Ela chora?!

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Iolanda on---

Depois de sairmos a correr do quarto da velha deparámo-nos com uma porta pequena no canto da sala onde a Lela e a Santos estavam. Depois de chegar-mos ao fundo do túnel vemos a caldeira em funcionamento e alguém a gritar.

- Santos! O que aconteceu?! Onde esta a Carolina?- pergunta o Ricardo abanando a Mariana.

- Ricardo. Ela está dentro da caldeira! Temos de a tirar dali!- grito procurando algo para ajudar a Lela.

- Está aqui um balde. Vai buscar agua!- diz.

Corro pelo novo local à procura de agua e por sorte encontro dois garrafões de agua cheios. Encho o balde e corro até a grade da caldeira e atiro a agua para dentro dela.

Ricardo on---

- Mariana, acorda, precisamos de ti!- digo desesperado tentando tirar a Santos do transe. Consigo ouvir a água a evaporar-se quando a io tenta acabar com aquele pesadelo.

- Preciso de ajuda Ricardo!- grita a Iolanda.

- Já vai. Já vai.- digo desistindo da santos e começando a encher o balde com agua para depois a Iolanda despejar na caldeira. Já não ouço os gritos da Carolina.

MarianaSantos on---

Não. Não quero. 

Mas precisas! Os teus amigos precisam da tua ajuda. Não vês?

Não quero. Tenho medo...

Não tenhas. Sê corajosa. Ajuda-os.

Consigo observar ambos os meus amigos a atirar água contra a caldeira quente. Não consigo me mover, não quero, simplesmente não quero mas preciso.

Que se foda. penso, e pego noutro balde ali perto e corro até eles e logo em seguida a caldeira está apagada e a Carolina incosciente fora dela. A Io está a molhá-la com água enquanto o Ricardo procura algo para ela se deitar.

Estou enconstada á parede a olhar para a Lela. 

Porque não consegui mover-me? Porquê? Poderia ter ajudado a Lela, ela poderia ter tido menos queimaduras.... Devia ter impedido a rapariga de atirar a Lela...

Ei. Tudo bem?- pergunta o Ricardo aproximando-se de mim.

- Sim... É que eu... não sei como explicar... Devia ter ajudado.- digo sem palavras.

- Não faz mal. Todos nós erramos... Estavas assustada e estavas em choque.

- Eu sei mas sinto-me culpada. Eu é que devia ter protegido a Carolina. Eu é que estava com ela....- digo mas ele interrompe-me colocando a sua mão no meu ombro.

- Obrigado... Acho que precisava de conversar com alguém.- digo olhando para o chão.

- Não faz mal. Anda, vem ajudar-nos. Temos de a levar para o quarto lá em cima. Ela pode ficar na cama.- diz ele.

- Ok.- digo segurando numa ponta de uma tábua que a Iolanda encontrou e onde colocou a Lela.

- Vamos devagar! O ricardo vai á frente e puxa a tábua do outro lado do tunel e depois vai a Santos e a seguir eu, ok?- comanda a Iolanda. Já não tenho vontade de tomar a liderança, não com os remorços em cima de mim.

Depois da operação regressamos ao andar de cima e colocamos a Lela na cama. Ela continua incosciente e tem queimaduras pelo corpo todo. O cabelo dela está todo queimado e metade da cara está com queimaduras, a orelha esquerda está toda queimada e a boca está horrivel.

- Acho que está na hora de ver o William. Temos de certeficar-nos que ele não está doido.- decide a Iolanda indo até ao corredor.

- Achas mesmo? Ele neste momento deve estar a bater com a cabeça nas paredes!- comenta o Ricardo seguindo-a.

- Mesmo assim ele é nosso amigo! Temos de fazer alguma coisa por ele.- contrapõe a Iolanda.

