Confissão

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Estava saíndo da primeira aula, aula que eu tinha passado sozinha já que era geografia, quando encontrei Taehyung.

— Hey, você passou por mim e não disse nada. — Ele sorriu. — Fiz alguma coisa?
— Você ainda pergunta? — Continuei andando.

Queria chegar logo na aula de química e encontrar Jimin. Taehyung foi me seguindo, parei e o encarei de forma questionadora.

— Também tenho química.
— Ótimo, pode ir por ali e eu irei por aqui. — Apontei para o corredor a minha esquerda.
— Por que isso agora?
— Taehyung, você armou tudo aquilo de ontem, você acha que eu sou o que? Idiota para continuar sendo sua amiga?
— Do que você está falando?
— Quer saber? Para mim já chega, não fale mais comigo ok? Siga sua vida.

Saí andando mas ele foi mais rápido e me segurou, me puxando contra o seu corpo.

— A Moon abriu a boca não é? Eu sabia que não podia confiar. — Ele sorriu como se lembrasse de alguma coisa engraçada. — Pois bem, eu tenho um trato, você fica comigo e eu não conto que nós dois ficamos.
— O que? Eu nunca...

Taehyung me segurou com força e bem na hora que ia me beijar, eu o empurrei com um pouco de brutalidade demais. Tae caiu com tanta força que chegou a bater as costas na parede que estava há metros de distância.

— Noona? — Kook disse atrás de mim. Me virei. — Como você fez isso?
— Eu... —. Deus, o que eu fiz!? — Eu vou ver se ele está bem.

Corri até Taehyung, ele ainda estava sentado, ofegante e com a mão nas costelas. Kook me seguiu e olhou surpreso para o Tae.

— Não... Não se aproxime. — Ele me olhou assustado. — Fique longe.
— Hyung, você não está bem. — Kook se ajoelhou ao seu lado. — Vou te levar para a enfermaria.
— Só nós dois, não deixe ela se aproximar de mim, Kook. Ela é uma aberração.

Kook ainda estava surpreso. Ele tinha visto tudo mas não parecia acreditar.

— Claro, tudo bem.
— Kook...
— Nos falamos depois está bem? —. Assenti me sentindo péssima, eu não podia sequer me explicar. — Melhor ir para aula, noona.
— É... Eu vou sim.

Esperei eles sumirem do meu campo de visão para sair do colégio. Fiquei deitada no pátio do colégio por um bom tempo, apenas olhando o céu e pensando se Tae iria contar alguma coisa para o Jimin... Pior, Kook contar alguma coisa. As lágrimas começaram a vir aos poucos, não só pelo medo de perder Jimin, mas também por causa das palavras do Tae... Lembravam Yoongi.
Se Taehyung e Jungkook me olharam surpresos só com essa pequena demonstração de poder, o que Jimin acharia de mim?
Fiquei pensando em diversas formas de contar ao Jimin quando fui surpreendida por Kook na hora do intervalo, ele deitou ao meu lado calmamente, pegou seu celular e digitou alguma coisa.

— Avisei o hyung que estou com você, ele ficou preocupado, acha que você passou mal.
— Foi isso que disse a ele? —. Kook assentiu. — Por que?
— Porque antes de falar alguma coisa, quero que me explique. — Ele apoiou os braços embaixo da cabeça. — Eu gosto do céu assim, céu de outono.

Outra coisa estranha em relação a esse mundo, era que estávamos no outono. Ao descobrir isso comecei a compreender porquê meus poderes andavam tão fracos, outono é minha estação oposta, é difícil para mim manter a força. Isso também explicava as chuvas.

— Eu também.
— Temos quinze minutos... Vinte, porque eu sempre me atraso.
— O que quer saber? — Perguntei apreensiva.

Ainda bem que não tinha quase ninguém no pátio. Kook me encarou.

— Você chorou? É algo tão ruim assim?
— Não chorei. — Menti. — Não sei. Talvez seja.
— Eu não acho que seja algo ruim... Quer dizer, aquilo foi surpreendente mas talvez tenha uma razão lógica.
— Não é nada lógico, Kook. — Ri sem graça.
— Bom, como você empurrou o Taehyung daquela forma? Não quero saber o motivo, isso não importa, eu vi que ele estava agarrando você.
— Eu tenho certa... Força.
— Mesmo? Não parece. — Ele segurou meu braço magro acima de nós dois. — Não parece mas algo me diz que você ganharia de mim numa queda de braço... Mas como?
— Se eu te dissesse você não acreditaria em mim e provavelmente contaria ao Jimin.
— Se eu não acredito para que contar?
— Não sei.
— Você pode confiar em mim, noona.
— Você esconderia do Jimin?

Ele levantou a mão e me ofereceu seu dedo mindinho.

— O que é isso?
— Você sabe, um juramento.
— Tipo. — Coloquei a mão no peito. — Eu dou minha palavra?
— É, tipo isso, vamos. — Kook pegou meu dedo e entrelaçou no seu. — Pronto, prometo que não direi nada ao hyung... Com uma condição.
— Qual?
— Você dirá a ele... Dependendo da gravidade da história.
— O que!? Não, eu não posso Jungkook.
— Você deve noona, não pode mentir para ele, você disse a ele que o amava, não mentimos para alguém que amamos.

Ah como Jungkook estava errado, as mentiras por amor são o pior, o medo de perder alguém nos deixa um pouco... Insanos.

— Ele não acreditaria em mim... Talvez nem queira falar comigo depois disso.
— Se for grave assim...
— Não é, só é complicado. Precisa prometer sem condições. Ficamos nos encarando, percebi que Kook travava uma batalha consigo mesmo. Então eu fiz uma coisa que esperava que Kook não descobrisse nunca. Usei a atração. — Por favor.

Nossos dedos ainda estavam entrelaçados e eu pude intensificar a atração.

— Ok. — Suspirou. — Nem sei como concordei com isso mas você me convenceu. Não direi nada.
— Promete?
— Prometo. — Ele apertou meu dedo com o seu. — Agora me conte.

Era loucura tentar contar algo assim mas eu não tinha alternativa, ou contava toda a verdade ou ele contaria ao Jimin... O que seria mil vezes pior.

— Eu sou uma fada.

Um Amor Mágico - Imagine JiminOnde histórias criam vida. Descubra agora