QUANDO cheguei da França tudo que fiz foi chorar, chorar e chorar. Lorna estava em barbados com Nicky, sua namorada e prima dela, Alex Vause. Tudo me fazia lembrar ela. Tive a casa toda para mim, para que eu pudesse sofrer em paz sem as perguntas de Lorna. O final de semana foi só lágrimas. E na segunda já a encarei, foi difícil, mas conseguir manter-me firme.
Nessa semana que se passou ela tentou de todas as maneiras conversar comigo, mas sempre lhe dava um gelo. A semana toda foi assim, até que no final de semana chegou um buque de flores do nome dela. E assim se passou duas, três semanas. Alex tentava conversar comigo e eu lhe dava gelo e todas as manhãs buques, mais buques. Minha casa virou uma floricultura.
Por mais que eu morra de vontade de ceder, não posso. Irei sofrer novamente. Alex é muito impulsiva.
۩
Segunda, começo da semana. E vem tudo de novo. Alex e suas flores. Me arrumo e tomo meu café como todas as manhãs faço. Pego o fusca e vou calmamente para a empresa. Chegando lá Alex ainda não está presente como todos os dias e organizo as coisas antes que ela chegue, sua sala, cada detalhe do dia de hoje.
A porta da sala dela se abre.
- Bom dia, Sra. Vause. – A saúdo de modo profissional.
- Bom dia. – Diz ela, sua voz está diferente.
Então a fito. Vejo que seus olhos estão inchados e ela está abatida. Muito abatida.
Céus! O que houve?
Ela deixa sua maleta na mesa e se senta na mesma. Dá uma olhada nos papeis que deixei em sua mesa, organizados.
- O que temos para hoje?
- Ah... Três reuniões uma delas com Jack Newton. Ele chega hoje, senhora.
Alex suspira e cerra os olhos. Parece cansada. – Nem estava me lembrando disso. – Bufa. – Que horas é a reunião com ele? – fita-me, vejo olheiras fortes debaixo de seus olhos.
- Às 14 horas. – Respondo preocupada com ela.
- Certo. – Começa a assinalar alguns documentos.
- Se não desejar mais nada posso me retirar. – Falo.
- Sim, está liberada, só me consiga um remédio para enxaqueca, por favor. – Pede gentil.
Ela mudou comigo. Hoje não está insistindo em falar comigo, embora eu tenha recebido as flores normalmente como todos os dias.
- Sim, senhora. – Saio da sala em busca desse remédio, mas algo me chama atenção.
Murmúrios e cochichos de alguns funcionários.
- Você viu Piper? – Marie vem até a mim.
Franzo o cenho. – O que?
- A Sra. Vause chegou com cara de choro, ela está bem mal de verdade, bem abalada.
- Ah, não percebi. – Minto.
Vou em busca do remédio, e então volto com o copo de agua também.
- Aqui está. – Entrego-lhe os dois.
- Obrigada. – Em seguida ela bebe.
- Está bem com você, Alex? – Não aguento-me de preocupação, então lhe disparo essa pergunta.
- Não, não estou nada bem. – ela responde e me entrega o copo de volta.
- Houve algo?
Ela fita-me e então se levanta. Dá a volta na mesa e senta-se nela ficando quase grudada em mim. Perto demais.
- Problemas. – Fala vagamente.
- Com sua filha? – Pergunto.
- Sim, ela está doente, mas não é muito grave. Está resfriada. – Responde. – De fato estou uns dias sem dormir por conta disso, fico a noite toda com ela no quarto, não durmo, mas isso somado a sua perda é ainda pior. – Declara coma voz carregada de emoção. – Piper, sei que eu errei e me arrependo, mas você queria me mudar. Acho que nós duas temos que rever os nossos conceitos.
Fito-a sem saber o que dizer.
Em seguida batem na porta.
- Entre! – Alex diz em um tom mais alto para que escutem.
É Marie. – Senhora Vause. Senhor Jack Newton acabou de chegar.
Eu e Alex nos entre olhamos.
- Como assim? – Alex indaga confusa. – Nossa reunião ainda demora.
- Ele está aí senhora. O que faço?
- Mande ele entrar daqui cinco minutos. – Diz.
Então Marie assente e fecha porta deixando-nos a sós novamente.
- O que eu tenho que fazer para te convencer a pelo menos me escutar, Piper? – Indaga ela desesperada. – Quer que eu implore? Me ajoelhe? – Ela faz menção se faz o que diz, mas seguro seu braço.
- Não. – Nego derretendo meu gelo. – Vou te dar a oportunidade de você me explicar o que houve naquele dia.
Os olhos de Alex ganham uma grande vida. – Obrigada. – Ela suspira aliviada. – Que tal Ryan levar seu carro até a sua casa e irmos juntas ao restaurante? – Sugere mais animada.
- Não. Que tal ele levar seu carro e irmos com o meu? – Sugiro.
Alex fica surpresa. – Tem certeza? – Assinto. – Ok, então.
Sorrio satisfeita. Alex andando no meu fusca? Vai ser uma cena imperdível.
Novamente batem na porta, é Marie novamente, e deve estar com Jack.
- Entre! – Alex eleva um pouco a voz e volta ao seu posto de chefe, de trás de sua mesa.
Marie adentra a sala com cautela e logo atrás vem Jack. Seu rosto se ilumina a me ver.
Ai, não. Vai começar tudo de novo?
Quase reviro os olhos, mas me detenho de fazer tal gesto.
É má educação.- Piper, que ótimo te ver! – Ele diz comum largo sorriso no rosto e me abraça.
Não posso fazer nada, pois quando vejo ele já está me apertando em seus braços.
- Ah, olá, Jack. – Falo mantendo meus braços quietos, sem corresponder o abraço.
- Caramba! Por que não deu a sua alegria no aeroporto? – Pergunta com cara de cachorro sem dono quando finalmente já havia me soltado.
- Vida corrida. – Respondo apenas.
- Sei como é. – Sorri e então mira Alex. – Sra. Vause. Bom vê-la novamente.
Alex se coloca de pé e ergue a mão. – Jack Newton, seja bem vindo a minha empresa. – Ela sorri gentil, me surpreendendo.
Alex sendo gentil com o Jack?
Os dois dão um aperto de mão em seguida.
- Obrigado. – Jack sorri largamente.
- Sente-se. – Ela indica a cadeira, então Jack o faz.
- Bom, se não precisa mais de mim irei me tirar, Sra. Vause. – Falo de modo formal.
Alex fita-me. – Sim, claro. Está liberada.
Então saio de lá em seguida aliviada, por não estar no mesmo ambiente que Jack. A partir de agora minha paz acabou. Sei disso.
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Unexpected Passion
Roman d'amourAlex Pearl Vause é uma empresária de sucesso, uma magnata que tem tudo que quer na hora que quer. Depois da morte de sua mulher ela se tornou uma mulher mais fria com as pessoas ao seu redor. Dedica-se muito a sua filha, fruto de seu amor com a espo...