10 | TEMPO

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Melina conseguiu o emprego no Tina’s, o que significava que ela ficaria por mais tempo por ali

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Melina conseguiu o emprego no Tina’s, o que significava que ela ficaria por mais tempo por ali.
Para a minha felicidade, devo dizer.
Algo naquela garota me puxava para ela, como se Mel possuísse um imã do qual eu me sentia incrivelmente atraído. Às vezes eu pensava até que era irreal, porque não parecia deste mundo o que ela me fazia sentir.
Pensei que era imune a esse tipo de sentimento, contudo, não era. Melina estava ali para me mostrar o total oposto.
Agora ela estava deitada ao meu lado, na manhã seguinte após um after de mais um show. Ela estava na cidade havia cerca de cinco semanas e já tinha caído nas graças de todos, inclusive de sua chefe.
Minha vida seguia de shows, beber, viciar jovens para ganhar dinheiro e afters após shows. Basicamente. Agora com um adicional: Melina. O tipo errado de garota errada.
Talvez fosse o fato de ser tão parecida comigo que me fazia querê-la tanto. Talvez o fato de que ela sempre me esnobava, mesmo caindo de paraquedas em meus braços me deixasse tão excitado. Ou fato de ela ter certeza de que não me queria, mas queria, uma coisa que emanava dela onde ela se envolvia, mesmo não se envolvendo. Era uma coisa totalmente bizarra e difícil de explicar, mas acontecia.
Acredito que, no fim das contas, o principal motivo do meu querer era porque estar com ela era como estar sempre descendo em uma montanha russa: intenso e emocionante.
 
— Você deveria se mudar para cá. – sugeri, quando a vi de olhos abertos, enrolada no lençol.
— Bom dia pra ti também. – saudou com uma voz de sono e em seguida bocejou. Eu sorri.
— Bom dia. – devolvi. – Mas tô falando sério. – ela me encarou.
— Eu não vou me mudar para cá. – pontuou.
— Seria menos gasto pra você, já pensou? Você não paga muito no apartamento com o Henrique?
 
Ela tinha saído do hostel há três semanas após um convite do seu colega de trabalho para dividirem o apartamento onde ele morava, já que o antigo inquilino havia saído e ele precisava de alguém para dividir as despesas.
Melina adorou a ideia e desde então mudara-se para lá. E devo ressaltar que Luna também estava quase indo, já que vivia grudada em Mel.
 
— Não. Pago o suficiente.
— Mas aqui os gastos seriam mais bem divididos, é mais perto da lanchonete... Tem eu. – sorri de maneira sacana, a encarando. – Só vejo vantagens.
— E você tá viajando totalmente. – cortou o meu barato.
— Qual é, gata. – rebati.
— Lucas, não tem um por cento de chances de eu vir morar com vocês. – levantou-se e saiu procurando sua roupa. – Pelo amor de Deus.
— Seria mais legal para nós dois. – insisti.
— Não sou sua namorada, Lucas. – me lembrou.
— Auch! – reclamei, levando uma mão até o peito. – Doeu.
— E eu pouco me importo. – revirou os olhos e vestiu a blusa que estava usando na noite anterior. – Eu não sou nada tua. Nem de ninguém. – vestiu a saia. – Não confunda as coisas, a gente só se diverte.
— Apenas pensei que poderia ser uma boa. – dei de ombros e ela suspirou, levando as mãos até os cabelos e fazendo um coque improvisado.
— Só que pensou errado.
— Tudo bem, senhorita não sou de ninguém. – debochei e cruzei os braços, a encarando. – Não precisa ficar nessa defensiva toda.
— Você viaja. – declarou por fim. – Você pode até ser gato e transar bem pra cacete, mas é isto.
— Sem envolvimentos a mais, então?
— Você até que pensa depois de uma boa explicação. – desdenhou.
— Tudo bem. Suponho que vai embora agora.
— Exatamente. Eu tenho mais o que fazer, cafajeste.
— Imagino que sim. E um beijo eu posso ganhar?
— Não. – meneou a cabeça. – Mas fica com isso de presente, você pode lembrar de mim.
 
E a infeliz jogou a calcinha que não vestiu na minha cara. Eu ri, porque Melina não era normal. E talvez sua loucura fosse mais um dos fatores que me atraía.
 
— Vou bater uma com essa calcinha. – falei de maneira suja e vi os bonitos olhos castanhos revirando.
— Você é nojento. – foi o que declarou, antes de fechar a porta.
 
