Eu estava sendo abraçada pela cintura, e o Ben estava com a cabeça apoiada na minha barriga.
Com cuidado coloquei a sua cabeça no colchão, e depois enfiei um travesseiro, e corri para o banheiro.
Sai de lá, e fui andando para a minha mala quando senti, algo passar pela minha perna e dei um grito alto.
A risada do Ben ecou pelo quarto, e eu taquei a primeira almofada que vi nele
- quer me matar do coração?
Ele nem respondeu.
- não tem ninguém quem pensou que fosse?
- eu achei que fosse um bicho.
Ele acariciou a minha orelha, e deu um beijo bem embaixo dela, me arrepiando todinha.
- para com isso.
Ele sorriu, e ficou me encarando.
Suas mãos deslizaram pelo meu rosto.
- eu quero você.
Engoli em seco, será que eu estava sonhando de novo.
- eu vou te beijar, posso?
Esse homem acordou tentado.
Ele enroscou a mão nos meus cabelos, olhos nos meus olhos, e roçou seus lábios no meus, iniciado um beijo lento.
- bom dia.
Ele disse ao terminar o beijo com um selinho bem demorado.
- bom dia, você tem bafo.
Ele riu.
- bom estamos quites, gatinha.
- eu não tenho bafo.
Resmunguei.
- então, precisa trocar a pasta de dente.
Mostrei a língua para ele.
- vai no banheiro logo, para irmos fazer o café.
- seu irmão tá muito na moleza.
Dei uma risadinha.
- você também, vamos.
E assim ele o fez.
Chegamos na cozinha, e meu irmão estava tomando seu café tranquilamente com a sua mala do lado.
- onde você vai?
Ele sorriu.
- vou encontrar minha namorada.
- nós vamos também.
Ele negou.
- vou ficar com ela sozinho.
Fiz cara feia.
- devia ter vindo de ônibus então.
Retruquei.
- meu pai não ia deixar.
Bufei irritada, Benjamin ficou me encarando.
- tu devia falar alguma coisa para esse cabeça de vendo, quem sabe ele escute você.
- só não some, e qualquer coisa tu sabe onde meu procurar.
Olhei para ele mais raivosa.
- não e isso.
- ele usou a gente, Benjamin.
Ele abriu um sorriso.
- eu sabia disso, amor, ele me falou ontem.
