"Nesta despedida
Não existe sangue
Não existe álibi
Porque eu estava fadado ao remorso
Da verdade
Por trás de milhares de mentirasEntão deixe a misericórdia vir
E limparO que eu fiz
Eu vou enfrentar a mim mesmo
Para apagar o que me tornei
Apagar a mim mesmo
E deixar ir embora
O que eu já fiz...
Por tudo o que fiz
Eu vou começar novamente
E seja qual for a dor que vier
Hoje isso acaba
Eu estou perdoando"What i've done - Linkin Park.
Ela precisava reagir, não poderia ficar ali para sempre, sendo assim pegou a pistola e o celular que ainda estava gravando, parou a gravação e procurou pelas chaves do lugar no bolso dos seguranças. Não teve muita dificuldade de achar, porém seu corpo pedia repouso, já tinha perdido bastante sangue não saberia dizer como ainda conseguia ficar de pé. Acabou achando um silenciador também e com facilidade encaixou na pistola, abriu a porta e se arrastou pelo longo corredor, tendo a cautela de olhar se não havia ninguém.
Encontrou dois ou três seguranças que ela rapidamente deu seu jeito, não necessariamente atirando neles. Subiu uma escada e a luz do sol que entrava no cômodo a fez fechar os olhos com força, tentando evitar de sentir aquela dor. Aos poucos ela foi se acostumando e se adaptando ao local, notou que estava em uma sala um pouco estranha, era feita inteiramente de pedras, as janelas grandes de madeiras e não havia nenhum móvel ali, exceto pela cadeira velha de madeira.
Abriu a porta e se deparou com um cenário totalmente diferente, parecia estar em uma mansão, o enorme corredor pintado de branco, com acabamentos de madeira, provavelmente levava à entrada, ao lado direito enormes janelas davam vista para o amplo jardim bem cuidado. Ao lado esquerdo uma escada levava ao andar superior.
Mackey subiu as escadas, tentando ao máximo ficar atenta, mas tudo parecia vazio, o que a deixava mais intrigada, imaginando de quem seria aquela casa... Seu palpite era que Galhardo era seu dono. Alguns quartos estavam trancados e não se podia saber o que estava neles, mas passando por uma sala aberta, algo chamou sua atenção. Ali ficavam várias armas medievais ou até mesmo mais antigas, como se fossem uma coleção, tudo muito bem colocado.
Uma em especial lhe chamou a atenção, era um grande arco e ao seu lado a aljava com as flechas estava disposta. Ela se sentiu tentada a pegar, principalmente pelo fato de suas balas estarem acabando. E seria irônico, seu apelido na agência agora era Ártemis, a deusa da caça, que era sempre representada com um arco na mão. Mackey não resistiu à tentação e pegou o arco com a aljava.
Saiu no corredor novamente e continuou caminhando, ouviu algumas vozes logo à frente e se tornou mais cautelosa. Logo as paredes ao seu redor acabaram e deram vista para um enorme salão que ficava alguns metros abaixo. Provavelmente era a sala de estar, o carpete cor creme estava bem arrumado, o sofá de couro marrom ficava de costas para a enorme janela, na parede direita uma lareira de pedra ficava disposta e era adornada pela cabeça de um cervo, provavelmente fruto de caça. Perto da lareira um aparador com algumas bebidas.
Ela notou que as vozes que ouvira era de um casal que estava se divertindo no sofá, quando o homem saiu de cima da mulher, Mackey reconheceu Galhardo e a secretária da Franz.
— Você está muito fodido agora. - Murmurou ela, para si mesma.
Galhardo foi até o aparador e serviu dos copos de bebida, enquanto isso, Mackey estava em seu esconderijo, um ponto estratégico, arrumando a flecha no arco. Esperou que o homem se virasse, e quando viu a oportunidade, sussurrou:
— Que Ártemis me ajude.
Soltou a flecha com tudo, a fazendo acertar em cheio o peito de Galhardo, que cambaleou caindo para trás. A secretária começou a gritar apavorada, tentando chamar a atenção dos seguranças, mas nenhum deles estava ali.
