Amizade Colorida?

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A próxima noite com Max foi tão igual quanto a anterior. Não importava se estavam dormindo em lugares distantes na cama king size, no meio da noite, seu corpo era simplesmente sequestrado para os braços musculosos dele, e ela não sabia se resistiria a esse contato.

Helena segurou a mão dele e começou a levantá-la para que pudesse dar passagem para seu corpo. A respiração dele protestou. Quando foi checar se havia o acordado, os olhos verdes dele já miravam ela.

- Você tem um sono muito leve.

- Onde vai? – Max se remexeu entre as cobertas. Mas não a liberou de seus braços.

- Café – murmurou Helena enquanto passava os dedos pelos cabelos, numa tentativa inútil de ajeitá-los.

- Você está linda.

- Como um filhote de toupeira. – Continuou a pentear as madeixas mais rapidamente com os dedos. – E você está terrível... – "Terrivelmente lindo" quase acrescentou. Um sorriso torto apareceu nos lábios dele. – E suado.

- É porque uma leoazinha se enroscou em mim durante a noite.

- Pelo que eu saiba, você que estava me agarrando como um ursinho de pelúcia.

- Você não reclamou.

- Tenho um sono pesado – Mentiu ela, se levantando de vez. Max a encarou com uma das sobrancelhas erguidas.

- Tenho um convite para você – Ele mudou de assunto de repente – Não faz parte do acordo, mas pensei que gostaria de se divertir e também de fechar alguns negócios.

- Estou ouvindo. – Helena murmurou enquanto enfiava seus pés na pantufa.

- Na sexta à noite iremos realizar a reinauguração do hotel. A obra já terminou.

Ela ficou parada por um instante, querendo afirmar o convite, mas sendo rodeada de dúvidas.

- Ok, mas é para estar presente como sua amiga ou sua noiva?

Max arregalou um pouco os olhos. Helena finalmente estava começando a aceitar a ideia do casamento.

- Como minha noiva. – Ele murmurou, e Helena sorriu enquanto ia saindo do quarto com o robe entre os dedos das mãos. - O que você está tramando, hein? – Max ficou de lado, apoiando o corpo com o cotovelo.

- Nada, Max. Só quero me divertir. – Ela disse por cima do ombro.

- Devo ficar preocupado, gatinha?

- Claro que não. Nossa relação é livre, esqueceu?

Max assentiu com a cabeça, parecendo um tanto contrariado. Era difícil entendê-lo. Mas estava aliviada, finalmente inalaria um perfume que não fosse o dele. Max parecia estar entranhado no corpo dela. Quando saia de perto dele, seu corpo parecia em abstinência. Não estavam nem há uma semana juntos. Mas parecia viciada nele.

Depois que voltou da cozinha com uma xícara para Max, ela se sentou na beirada da cama e fez carinho na barriga de Lorenzo com a sola do pé.

– Tenho dó de deixá-lo sozinho. – Helena murmurou enquanto o acariciava. – Todo dia quando vou para o trabalho, mal aguento olhar para carinha dele.

- Eu posso levar ele comigo para o trabalho – Max murmurou entre uma golada e outra de café. – Assim não o deixamos sozinho.

- Um cachorro no Hotel? Não vão estranhar?

- Eu sou o dono daquele lugar, Leãozinho. Posso até colocar uma girafa lá dentro que ninguém vai falar nada. – Lorenzo foi correndo até Max, como se entendesse o que ele dizia. Helena sorriu, com certeza seu avô aprovaria aquele decisão de Max.

Pedaços do Meu CoraçãoOnde histórias criam vida. Descubra agora