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Eu nunca fui bom em pedir desculpas. Aliás, só de pensar em fazer isso, já me dava vontade de socar alguma coisa. Mas ali estava ela, Sakurai Harumi, parada na minha frente com aqueles olhos verdes que me olhavam como se eu fosse um estranho qualquer. Um vazio, como se tudo que tínhamos passado juntos tivesse desaparecido, virado pó.
Ver ela assim, sem lembrar de nada, era um alívio e um castigo ao mesmo tempo. Parte de mim queria aproveitar essa oportunidade para começar do zero, agir como se nada tivesse acontecido entre nós. Fazer com que ela me visse como um cara qualquer, alguém que não foi idiota o suficiente para afastá-la e depois ser flagrado beijando a Mina. Mas a outra parte, a parte que eu não consigo ignorar, sabia que eu só estava mentindo para mim mesmo. Porque cada vez que ela olhava para mim e perguntava, confusa, quem eu era, era como uma faca cravada no peito.
— A gente precisa continuar — disse, num tom mais áspero do que pretendia, empurrando a porta de metal que dava para uma sala abandonada do USJ. Minha voz ecoou pelo lugar vazio, mas Haru apenas me seguiu em silêncio.
Mal terminei de falar, e o som de pedras se deslocando soou por trás de nós. Virei-me rapidamente e vi um homem alto e corpulento, os olhos sombrios, com uma expressão que transbordava confiança. Ele ergueu a mão, e uma onda de rochas surgiu do chão, formando uma muralha que bloqueava nossa saída.
— Vocês não vão a lugar algum, pirralhos — ele disse, sua voz rouca ecoando pelas paredes vazias da sala. Os dedos dele pareciam se mover como se estivesse puxando cordas invisíveis, e com um gesto, enormes fragmentos de pedra começaram a flutuar ao redor dele.
— Ah, ótimo — rosnei. — É disso que tô precisando.
— Bakugo, cuidado! — Haru gritou, colocando-se em posição, seus olhos brilhando com a mesma determinação que eu conhecia. Relevei o aviso de cuidado, levando em consideração que ela não se lembrava de nada, em outro momento teria me ofendido.
Eu disparei na direção dele com uma explosão das minhas mãos, o impulso me lançando para o alto. Num rápido movimento, concentrei o suor nas palmas, criando faíscas intensas de nitroglicerina. No instante seguinte, explodi tudo contra o vilão.
O barulho da explosão reverberou, e a onda de choque empurrou o cara para trás, mas, com um movimento da mão, ele ergueu outra parede de pedras, que o protegeu da maior parte do impacto.
Ele riu, a voz cheia de desprezo.
— Vocês vão ter que se esforçar mais que isso.
Antes que eu pudesse responder, ele lançou pedras na nossa direção, grandes e rápidas demais para desviar. Mas Haru, em um movimento ágil, se colocou na frente, seu corpo envolvido por uma aura verde translúcida que eu reconhecia de longe. A aura de cura dela irradiava, como uma bolha, que a envolvia e amortecia o impacto. As pedras a acertaram em cheio, mas ela se manteve firme, apenas alguns arranhões aparecendo em sua pele, já sendo curados quase que instantaneamente.
— Vai ter que fazer melhor que isso, também! — Haru avançou, sua postura pronta, enquanto a aura verde brilhava intensamente. Num movimento rápido, ela disparou na direção do vilão, com os punhos e as pernas preparados para o combate.
O vilão tentou lançar outra saraivada de pedras, mas, dessa vez, eu disparei explosões de baixo para cima, desviando algumas pedras e cobrindo o avanço de Haru. Ela se aproximou do cara em uma sequência de golpes corpo a corpo: um chute rápido na lateral do joelho dele, seguido de um gancho certeiro que o fez cambalear.
O cara rosnou e, com uma expressão de ódio, usou o controle sobre as rochas para criar uma armadura improvisada em torno do próprio corpo, como uma carapaça. Mas antes que ele pudesse reagir, Haru desferiu um chute giratório na lateral do rosto dele, e o impacto do chute foi absorvido pela aura dela, mantendo o equilíbrio enquanto ele cambaleava.
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Quando as cerejeiras florescem - Imagine Bakugou Katsuki
Romansa"- É mentira - contestei, e ele finalmente olhou para mim, franzindo o cenho. - Só um herói faria isso - concluí, e desta vez de fato ele sorriu, seu rosto inteiro se iluminou, os dentes alinhados e os caninos afiados. Era o sorriso mais bonito que...