Mackey desceu as escadas rapidamente e entrou no cômodo.
— Então, senhor Galhardo, gostou da minha surpresinha?
A outra moça recuou assustada, enquanto Galhardo encarava Mackey com espanto, e com certa dificuldade questionava:
— O-o... Q-que é... V-você?
Mackey se aproximou mais dele e com a mão afundou mais a flecha no peito dele, dizendo:
— Pode me chamar de Ártemis...
Enquanto Galhardo dava seus últimos suspiros, ela se voltou para a secretária, que estendia os braços à frente do corpo e com as lágrimas escorrendo, clamava:
— Por favor... N-não me mata... Por favor.
— Engraçado que não hora que as pessoas clamavam para não serem contrabandeadas você não se importava!
— M-me perdoa, eu... Eu m-me arrependi...
— Não é para mim que precisa pedir perdão. De qualquer forma, alguém vai ter que sair vivo daqui. Deu sorte. Tem algum carro por aqui?
— O-o de Galhardo está estacionado ali na frente da casa.
— Ótimo. Vamos.
Mackey largou as flechas e o arco, pegou a pistola, agarrou o braço da moça e começou a conduzi-la para fora. Estava com pressa, seu corpo já começava a fraquejar, quanto mais rápido chegasse à agência, mais rápido teria ajuda. Ela colocou a mulher no porta malas e trancou, entrou no carro e como não sabia onde estava, digitou o endereço da agência no GPS, logo deu partida e saiu dirigindo à toda velocidade.
Quando adentrou a cidade, seus olhos já começavam a escurecer, a visão estava embaçada e ficava cada vez mais difícil respirar, os músculos perdiam a força cada vez mais.
Agradeceu quando avistou a agência e pisou no acelerador, no entanto, calculou mal a distância e acabou invadindo o saguão. Saiu do carro e encarou os seguranças que a olhavam estarrecidos.
— Tem uma moça no porta malas, prendam ela. E eu preciso disso aqui. - Disse ela, pegando a arma de um dos seguranças.
Como estava com pressa, não esperou que cobrassem explicações, apenas entrou no elevador e apertou o número do andar onde sabia que encontraria Lily, talvez o que fosse fazer seria a pior burrada que iria cometer na vida, mas não se arrependeria um só dia de sua vida. Tentou se manter o mais acordada possível, e quando as portas do elevador se abriram, no andar dos equipamentos, ela logo se apressou em sair, parou em frente a secretária e perguntou:
— Lily, está aqui?
— Sim, está, mas...
Ela não deu a chance da moça terminar, entrou no grande salão e procurou localizar a agente ali no meio, nem mesmo reparou que Augusto também estava ali. Quando avistou Lily, começou a caminhar na sua direção, enquanto a agente a observava com certa surpresa, quando estava perto o suficiente, levantou a pistola e descarregou em Lily, não dando sequer chance de reação.
Quando as balas acabaram e a outra já estava morta, percebeu os outros agentes se aproximando rapidamente para detê-la, e Augusto logo atrás, então ela pegou o celular do bolso e entregou diretamente para ele, dizendo:
— Não confie... Em ninguém.
Pouco depois sua visão escureceu completamente e ela se deixou desabar no chão.
"Pessoal, tenho que fazer um comunicado importante em relação à Mackey... Já estamos na reta final do livro. Isso mesmo, a história já está acabando, infelizmente. Tentarei trazer mais histórias dela para a plataforma, mas ainda não é nada garantido. Até o fim do livro tratei as atualizações para vocês. Muito obrigada pela leitura!"
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Codinome Ártemis
ActionMackey é uma das melhores agentes de sua organização. Ninguém nunca soube seu verdadeiro nome, e por isso a intitularam como Ártemis. Ninguém se atrevia a cruzar seu caminho, pois apesar da pouca idade, ela era implacável e fria. Nunca volta sem um...