toma conta da ligação até que ouço a voz doce de minha pequena. – Mami, pode vir me buscar?

Franzo o cenho. – Como assim? Por quê? Ainda está cedo, Liria.

- Sim, mas minha rabiga está doendo. Não sei o que foi. – Resmunga.

- Ah filha, certamente algo que você comeu, querida. – Suspiro preocupada. – Vou arrumar um jeito, tá bom?

- Tá bom. – Ela concorda feliz da vida, então finalizo a ligação.

Ligo para o telefone da recepção de Glória e Piper, e quem atende é a própria, que me deixa sem saber como agir. Vou logo em busca de meu rascunho e caneta.

- Srta. Chapman, quero que faça um favor para mim.

- Claro, o que quiser, senhora. – Responde ela imediatamente.

Sempre tão disposta a fazer as coisas.

- Quero que vá ao colégio "Musica e sonhos", busque minha filha, o nome dela é Liria Vause. Vou dizer que você irá buscá-la, e não terá problema. Quero que a leve para um parquinho, que a distraia e depois a traga para aqui. Tenho uma reunião muito importante, como você sabe. Não posso fazer isso e nem estar com ela nesse horário.

- Sim, claro que vou fazer isso. Pode deixar comigo.

- Venha até minha sala. Irei lhe dar dinheiro e a chave do meu carro.

- Ah, não senhora. Eu tenho carro. – Diz.

- Sim, sei que tem, mas seu fusca me parece perigoso. – Resmungo.

- Meu carro não é perigoso, senhora! – Ela me responde pela primeira vez em um ano.

Isso me surpreende e faz com que um sorriso se abra em meu rosto.

- Está sendo atrevida, Srta. Chapman? – Questiono sem demonstrar meu bom-humor. – Se você fosse minha garota te daria um carro que preste, mas as coisas não são assim.

Que diabo! Como fui falar isso? Meu Deus... Fiquei maluca de vez, só pode. Esmurro minha perna, contrariada com meu instinto tomando conta de mim e a paixão falando mais auto que a razão.

Há um silencio na linha, um silêncio constrangedor, mas sei que ela ainda está ali. Escuto sua respiração ainda, bem forte.

- Venha até minha sala para pegar o que falei e não me questione. – Desligo o telefone contrariada comigo mesma.

Logo a porta se abre e Piper entra. Nossos olhares se encontram e seu rosto queima.

Ótimo Vause, se antes o seu relacionamento com ela não era bom agora vai ser uma maravilha.

Pego as chaves de meu AUDI e uma boa quantia em minha bolsa.

- Vai ficar aí longe? – Ergo o olhar para ela, séria. – Aproxime! Já disse que eu não mordo. – Bufo.

Rapidamente ela se aproxima mais da mesa e se mantém firme, porém com uma certa timidez.

- Aqui. – Entrego-lhe tudo. – Meu carro é um AUDI vermelho, o porteiro pode lhe mostrar também.

- Tá bom... – Murmura e se vira para sair da sala.

- Piper, - A chamo e ela se vira para fitar-me. – Obrigada. – Soo mais gentil dessa vez.

- É só o meu trabalho, senhora. – Dessa vez ela é fria e seca.

Boa jogada!

- Claro. – Concordo. – Pode se retirar.

Então ela sai de minha sala.

Unexpected PassionWhere stories live. Discover now