Capítulo 28

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Duas semanas depois Mackey se encontrava em uma cafeteria, às dez da manhã, tomando um café quente com croissant. Há muito tempo não se permitira tirar um tempo para si, e agora com a quadrilha de tráfico de pessoas desbancada e Paulo preso, ela pôde enfim respirar aliviada. Mas sua mente ainda estava no evento da Franz que aconteceria em uma semana. Será que Galhardo agiria?

Ele ainda estava foragido e talvez tentasse algo, mas se ele tentasse isso só mostraria o quanto ele era obstinado e abusado... E maluco também. Ele com certeza não colocaria a cara no evento, sendo assim alguém seria contratado para fazer o trabalho sujo. Mas quem?

Seus pensamentos foram interrompidos quando o seu celular tocou, era Isabela. Nem mesmo tomando café a agência a deixava em paz. Pensou em não atender, mas poderia ser algo sério, sendo assim levou o celular à orelha e disse com um tom de voz monótono:

- Fala, Isa.

- Mackey? - A moça parecia surpresa em escutar a voz dela.

- Era comigo que queria falar, não era? Ou se enganou?

- Não, era com você mesma, mas... Mas... Não esperava.

- Como assim, Isabela? Você me liga querendo falar comigo, mas não espera que eu atenda?

- Bom... É que, na verdade, é uma situação bastante confusa.

- Desembucha logo. - Respondeu Mackey irritada.

- É que tem uma moça aqui. Acabaram de trazê-la para cá, e ela... Ela é muito parecida com você! - O estômago de Mackey gelou ao ouvir aquilo. Isabela continuou - Ela foi pega conversando com Javier Sanchez, aquele dono de cartel. Pensaram que fosse você e estão te acusando de traição... Bom, no caso acusando ela. Acontece que faz cinco minutos que ela está gritando que não é você, e ela diz isso com tanta convicção que resolvi conferir.

- Já estou indo para aí. - Foi a única coisa que Mackey respondeu.

Desligou o celular e deixou uma nota em cima da mesa, provavelmente aquele dinheiro pagaria muito mais do que o café e o croissant. Entrou no carro e dirigiu rapidamente pelas ruas da cidade, em direção à agência. Aquilo não poderia estar acontecendo! Só podia ser brincadeira.

Estacionou em frente ao prédio e entrou, porém, não foi muito longe, os guardas da portaria logo apontaram a armas para ela, e Mackey não teve outra escolha a não ser se render. Um deles se aproximou, encostou a arma em suas costas e agarrando seu braço começou a guiá-la para o elevador.

- Como conseguiu sair?... E como trocou tão rápido de roupa?

Ela soltou um riso debochado e respondeu:

- Se vocês soubessem...

Ele a conduziu pelos corredores, até chegar na sala de interrogatório. Havia um agente na porta e o guarda, que estava com ela, logo foi dizendo:

- Senhor, não sei como ela conseguiu escapar, mas foi burra o suficiente para voltar.

- Ah, fala sério! Acha mesmo que se eu fugisse desse lugar vocês me achariam? Está me subestimando. - Reclamou ela.

O agente que estava na porta, e atendia por Castro, arregalou os olhos e estranhou ela estar ali. Abriu a porta da sala de interrogatório e arregalou mais ainda os olhos ao olhar lá dentro. O homem parecia confuso, intercalava seu olhar entre Mackey e a sala.

- O que está olhando, Castro? - Esbravejou Paco, que estava dentro da sala.

Ele saiu e ao ver Mackey do lado de fora, teve a mesma reação do colega.

Codinome ÁrtemisOnde histórias criam vida. Descubra agora