Um Amor Mágico - Imagine Jimin

A Família Real

Minha mãe me acordou bem cedo. Uma parte de mim estava feliz por finalmente poder pedir o que eu queria, mas outra estava triste por causa da história de que eu era a prometida.
Nunca parei para pensar no amor... Nunca tive contato com outros elfos que não fossem da família... A não ser Yoon que na verdade era o meu guardião.
Sempre achei que fossemos especiais e diferentes do resto do reino, os únicos melhores amigos primavera e inverno, mas eu estava enganada. Como pude ser tão boba? Sabia que as outras fadas e elfos mantinham distância de mim não só por causa dos meus pais superprotetores, mas também por eu ser uma primavera, o tipo de fada mais perigosa.
Claro que toda essa lógica não passou de uma fantasia minha, eles deveriam manter distância pois sabiam que eu estava prometida ao príncipe.
De qualquer forma não adiantava protestar, reclamar, eu ia casar e não podia fazer nada, mesmo que fugisse me encontrariam, todo o reino já havia sido explorado, por isso eu tinha um plano.
Quando eu conseguisse o meu presente, iria fugir... Levaria Yoon se ele quisesse, mesmo que a nossa amizade seja uma mentira, eu sabia que tinha pena de morte para o guardião que não cuidasse do seu protegido... E eu não suportaria que maltratassem ele.

— Você está linda. — Meu irmão sorriu e então fechou a cara. — Mas não está feliz.
— Como poderia? Todo o reino sabia sobre mim... Menos eu.
— Sinto muito. Eu quis te contar mas nossos pais não permitiram.
— Tudo bem, Hoseok, a culpa é minha por nascer na primavera.

Era verdade, eu quase nasci no verão, mas a gravidez da minha mãe atrasou uma semana e eu acabei por nascer na primavera. Claro que foi uma alegria para todos já que existem poucos primavera... Desde a guerra apenas eu tinha nascido primavera, o reino não sabia o que estava causando isso.
O problema era que não tinhamos como adivinhar, a gestação de uma fada varia de acordo com o seu poder. Hoseok é do tipo elfo mais comum, um verão igual 50% do resto do reino, sua gestação durou apenas quatro meses. Quando minha mãe engravidou de mim no inverno, ela imaginou que eu fosse ser uma outono, mas então outono passou e era certo que eu seria uma verão... Então houve o atraso e eu nasci primavera.
Sempre gostei de ter controle sobre as plantas, afinal tudo ao nossos pés é repleto delas, basicamente poder ilimitado. Mas hoje nem isso conseguia me alegrar.

— S/n, vamos logo, você tem que se apresentar à família real. — Minha mãe sorriu.
— E quanto ao meu aniversário?
— Veremos isso depois, vamos!

Minha mãe simplesmente me puxou pelo braço e entramos na carruagem. Céus, eu odeio esse negócio. Yoon me contou que seu pai tinha dito que nem sempre foi assim, já tivemos tecnologia, eu não fazia ideia do que era, e carros... Não conseguia imaginar uma coisa de metal que podia nos levar aos lugares... Uma coisa de metal que não falava nossa língua.
Era estranho, mas definitivamente era melhor do que maltratar os animais, éramos obrigados a isso já que todas as coisas do povo além dos portais foram jogadas fora e proibidas de falar sobre.
Minha mãe estava prestes a bater no cavalo para que ele começasse a andar, quando eu a parei.

— Não. — A impedi. — Posso fazer isso sem feri-lo.

Essa era uma das habilidades dos primaveras, controlar a mente dos animais... Isso de certa forma incluía... Humanos.
Infelizmente as fadas e elfos não sofriam dano algum já que eram cientes da nossa "atração."
A única falha da atração era que o indivíduo que sofresse isso se lembraria depois, por isso na guerra as fadas do outono tiveram que intervir.

— Até que enfim usará seus poderes para algo útil.

Ignorei a grosseria da minha mãe e desci da carruagem. Os animais gostavam de mim, eu quase não usava minha atração, só precisava falar com um pouco de jeito.

— Pode nos levar até o palácio? Por favor? — Pedi e passei a mão em seu focinho. O cavalo abaixou a cabeça concordando. — Obrigada.
— Ótimo, espero que ele vá bem rápido, já que você nos atrasou. — Minha mãe falou assim que subi na carruagem.
— Vá o mais rápido que puder. — Gritei para o cavalo.