Iolanda on---
Enquanto o William anda começo a pensar, onde isto irá dar? Onde estarão os outros? Será que andam à nossa procura lá fora? Ou... será que estão mortos?
Enquanto tento responder a estes pensamentos o William pára.
- Está aqui uma porta. Queres abri-la tu? - pergunta ele com medo e receio na voz.
- Vá, eu abro. Mas não fujas!- digo, avisando-o. Ele sempre foi um dos mais receosos e medrosos do grupo.
- Tá descansada.
Passo à frente dele e agarro na maçaneta, abrindo em seguida a porta para o desconhecido. Entro e vejo duas cadeiras afastadas. Ambas têm duas correntes uma de cada lado no apoio. Percebo que é para prender alguém nessas cadeiras. Viro-me para o William para lhe dizer o que se passa mas ele já estava atrás de mim... bem perto de mim...
Ele olha-me fixamente e percebo que tem os olhos azuis, mas os dele sempre foram castanhos. Momentos depois agarra-me nos braços magoando-me.
- William! Pára! Estás a aleijar-me!! Ai!!
Ele empurra-me com toda a força contra a parede e enquanto estou a recuperar do embate ele coloca-me na cadeira e prende-me com as correntes. De seguida prende-me as pernas desta vez com cordas.
- Pára! Liberta-me! O que se passa contigo? Ajuda!
Ele não me ouve e vai até a outra cadeira. Prende-se a ele próprio. A cadeira dele é igual á minha exceto num pormenor; por cima da cadeira tem um capacete com parafusos por cima. Depois de preso ele pega no capacete e coloca-o sobre a cabeça fazendo pressão. Percebo que os parafusos estão a furar a cabeça dele. Ele pára. Estende a mão para um interruptor que eu ainda não tinha reparado e liga-o. O capacete que esteve tão quieto até ao momento começa a vibrar e a fazer barulho. Enquanto o capacete vibra, começa a sair sangue do nariz dele, mas não se move.
- William!!! O que se passa? Estás a sangrar! Tira isso!- grito, mas ele não me ouve.
Tento libertar-me mas as correntes são demasiado fortes. Continuo a debater-me mas por fim desisto restando-me apenas observar o que está a acontecer ao William. Ao fim de algum tempo começo a chorar. Durante cerca de uma hora o capacete mantém-se ligado mas diminui a intensidade até que por fim ele retira o capacete, desmaiando em seguida.
Ricardo on---
Ficamos a olhar, ao pé da porta, para o cenário horroroso à nossa frente. A Lela boquiaberta e eu com os olhos arregalados. Estou cada vez com mais medo e sinto que a qualquer momento vou desistir e começar a chorar.
- É realmente assustador... como isto é possível?! Quem é que fez isto?- pergunta a Lela sem se mover.
- Não sei... queres entrar?
- S...Sim...
Entramos no quarto. Existe uma janela na nossa frente. O quarto é cor de rosa mas está quase todo coberto de sangue e desgastado. Existe uma cama com os lençóis todos desarrumados, uma estante, uma mesa e uma cadeira. Existem vários bonecos espalhados pelo quarto. Mas o que mais nos chama a atenção são os corpos. Uma mulher, um homem e uma criança de mais ou menos 5 anos. Todos mortos.
A mulher tem a barriga aberta e com órgãos espalhados pelo cadáver e pelo chão em redor dela. A cara está com uma expressão de horror, como se tivesse visto algo antes de morrer. O homem muito provavelmente nos seus 40 anos, tem as mãos cortadas e as costas com cortes profundos. O bebé é o que mais nos assusta. Está a sorrir, mas tem uma mancha na camisola e quando chego mais perto vejo que o local onde o coração deveria estar... está vazio.

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A Casa
ParanormalneNunca entres na Casa. Nunca te separes de ninguém. Nunca tentes fugir. Um grupo de adolescentes entra numa casa supostamente abandonada e deparam-se com algo que vai mudar a vida deles para sempre. Será que houve esperança dentro daquela Casa...