Suspirei, olhando para a calcinha.
Ela só podia ter me enfeitiçado. Merda! Levantei e fui tomar um banho, estava quebrado da noite anterior. O sexo fora animal, mas também era fruto do show. Quando saí do banheiro, encontrei Felipe no corredor.
 
— Você vai ter que conseguir mais pó. – determinou.
— Já acabou?
— O estoque se foi todo ontem à noite. – disse e eu entrei no quarto com ele em meu encalço.
— Caralho. – exclamei impressionado. – Vou falar com o cara hoje mesmo, então.
— Fala, porque hoje é dia de tocar no bar, o estoque tem que ser reposto. – avisou.
— Beleza.
— Thiago está reclamando por ter que dormir comigo. – avisou. – Quer dizer, quando Melina vem pra cá.
— Thiago é um cuzão. – meneei a cabeça.
— Você tem razão. – riu.
— Não tô nem aí pra reclamação daquele corno.
— Eu sei disso, só tô te avisando mesmo. – deu de ombros. – Eu vou nessa. – avisou e saiu.
 
Ao ficar sozinho no quarto, pude enfim trocar de roupa em paz e então saí do quarto. Encontrei Luna na cozinha, tomando uma imensa xícara de café. Peguei um pouco de leite na geladeira e bebi no gargalo da garrafa.
 
— Você é um porco, Lucas. – ouvi a típica reclamação.
— É o que dizem por aí. – dei de ombros.
— Isso azeda o leite, seu imbecil. Não sei se você lembra, mas moram mais três pessoas aqui nesse inferno.
— Calma, ferinha. Que bicho te mordeu? – perguntei, olhando-a.
— Nenhum. – ela revirou os olhos.
— Melina falou contigo antes de sair? – perguntei ignorando sua cara feia para o leite que eu continuava a beber e me encostei no balcão.
— Por acaso sim. Me disse que você chamou ela pra morar aqui?
— Aquela fofoqueira... – resmunguei.
— O grande Lucas está apaixonado?
— Me erra, pirralha.
— Ah, ficou sem graça?
— Não é da sua conta. – rebati e guardei o leite de volta na geladeira.
— Odeio morar com três marmanjos porcos.
— Eu nada posso fazer, Luninha.
 
Baguncei seu cabelo antes de sair da cozinha, ouvindo seus gritos de protesto. Saí de casa rindo em direção à minha caça por drogas. Incrivelmente aquela era a maneira mais fácil e na mesma medida errada para se conseguir dinheiro, no entanto eu também não me importava. Peguei o carro e fui para a minha busca.
 
**
 
Cheguei em casa no fim da tarde e Thiago estava jogado no sofá. Abri a porta com a minha mochila nas costas.
 
— Cadê Felipe? – perguntei.
— Saiu pra casa de uma mina. – deu de ombros. – Conseguiu os bagulhos?
— Sim! – bati na minha mochila. – E Luna?
— Saiu logo depois de Felipe, não disse pra onde... Deve ter ido pra casa da sua namoradinha.
— Ela não é minha namorada. – pontuei.
— Certo. A mina dorme aqui o tempo todo, vocês vivem se comendo e nunca mais te vi com ninguém além dela... E você não compartilha a gata. – riu. – Nem disse se era gostosa e valia a pena.
— Você é doente, Thiago. – eu acabei rindo. – Hoje tem show no bar.
— Eu sei. Por isso estou sóbrio. – me lembrou.
— Tanto faz. – meneei a cabeça e segui para o quarto afim de dormir.
 
Noite de show no bar era sempre um evento ali na cidade e lotava o local, assim aquele era um dos locais em que mais ganhávamos dinheiro. Melina estava lá, junto com Luna e eu precisei me esquivar porque as vendas eram prioridade. Além do mais eu não queria que Melina soubesse o quanto a minha vida era errada.
Vendi todos os pacotinhos de maneira rápida, acumulando uma boa quantia no fim, antes de começar o nosso show.
 
— Finalmente te encontrei! – Melina surgiu na minha frente assim que um menino me pagou. – Então quanto custa o pacotinho? – perguntou, encarando-me.
 
E eu devo ter gelado. Ela viu?

Hellooooo, apareci!!!!
Olha um capitulinho para vocês, espero que gostem.
Parece que as coisas vão começar a mudar!! :D
Alguém ansioso para a volta da Mel? Para o reencontro com Nina e Bubu????
EU TÔ HAHAHAHAHAHA
Mas ainda tem umas  coisinhas pra rolar antes 🙈

Comentemmmmmm

Big beijossss

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