12 | i n c e r t e z a s

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"Mal sabe você
Que ainda sou assombrada pelas memórias
Mal sabe você
Que estou tentando me reerguer"
Little Do You Know, Alex & Sierra.

"Mal sabe vocêQue ainda sou assombrada pelas memóriasMal sabe vocêQue estou tentando me reerguer"— Little Do You Know, Alex & Sierra

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Para o pessoal da madrugada ;)

— Eu não sei se...

— Will — chamo, fazendo sua boca se fechar na mesma hora. — Você é meu convidado, não se preocupe.

Ele bufa baixinho.

— Eu nem conheço essa gente —contrapõe, visivelmente desconfortável com a situação.

Quando Caleb me convidou para a festa em seu apartamento, eu já havia feito planos com Will e, por essa razão, fiquei tão relutante em aceitar o convite do moreno. Mas então, resolvi juntar o útil ao agradável, ligando para o outro assim que terminamos o ensaio e Caleb foi embora. Fora preciso um pouco de persuasão para convencer William a me acompanhar, mas, no fim das contas, ele concordou.

— Nem eu, se quer saber — admito.

Subimos os degraus, tagarelando e rindo. Durante o percurso até aqui, Will me contou algumas das coisas que aconteceram em Santa Mônica após a minha partida, me arrancando boas gargalhadas com suas histórias.

— Eles sentem a sua falta — ele murmura. As risadas morrem.

Meus pais sempre foram incríveis. Eles são incríveis. Porém, no meu último ano do ensino médio, as coisas se tornaram um caos. Phoebe e John continuaram sendo pais maravilhosos, eu, no entanto, me tornei uma filha um tanto ausente.

Uma filha tomada por uma tristeza sem fim, que se isolava de tudo e todos.

Eu me sentia culpada por toda a confusão que se encontrava as nossas vidas naquele tempo. Jurava para mim mesma que ambos pensavam que a culpa fosse minha. Que pensavam consigo mesmos: "se não tivéssemos adotado ela..."

E, além de tudo, eu me sentia suja.

Só quando Phoebe me encontrou no chão do banheiro, chorando e esfregando compulsivamente uma esponja pelo corpo, e se enfiou embaixo do chuveiro junto a mim, me abraçando e me acalmando, que eu entendi que eles não me culpavam de forma alguma.

Depois disso, eu comecei a fazer terapia. Melhorei consideravelmente, mas ainda fui embora de uma maneira um tanto fria.

— E eu a deles — solto em um suspiro.

— Você sabe o que...

— Não — o corto, parando em frente ao apartamento 502. — E eu agradeceria se você não me fizesse pensar nisso hoje.

— Entendo — é tudo o que o loiro diz, encerrando o assunto.

Sorrio em agradecimento, tocando a campanha no instante seguinte.

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