- A unica coisa que podemos fazer por ele é deixá-lo lá dentro e quando tudo isto terminar libertá-lo e é se nós não morrermos todos primeiro.- diz o ricardo levantando a voz.- tudo o que temos de fazer é contiuar dentro desta casa e sobreviver! A tavares morreu, acabou-se para ela! O William está louco, acabou. A Lela está incosciente e quase foi morta queimada! E um de nós vai morrer! É o mais certo!- grita o Ricardo.

- Cala-te!- digo.- Cala-te! Nós não vamos morrer, vamos conseguir sair todos daqui! Entendeste?

- Ok... Desculpa. Foram os nervos.

- Não faz mal. Eu des...- somos interrompidos por um grito. O grito do William mas o grito está mais perto. Ele devia estar trancado mas pareçe que o grito vem do fundo das escadas. Ouvimos passos. Alguém a correr. 

- Escondam-se todos!- digo e corremos todos para o quarto da Lela.- Todos calados.

Ficamos a ouvir. A pessoa mistério parou e agora sobe as escadas devagar. Começamo-nos a afastar da porta e encostamo-nos á outra ponta do quarto. Ouvimos finalmente um grito. O grito da Rapariga.

Ela entra no quarto e todos gritamos. Ela aproxima-se de nós com uma faca na mão. Tem sangue no corpo todo e o cabelo está ensopado também em sangue.  

- Ela tem uma faca! Ela tem uma faca!- grita o Ricardo empurrando-nos contra a parede. 

- Cala-te! Ela vai-nos matar!- grita a Io.

A rapariga levanta o braço para desferir o primeiro golpe no Ricardo mas em vez de ser ele a gritar é a própria assassina.

- Lela!- gritamos em coro.

Ela atira-se para cima da rapariga derrubando-a. Está a tentar pegar na faca e consegue depois de dar um soco na cara dela. Ela consegue prende-la mas sei que ela não vai aguentar muito tempo e tal como previsto a Carolina começa a enfraqueçer. 

- Vamos! Desta vez eu ajudo!- grito e atiro-me para cima da rapariga empurrando a Lela que leva a faca.

O Ricardo prende as duas pernas, a Iolanda segura uma mão e eu outra. A Lela senta-se na cama cansada.

- Lela! Vem aqui ajudar! Como tu..... como é que? Como raio é que tu acordas-te? Não estavas a dormir?!- grito confusa.

- Eu sei. Mas algo me fez acordar. Acho que já estou recuper......- ela volta a cair na cama com um leve ressonar. Ficamos todos a olhar uns para os outros e começamos a rir. Mas não é nada cómico e é então que percebemos a situação em que estamos.

- O que fazemos? Ela não pode desaparecer do nada.- pergunta o Ricardo.

Olho para ela. Ela está a olhar fixamente para mim, com aqueles olhos azuis assustadores.

- Tu és a Joana?- pergunto. Ela não responde. Fica a olhar para mim com ódio.- responde!

Ela ignora mas continua com o olhar fixo em mim.

- Nós sabemos que tu és a Joana. O teu amigo, o João era teu amigo, não é verdade?- pergunta a Iolanda. A expressão da rapariga muda completamente quando falamos no rapaz. Ela começa a contorcer-se.
- O que lhe deu?- pergunta a Iolanda.
- Eu é que sei?
- Olhem... ela está a chorar....- digo.

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Como prometido aqui o novo capitulo! Devo desde já dizer que já falta pouco para o final! Também quero agradeçer a todos os comentários que me incentivaram a escrever e a continuar com este projeto! Também gostava de dizer que se tivessem alguma duvida coloquem nos comentários pois irei fazer um capitulo dedicado a responder a perguntas e duvidas que tenham acerca da história. Continuem a acompanhar e não se esqueçam de votar e comentar o que acham! Este capitulo é dedicado á Iolanda Tavares que fez a minha nova capa (eu não sei fazer porra nenhuma :P ) e que ficou fantástica!

Um bom resto de semana e até á proxima quinta

A CasaOnde histórias criam vida. Descubra agora