FLASHBACK

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A primeira vez que Melina viu Bruno foi numa corrida clandestina, ele era o melhor amigo de Noah, o futuro namorado de Lavínia, sua melhor amiga. Então ele deu o primeiro passo lhe adicionando nas redes sociais, onde conversaram e se conheceram melhor. A segunda vez em que se viram foi durante um encontro inocente em uma sorveteria e fora ali que trocaram o primeiro beijo. E então ali Melina começou a se ver perdida por ele.

Bruno, o universitário de vinte e dois anos, que estava prestes a se formar.

Bruno, o rapaz bonito, inteligente e dono de hipnotizantes olhos castanhos.

Bruno... Talvez seu maior acerto. E, em contrapartida, o seu erro mais doloroso e profundo.

— Você quer dar um passeio? Noah e Lavínia já se foram... – ele perguntou quando se viram sozinhos, após a sorveteria.

— Passeio aonde? – ela perguntou, sorrindo.

— Eu não sei, não pensei em nada realmente. – deu de ombros. – Podemos ir à lagoa ou a praia. – sugeriu.

— Lagoa! – ela decidiu.

— Lagoa então. – ele consentiu e ambos entraram no carro.

O caminho até lá foi feito em meio a conversas e risadas. Bruno poderia ser mais velho, mas era incrivelmente legal e bom de papo. Melina se divertia em sua companhia e estava disposta a querer apenas mais.

— E você mora com seus pais? – ele perguntou.

A verdade é que falaram sobre gostos, filmes, sobre eles, escola, músicas, comidas, sobre corridas clandestinas e festas, mas nada a respeito da família. Ainda.

— Sim. – ela respondeu. – E com meu irmão mais velho... – murmurou.

— Ah! – ele sorriu, com as mãos no volante. – Você tem irmãos!

— Três! – ela acabou por responder.

— Nossa. Eu sou filho único. Deve ser bom ter irmãos...

— Às vezes! – Melina disse, olhando para frente. Na realidade queria dizer para ele que detestava seus irmãos, mas não podia.

— Sou só eu e meu pai, como você sabe.

— E ele é um bom homem? – ela perguntou, mudando o foco.

— O melhor. – Bruno respondeu com orgulho. – Minha mãe sumiu do mapa quando eu tinha apenas quatro anos, então pouco me lembro dela e nem faz tanta diferença, sinceramente.

— Ele nunca te deixou faltar nada, no caso?

— Isso. O velho sempre fez o possível e o impossível, por isso eu só quero dar orgulho para ele.

— Tenho certeza de que tu dá, Bruno. – disse convicta.

— Assim espero. – deu de ombros. – Olha, chegamos. – ele avisou quando já estavam em torno da lagoa da cidade.

O local ficava bonito à noite. Iluminado, com alguns bares e restaurantes ao seu redor, além de algumas pessoas correndo em torno do lugar, praticando atividade física. Bruno estacionou o carro e logo os dois desceram do veículo, caminhando lado a lado, inspirando o ar morno e suave da noite amena que fazia naquela noite de agosto.

— Tu é linda, sabia? – Bruno disse simplesmente e Melina virou-se para ele, sorrindo.

— E tu um conquistador barato. – rebateu.

A verdade é que ela estava sempre na defensiva. Melina crescera em um ambiente em que a ambição sempre reinou, no mundo lá fora, quando decidiu tentar se livrar das amarras que lhe impediam de voar, descobriu que não era muito diferente. O interesse sempre estava a frente de tudo.

Perfeitamente ErradosOnde histórias criam vida. Descubra agora