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Aquela tarde na praia se tornou um pesadelo.
Mas que merda Mina estava pensando?
Eu já estava farto da insistência dela, farto dessa proximidade indesejada. Tinha decidido que era hora de pôr um fim nisso, cortar qualquer ligação. E justo no momento em que resolvo dizer isso a ela, a garota se lança sobre mim e me beija.
Haru viu tudo.
E naquele instante, uma parte de mim queria explodir o mundo inteiro, começando por Mina. Mas, mais do que isso, eu queria correr até Haru, alcançá-la, e de alguma forma tentar explicar... mas explicar o quê? Entre mim e Haru não havia absolutamente nada. Nada. Eu já havia repetido isso tantas vezes a Kirishima que nem contava mais. Então por que essa situação me atingiu tão profundamente?
Assistir Haru fugindo, as lágrimas correndo pelo rosto dela, foi um golpe mais duro do que eu poderia imaginar. Eu sempre desprezei as pessoas que choravam, sempre as vi como fracas, incapazes de controlar suas próprias emoções. Mas Haru... era diferente. Ver as lágrimas dela despertava em mim algo que eu não conseguia nomear, um impulso quase visceral de protegê-la. E agora, por minha causa, eu havia perdido qualquer oportunidade de fazer isso.
Virei para Mina, a raiva fervendo dentro de mim. Mas não a atacaria agora. Ela não merecia minha explosão. Sem olhar para trás, corri na direção em que Haru havia desaparecido, o coração martelando no peito. As ondas do mar abafavam qualquer som ao meu redor até que, de repente, o grito estridente quebrou o silêncio.
Eu parei, congelado, e em um instante soube que algo estava errado.
Corri com mais força, meu corpo movido por puro instinto. Vi Todoroki emergindo das águas, carregando Haru em seus braços. O desespero em seu olhar era algo que eu nunca havia presenciado antes. Sempre tão calmo, controlado. Agora, ele parecia... perdido. E então percebi as marcas em Haru. Queimaduras.
Queimaduras que Todoroki havia feito.
Um misto de raiva e algo mais... uma sensação que eu não conseguia definir... algo pesado, sufocante. Provavelmente pela primeira vez na vida, eu estava sentindo medo. Medo de verdade, um medo que agarrava minha garganta e não me deixava respirar. E essa sensação dominou meu corpo inteiro.
Quando Haru caiu do prédio, eu sabia que podia fazer algo, que podia salvá-la. Mas agora... diante dela, machucada, frágil, com Todoroki segurando seu corpo como se ela fosse se desfazer a qualquer momento, eu não sabia o que fazer. Eu, Bakugo Katsuki, estava sem ação.
Todoroki a colocou na sombra, enquanto Uraraka corria, trazendo baldes de água. O resto da turma tentava manter as pessoas afastadas. Iida mantinha a calma, Deku organizava os curiosos, todos sabiam o que fazer. Todos agiam. Mas eu... fiquei ali, imóvel. Como um completo inútil. Meu corpo estava rígido, congelado no lugar, enquanto as explosões de fúria dentro de mim lutavam contra a imobilidade. Era como se tudo ao meu redor estivesse em câmera lenta, e eu fosse incapaz de me mover.
Cada vez que Haru gemia de dor, uma parte de mim queria destruir o mundo à minha volta. Queria explodir tudo, gritar, fazer qualquer coisa. Todoroki e Uraraka faziam o possível para aliviar o sofrimento dela, enquanto eu observava, impotente. A água fria tocava as queimaduras, e o desespero me sufocava. Meu corpo inteiro tremia, e eu sentia o calor das minhas explosões subindo pelo braço, mas me segurei.
Eu, que sempre estive no controle, me vi completamente à mercê da situação.
Todoroki estava ao lado dela, limpando as queimaduras com cuidado. Seu olhar ainda estava pesado de culpa, como se cada toque suave sobre a pele ferida de Haru o castigasse. Eu sabia que ele se sentia responsável por aquilo. Ele tinha aquecido a água, ele tinha sido descuidado. E isso me fez ferver ainda mais por dentro. Eu queria gritar com ele, dizer que era um incompetente, que se ele tivesse prestado atenção, nada disso teria acontecido. Mas, naquele momento, minhas palavras não fariam diferença.
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Quando as cerejeiras florescem - Imagine Bakugou Katsuki
Romance"- É mentira - contestei, e ele finalmente olhou para mim, franzindo o cenho. - Só um herói faria isso - concluí, e desta vez de fato ele sorriu, seu rosto inteiro se iluminou, os dentes alinhados e os caninos afiados. Era o sorriso mais bonito que...