Fogo e Cinzas

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Nem o sol tímido dentro do quarto no outro dia a animou. Ainda deitada, pegou o celular e mandou uma mensagem para o irmão, chamando-o para a festa de Max que aconteceria à noite.

Passou metade da manhã deitada na cama vendo a série Suits na Netflix. Quando seu corpo começou a dar sinais de cansaço, de tanto tempo deitada, levantou-se.

O celular vibrou em cima da cama e ela o pegou. Era Max.

- Deve ter sido ruim acordar sem mim. - M

- Você é muito arrogante. Eu tive uma noite de sono maravilhosa sem ninguém me agarrando a madrugada inteira. - H

- Sinto saudades. -M

Ela olhou por um tempo a mensagem. Digitou, apagou, digitou novamente e apagou. Depois fitou o celular. Uma nova mensagem chegou.

- Silêncio é consentimento, não é?- M

Ela riu. Falar a verdade uma vez não machucaria.

- Já estava me acostumando com você. - H

- Esse é o seu modo de dizer que sente saudades? É um bom começo. - M

- Eu não disse isso. - H

- Mas vai dizer. Vai admitir tudo quando eu tiver em cima de você, me enterrando fundo. - M

Suspirou fundo. Era possível alguém se excitar com apenas uma frase?

- Você tem uma imaginação bem fértil. - H

- Vai se tornar realidade. - M

Tudo bem, com certeza já estava na hora de parar aquela conversa.

- Tenho que ir. Vou começar meus preparativos para seu evento.

Ele enviou um emoticon com chorando.

- Não sei se é possível, mas espero que fique mais gostosa. - M

Helena arrumou a bolsa, pegou a guia de Lorenzo e saiu com o bichano. Literalmente, passou o dia todo fora. Deixou Lorenzo no hotel para cachorro, que ficou a contragosto. Foi para o Village Mall, na Barra da tijuca.

Se depilou, hidratou e escovou os cabelos, pintou as unhas, fez a sobrancelha, e andou quase toda a estrutura à procura de um vestido formal, mas sexy. Pegou o Lorenzo no Hotel e quando finalmente estava em casa, já eram quase 19hrs.

Suas pernas doíam de tanto andar. Olhou o relógio no pulso. Foi para o banheiro e encheu a banheira, jogando os sais de rosa dentro. Acendeu as velas de baunilha, diminui a iluminação do banheiro e por fim, colocou um Jazz para tocar.

Finalmente dentro da banheira, juntou os cabelos longos, formando um coque alto e os amarrou. Fechou os olhos e respirou. Lorenzo se esparramou no chão do banheiro.

Um click da porta da sala a sobressaltou. A pessoa estava apressada. O cachorro correu para fora do banheiro, a fim de cumprimentar quem entrava.

Devia ser Leandro, ele tinha a chave do seu apartamento.... Os olhos dela arregalaram-se. Não, Leandro tinha dado sua chave a Max.

- Droga – Ela se levantou apressada. Talvez conseguisse chegar a porta rápido...

- Gatinha... – Max já estava na porta do banheiro com Lorenzo ao seu lado. Ela soltou um gritinho e tampou o que podia com as pequenas mãos.

- Max, vire-se.

Os olhos de Max escureciam-se de luxúria. O pomo de Adão descendo e subindo. O olhar percorrendo todo seu corpo tomado de espumas e sais. Ela se sentiu estremecer. Max levantou os braços, em sinal de rendimento.

Pedaços do Meu CoraçãoOnde histórias criam vida. Descubra agora