09 | EXPECTATIVAS

362 35 4
                                    


— Acho que vi a lanchonete perto da igreja

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.

— Acho que vi a lanchonete perto da igreja. Lá estão precisando de garçonete. – Luna me disse, deitando na minha cama.

A menina realmente havia me conquistado, eu precisava admitir. Seu jeito mais fechado e irônico não me impediu de ver a garota sensacional que ela era por baixo da casca. Lavínia sempre me dizia que eu tenho o dom de cativar as pessoas, que me encaixo em qualquer lugar, no fim das contas acho que ela não estava muito errada.

— Vou lá então. – lhe respondi. – Tentar uma vaga.

— Isso quer dizer que vai ficar mais um pouco por aqui? – quis saber com uma voz repleta de expectativas.

— Sim, gostei da cidade. – dei de ombros.

— E do Lucas. – me encarou.

— Sim, do Lucas também. – acabei rindo. – Mas isso é só um detalhe.

— Mel, ele está doidinho por você, nunca vi esse menino assim por ninguém.

— Assim como? – de repente o assunto me interessou.

— Ele chegou ontem em casa assobiando e rindo. – meneou a cabeça. – Dormiu aqui, não dormiu?

— Bom... Sim. – falei em desdém e me virei para me olhar no espelho. – Mas nada de outro mundo.

— Para ele foi, supostamente. E te conhece há o que? Uma semana?

— Mais ou menos isso. – assenti. – Mas é encantamento barato, Luninha, logo logo isso passa, eu conheço!

— Só quero ver. – ela riu. – Te conheço pelo mesmo tempo e te acho muito legal, realmente gostei de você, Mel.

— E eu de você, querida. – sorri, aproximando-me da cama. Ela sentou e me sorriu também. – Você tem um sorriso bonito, deveria fazer mais isso.

— Só quando tem motivos. – deu de ombros.

— Você não estuda não, guria? Sei que acabou o ensino médio, mas não tem o enem e tudo mais?

— Já passou, Mel. – riu. – Foi há três semanas. – deu de ombros. – Agora é só esperar.

— Entendi. – assenti. – O que você quer fazer da sua vida, já sabe?

— Ainda não tenho certeza. – murmurou. – Queria passar para uma universidade longe daqui e viver a minha vida, mas não é possível, eu dependo do meu irmão.

— É ruim ter que ficar presa num lugar, não é? – perguntei e ela assentiu. – Eu te entendo perfeitamente.

— Você também tinha um irmão que era um merda tomando conta de você, mas que amava mesmo assim? E que morava com mais dois caras merdas, sendo um deles o maior embuste do mundo?

— Bom, não. – acabei rindo. – Mas sei como é se sentir presa por algum motivo. Eu tinha tua idade quando fugi de casa.

De repente os olhos verdes ficaram imensos quando ela me encarou levemente espantada, o que me fez gargalhar. A boca abriu-se por um instante, mas logo foi fechada.

Perfeitamente ErradosOnde histórias criam vida. Descubra agora